Sonhei essa noite que estava carregando um grupo de amigos na caçamba de uma caminhonete. Esta caminhonete havia sido assaltada e o banco do carona foi roubado. Ou seja: não havia “banco”, mas ainda assim era possível dirigir o veículo e dar carona aos meus parças. Dirigi pelas ruas tortuosas até que precisei entrar na rua Independência, mas para isso precisaria acessar primeiro a rua “Labotois”. Perguntei a alguém na rua como seria possível subir por esta rua, mas não obtive resposta. Acordei com esse nome na cabeça – uma rua que eu bem sei que não existe – e anotei no celular. Pela manhã voltei a pensar no que esta palavra poderia querer me dizer.
Labotois (Labotoá)??? Essa palavra, aparentemente não existe em nenhum idioma. Vejamos onde ela pode se situar…
* La Bote (restaurante antigo da cidade). Pizza, com meus amigos…
* La Boîte (a caixa, a lata). “Alors j’ai commencé à chercher à l’extérieur de la boîte.” – Então comecei a pensar fora da caixa…
* La Boîte aux Lettres (a Caixa de Correio, restaurante em Paris). Tudo a ver com minha estrutura sofisticada, que curte “haute cuisine française”, só que não. Ou será que estou para receber uma correspondência importante? I bet that’s the best choice.
* La Boétie (Étienne de La Boétie, cuja obra mais famosa é seu Discurso da Servidão Voluntária, escrita em 1548, após a derrota do povo francês contra o exército e fiscais do Rei, que determinaram um novo imposto para a cobrança do sal. A obra se estabeleceu como um hino à liberdade, com análises muito pertinentes sobre as origens do autoritarismo e da dominação de grandes grupos por alguns poucos poderosos. Também trata da necessária indignação pela violência da opressão e as formas como enfrentá-la. Morreu com apenas 32 anos de idade e foi o grande amigo de Montaigne, que jamais se recuperou de sua perda).
Lígia Víctora, onde estás?