Ódio

Ódio

Não gosto o suficiente de você para lhe criticar, muito menos ofender. Sei que uma agressão de minha parte poderia ter como consequência – mesmo que teórica e improvável – uma reflexão e autocrítica suscitada em você. Entretanto, como meu ódio por você é visceral e incontrolável, usarei sobre si a mais mordaz das crueldades: ficarei em silêncio, calado e silente diante dos seus insultos e, assim fazendo, lhe condenarei a continuar exatamente onde está, imóvel e paralisado, infenso aos giros do tempo.

Wesley Hodgkin, “Wind of Time”, ed. Schummer Press, pág.135

Wesley Walter Hodgkin nasceu em Tulsa, Oklahoma e estudou na Booker T. Washington High School. Serviu na Força Aérea Americana após o término do ensino médio e morou em Ramstein, na Renânia, na base americana existente em solo alemão. Foi nesse período que escreveu seu livro de estreia, um romance que conta a história (segundo ele, baseada em fatos reais) da paixão entre um soldado americano e uma dissidente russa. “Nothing to Tell” (Nada a dizer) narra os conflitos éticos, morais e sexuais que se intensificaram com a guerra fria, mostrando o lado humano das diferentes ideologias e a perversidade inerente a qualquer de nossas relações afetivas. Em “Wind of Time”, seu derradeiro romance, ele descreve as agruras de um viciado em crack para dissolver dívidas do passado e resgatar o que lhe resta de vida. Foi casado com James Arlington, e teve dois filhos adotivos. Faleceu em 1994 de causas naturais.

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