“Como regra civilizatória um presídio JAMAIS poderia tratar um prisioneiro da mesma forma como o bandido trata a sociedade. Um está doente, o outro precisa ser saudável para oferecer a cura. Nenhuma sociedade civilizada apoiaria o absurdo de criar “centros de punição e vingança social”, imaginando que tal barbárie deixaria a cidade mais justa e segura. Pensar isso é regredir à idade das trevas, sem receber nenhuma segurança em troca.
Estados policiais, cheios de guardas e prisões, apenas iludem o espectador com sua fantasia totalitária e com a ideologia da “segurança para o cidadão de bem”. Onde foi aplicada o resultado foi catastrófico, em recursos, em vidas e em desumanidade.
A única saída para a criminalidade é a justiça social, mas no Brasil a Casa Grande não aceita abrir mão dos seus privilégios e por décadas ainda veremos a criminalidade ser tolamente tratada como um transtorno da alma, ao invés de ser entendida como uma construção social da qual todos – sem exceção – participamos.”