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Nudez perversa

As redes sociais e o jornalismo independente destruíram em poucos anos a imagem falsa de Israel como “a cidade no meio da selva”, que durante décadas nos fez pensar que a “única democracia no Oriente Médio” era uma ilha de civilidade em meio à barbárie.

Não passavam de mentiras, narrativas falsas para nos afastar da dura realidade: Israel é um antro de perversidade, uma nação falsa e artificial criada pela expulsão dos seus moradores e controlada por fanáticos e assassinos genocidas, racistas da pior espécie, o que tornou a população de Israel a mais desprezível do planeta. Bastou que as informações viessem dos dois lados – mostrando a realidade dos palestinos – para que o mundo percebesse o horror da ocupação, a vergonha do Apartheid e a indignidade de um campo de concentração a céu aberto como é Gaza.

O exército sionista, por sua vez, recebe orientações claras para matar crianças, mulheres, jornalistas e o pessoal em serviço na atenção médica. Ficou claro que estas não são baixas colaterais, mas o objetivo principal das bombas sionistas. Já as pessoas por trás dessas ordens – os militares sionistas – são os piores seres humanos que jamais pisaram a Terra, conduzidos por uma ideologia segregacionista e supremacista, baseada em três pilares:

1- o mito do povo escolhido
2- o mito da eterna vítima das perseguições
3- a desumanização dos palestinos

Essa ideologia fascista oferece o suporte para as ações covardes, os ataques destrutivos, os assassinatos, a limpeza étnica, o desprezo pelas outras etnias e os massacres que se direcionam em especial às crianças. Por outro lado, a liberdade de expressão que ocorreu como efeito colateral das redes sociais acabou demonstrando que a narrativa sionista é produto de mentiras grosseiras, e que o “povo escolhido” nada mais é do que um grupo de abusadores e colonos racistas, cuja perspectiva de mundo é fundada no supremacismo racial e no uso da força bruta como forma de apropriação do que é, por direito, dos nativos da Palestina.

Não há povo mais bravo e resiliente que o palestino, que sacrifica sua própria vida em nome da liberdade e da autonomia. É impossível destruí-los porque não se destrói uma ideia. Já os sionistas, estes estão derrotados, seja na batalha direta contra os guerreiros palestinos da resistência ou seja pela mudança radical da opinião pública sobre os crimes de genocídio, limpeza étnica e racismo cometidos contra a população original da Palestina. Israel não sairá impune desse crime cometido contra toda a humanidade.

Racismo, nunca mais,
Limpeza étnica, nunca mais,
Sionismo, nunca mais,
Imperialismo, nunca mais!!

A Palestina vive e respira por cada um de nós. Não deixe de falar sobre o massacre. Denuncie os racistas!! Boicote a todo e qualquer produto, serviço, artista ou acadêmico que represente o Estado Terrorista de Israel.

Não vamos esquecer o que Israel fez às crianças da Palestina. Jamais. Até comparar Israel com os adoradores de Adolf é injusto, porque o criminoso nazista nunca determinou que o alvo de seu ódio fossem especificamente as mulheres e crianças indefesas. Esta guerra – de um estado poderoso contra um povo – já foi perdida pelos sionistas, inobstante as mortes que ainda continuam a promover entre a população de Gaza e da Cisjordânia. Entretanto, depois de tanta violência, o mundo jamais verá Israel como outrora. Despida da capa de mentiras construída pela imprensa corporativa corrupta, agora todos podemos ver – quase sem censura – a obscenidade de sua essência perversa.

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Atlantíades

O Estado Sionista de Israel voltou a violar o cessar-fogo e atacou Gaza mais uma vez, levando ao assombro um total de zero pessoas. Ora, este país é conhecido por desrespeitar todas as normas internacionais, invadindo, destruindo, aprisionando menores de idade, usando armas proibidas e matando crianças e mulheres (68% dos mortos em Gaza nos atuais ataques), sem qualquer preocupação com as consequências, por saber que sempre receberá respaldo do imperialismo americano. E faz essas barbaridades com a desculpa de estar tentando atingir o Hamas. Em face de tantas atrocidades, torna-se evidente que Israel é o maior risco à segurança da comunidade judaica em todo o mundo. Por esta razão, deveria partir dos próprios judeus – como já o faz o Jewish Voices for Peace (JVP) – a linha de frente nas críticas severas às ações genocidas do governo de Israel. Mais ainda, seria essencial ver a comunidade judaica unida na luta contra o fascismo sionista, até pela sua histórica vinculação com os movimentos socialistas do século passado. É importante desfazer a ideia de que todo judeu é apoiador dessa carnificina e sempre lembrar que nem todo judeu é sionista e a maioria dos sionistas não são judeus – como são os evangélicos fundamentalistas.

Outro aspecto importante é o crescimento vertiginoso das manifestações populares contra Israel em todo o mundo. Há poucos dias mais de 100 mil manifestantes lotaram as ruas de Glasgow na Escócia. Londres também teve novas passeatas, enchendo as ruas da cidade com palavras de ordem pela liberdade da Palestina. O Iêmen está bloqueando navios com bandeira israelense que passam pela sua costa e trabalhadores dos portos em várias partes do mundo boicotam o carregamento de armas para Israel. O mundo inteiro se insurge contra o morticínio dos opressores na Terra Santa.

