
O caso do menino que fez piada com uma criança na Disney mostra como, no mundo cibernético, uma vida pode ser destruída em 30 segundos. Isso me faz lembrar a frase que minha mãe colou na parede do seu quarto: “Cuida como vives; talvez sejas o único evangelho que teu irmão lê“. Quem deseja adentrar no mundo do sucesso e da fama – seja lá por qual caminho for – precisa entender que sua imagem, o que fala e como se comporta é um modelo a ser seguido por muitos – as vezes por milhões.
Se há uma constante no mundo da fama ela foi descrita por Augusto dos Anjos: “A mão que afaga é a mesma que apedreja”. Aqueles que exaltam serão os primeiros a lhe afundar quando a dívida afetiva da adoração custar a ser paga. “Eu lhe dei meu amor e minha veneração; como vai me pagar?“
A atitude do rapaz foi deplorável e insensível; desrespeitosa e grosseira. Porém, a onda de vingança destrutiva contra ele me causa igual incômodo. O mesmo punitivismo que cria monstros como Moro e Dalagnol habita dentro do(a) “cidadã(o) de bem” que goza vendo a destruição de um sujeito cujo erro todos fomos testemunhas.
Perdoar NÃO significa condescender com o erro, mas entendê-lo e aplicar a pena justa, nem mais e nem menos. Destruir pessoas nunca será uma pena adequada. Usar a justa indignação como veículo de perversidade e da vingança jamais será caminho para uma sociedade solidária.