A detentora desse mandato aparentemente deu um gigantesco tiro no pé. Anotem. Esta atitude pode pavimentar o caminho para a extinção dessa modalidade. Afinal, quem pode aceitar “puxar votos” para uma candidatura coletiva correndo o risco de ser expulsa posteriormente por uma canetada causada por discordâncias de ênfase? Quem se arriscaria a colocar sua representatividade fora por meras antipatias ou brigas intestinas?
Um mandato coletivo tem outra dinâmica, outra ideia, outra proposta. A pessoa defenestrada pelo “Mandata” era co-deputada, e não assessora!!! Essa é a imagem vendida para todos na eleição. Nunca foi dito que aquela que encabeçava a candidatura era a deputada e as outras suas auxiliares, mas que se tratava de um MANDATO COLETIVO!!! Por isso é que muitas pessoas votaram nessa candidatura: para dar poder à cada uma das participantes e às suas propostas – assim como para as outras.
Esse é o ponto central, o que que me fez pensar ainda mais sobre o tema: o cancelamento de uma co-deputada cancela ao mesmo tempo um número enorme de MÃES que se viam representadas pelo seu discurso e pela sua luta contra a violência obstétrica. Quem vai solucionar essa falta e esse buraco representativo?
Repito a pergunta: quem vai aceitar, a partir de agora, a posição de mero “puxador de votos” de uma candidatura pela qual não terá NENHUMA ingerência e de onde poderá ser demitida sumariamente pela detentora do cargo, sem precisar dar qualquer explicação? Quem votará em uma co-deputada que defende suas ideias ou sua identidade sabendo que o seu voto pode ser jogado no lixo por uma canetada autoritária?
Por outro lado, é saudável ver um projeto autoritário ser exposto publicamente.