Kits e cesarianas

Como o meu filho bem observou, a diretriz da prescrição dos “kit covid” é a proteção …. DO MÉDICO, e não necessariamente do paciente. Ele me alertou também para o fato de que a lógica utilizada pelo CFM é igual àquela que leva ao abuso das cesariana: na dúvida OPERE, para se proteger enquanto profissional.

Mesmo sem o saber, o representante da corporação médica defende o “imperativo tecnológico” do qual Robbie Davis-Floyd se ocupa, que diz que “se há tecnologia disponível ela deve ser usada, inobstante o fato de causar dano”. Muito mais do que evidências científicas, a profissão é levada a agir por defesa, aumentando gravemente os riscos para os pacientes – mesmo que os diminua para os médicos.

Assim, se algo ocorrer de grave pelo uso do kit covid – e o mesmo se pode dizer das cesarianas – sempre haverá a desculpa de que “fizemos tudo que estava ao nosso alcance”, e isso servirá como salvo conduto diante dos seus pares, pois quem julga os médicos nos conselhos de classe se beneficia do (ab)uso tecnológico em que a Medicina se sustenta e está envolta. Mas, é claro que falta também um judiciário que aprenda a julgar casos médicos desviando dos atalhos fáceis do “senso comum”.

Médicos acovardados e judiciário pusilânime levam ao abuso de intervenções, medicalização da vida cotidiana, custos aumentados e morbimortalidade crescente. Prevenir iatrogenia é função medica.

Veja aqui a matéria do Intercept sobre a posição do vice-presidente do CFM no que diz respeito à proteção dos médicos diante da Covid 19.

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