Acredito que o sujeito que será um bom pai – ou um pai comprometido e amoroso – enviará sinais desde os primeiros momentos, ainda no processo de enamoramento, sob a forma de códigos, sinalizações, mensagens criptografadas, dicas e pistas esparsas, que aparecerão nos detalhes do comportamento e nos espaços de silêncio que separam as palavras. Podemos perceber na forma como fala das crianças, como as enxerga e como entende sua educação.
Se quiser saber que pai ele será, também pode ser de ajuda saber como foi a sua relação com os seus pais, as mágoas que ficaram, os traumas e temores. Dá para perceber a paternidade latente ao observar como lembra do seu próprio pai e como o trata na velhice; se perdoou suas falhas e erros e se tem ressentimentos e cicatrizes afetivas em relação à sua infância.
A paternidade já está inscrita nele através dos padrões que recebeu dos pais – em especial do pai, que será eternamente seu modelo. Por certo que não há como saber tudo, e acredito que existe a chance de haver surpresas – para o bem e para o mal – mas é possível ter uma boa noção de como ele se relaciona com a paternidade. Não é um tiro no escuro, ainda que a luz tênue que ilumina o traçado torne sua leitura um mapa de laboriosa decodificação.
Para uma mãe use a mesma regra….