
É verdade que a decisão sobre o aborto acaba sendo tomada por um punhado de homens brancos, burgueses e ricos que conhecem as clínicas clandestinas “classe A” para levar suas mulheres, namoradas, filhas ou amantes. Esta decisão nunca está na mão da mulher negra e pobre que será submetida ao risco e à indignidade das agulhas, pílulas do mercado ilegal e dos aborteiros da favela.
Entretanto, muitas dessas mulheres votaram no pastor sedutor e no empresário falastrão, os mesmos que agora roubam sua esperança de dignidade e segurança na atenção à saúde. Só existe uma forma justa de mudar esse cenário: encarar a invasão da direita fascista evangélica como uma real ameaça às mulheres e seus direitos.