Sensações inesquecíveis e que não custam quase nada…
Comer quando se está com fome,
Beber quando se tem sede,
Dormir quando o sono chega e
Amar quando se é amado.
Todas as outras coisas que acontecem em nossa vida ficam em segundo plano, pois carecem da impregnação indelével que tais momentos provocam.
As três primeiras são necessidades. A última é da ordem do simbólico, inserida na linguagem. As necessidades nos chegam pela via do atavismo, mantidas pela evolução das espécies.
A última é feita do desejo e só ocorre pela fissura aberrante da ordem cósmica, a qual chamamos “amor”. Só pela arquitetura impensada da altricialidade – a dependência extremada do cuidado alheio – se fez possível o amor primordial de uma mãe por seu filho e, se este amor é real, tal é sua matriz, sendo todos os outros amores dela derivados.
Se amamos é porque alguém um dia nos ensinou, e deste aprendizado, tornado sentimento, nos tornamos cativos para sempre. Assim fazemos dessa criação uma necessidade que, se não sacia o corpo por ser diáfana e etérea, alimenta a alma e nos torna perdidamente humanos.