“As cotas nos Estados Unidos (affirmative action) revolucionaram a entrada de negros no ensino superior e criaram uma classe média negra volumosa que o Brasil ainda não tem. As cotas foram revolucionárias e positivas para a democracia racial que propuseram e o seu sucesso fez com que fossem aplicadas em outros países. No Brasil o ódio SEMPRE EXISTIU em especial por parte dos fascistas e racistas que infestam nossa política, mas os movimentos de valorização dos negros expuseram este ódio para a luz do dia.
Quando Portugal dominava Angola não havia conflito, só opressão. A calmaria era pelas armas e o silencio pela opressão colonialista brutal. Na aparência parecia haver paz, mas tão somente a “pax romana”, a paz dos dominados. Quando os negros reagiram à dominação e ao jugo colonialista eles se levantaram e exigiram seu país de volta. Só então vieram à tona a luta e o enfrentamento.
Não se pode ser tolo a ponto de não enxergar que o silêncio de antes não era mais que medo e opressão e os sons que hoje ouvimos são apenas os gritos por séculos de dor presos na garganta. Essa paz dos oprimidos não me serve; prefiro a luta pela liberdade e pela justiça, nem que para isso ainda seja necessário muito barulho.”