Aqui no Brasil é necessário incrementar a participação popular nas ruas. É na rua que faremos pressão, não em gabinetes ou através dos lentos e intrincados corredores frios da diplomacia. É com o calor e a voz do povo nas avenidas, exigindo ações do governo Lula, que romperemos relações diplomáticas com Israel, dando início a uma reação de indignação internacional em cadeia que, por fim, levará ao isolamento total de Israel, tornando-o um país pária na comunidade das nações.

Guardadas as proporções e diferenças geopolíticas, foi através das ações de bloqueio e sanções internacionais que o Apartheid sucumbiu na África do Sul. Também foi pelas manifestações de rua que os Estados Unidos se retiraram da Guerra do Vietnã. Israel precisa sofrer boicote total nos esportes, no mundo acadêmico, no comércio internacional e na ciência. Desta forma, é absolutamente inaceitável que Israel venha a participar de qualquer atividade esportiva no âmbito mundial, como serão as Olimpíadas em Paris em 2024. Se um país que bombardeia escolas e hospitais, mata crianças e destrói uma cidade inteira vier a participar das próximas Olimpíadas (onde a Rússia será vetada) então não haverá legitimidade alguma nessa competição. Melhor chamar de “Atlantíades“, a competição exclusivamente “otanista” e subserviente aos interesses imperialistas.

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Imprensa Livre

Ah, a “imprensa livre”…

Hoje (mais) duas empresas romperam o patrocínio com a rádio Gaúcha aqui de Porto Alegre em razão dos comentários no programa Timeline de um formador de opinião que se chama Davi Coimbra.

Eu acho o Davi Coimbra um desastre comentando futebol, e seus comentários sobre política são conhecidos como “a voz do patrão”, sempre à direita, contra Lula, contra o PT e com ataques frequentes à esquerda. Eu jamais o assisto desde um famigerado posicionamento seu – sem provas e sem evidências – contra Lula para impedi-lo de concorrer à presidência. Também não assisto o Timeline, mas sei que a entrevista com Lula foi desrespeitosa e grosseira, assim como uma realizada com o senador Requião na qual ele bateu com o telefone de tão furioso ficou com o tratamento jocoso e debochado dos jornalistas do programa.

Posso não gostar nada do que estes comunicadores falam ou escrevem, mas esse é um problema de quem os assiste, não meu. Faço o meu boicote pessoal e acho justo que assim se faça. Se não houver abuso da lei digam o que quiserem em seus veículos. Entretanto, o que vemos agora é que os patrocinadores retiram os contratos diante das discordâncias de opinião. Tudo para não manchar sua imagem diante de opiniões controversas.

Atentem para a situação: hoje em dia, o que você escuta e assiste em uma rádio e também em outros meios fica por conta da régua moral de um fabricante de bolachas que, por discordar do chato do Davi, resolve retirar o seu patrocínio. Foi exatamente o que aconteceu…

Entretanto, “imprensa é dizer aquilo que alguém não quer ouvir”. Essa é a frase do imperador do jornalismo americano, William Hearst, que inspirou Orson Welles em Cidadão Kane. Dizer grosserias pode ser jornalismo, assim como destratar pessoas. O jornalista anda no fio da navalha, pois para trazer a verdade sempre corre o risco de ser ofensivo. Minhas grosserias contra Bolsonaro precisam ser toleradas assim como aquelas ditas contra Lula. Se estiver dentro da LEI está valendo. Retire-se dessa pauta difamação e calúnia e o resto precisa ser protegido. Todos fazemos críticas e elas também precisam de proteção. Se nós admitirmos esse tipo de patrulha sobre a opinião alheia então seremos reféns desse tipo de controle corporativo sobre o que pode ou não ser dito.

E quem disse que empresas de bolacha tem o direito de decidir que tipo de notícia será dada? Ou a perspectiva a ser utilizada? O que eu digo é que esse tipo de controle da notícia pelo capitalismo pode ser qualquer coisa, menos imprensa livre. Prefiro a opinião ridícula de um bolsonarista que fala para quem quer lhe escutar do que o controle feito por algum capitalista (ou pelo Estado) do que seja justo noticiar.

Jornalismo é falar algo que alguém não quer ouvir, mas racismo, machismo, difamações ou mentiras não são cobertas por esta análise, exatamente porque há LEI para coibir este tipo de manifestação.

Para mim fica evidente e translúcido o ocaso da imprensa corporativa. Uma imprensa que precisa agradar seus patrocinadores produz um jornalismo vendido, amarrado, preso. Pode ser tudo, menos imprensa livre.

Jornalista fazendo publicidade de produtos – como garotos propaganda – é o fim da várzea. Sou do tempo em que se dizia “jornalista não tem amigo”, para mostrar que o profissional da imprensa íntegro deveria estar na linha de frente para ACUSAR as empresas que ferem a ética, políticos que agem de forma corrupta e até empresas que atentam contra a saúde pública. Mas, para serem silenciados, são comprados com patrocínios em seus programas. “Não disse o que queremos ouvir? Então tiramos o seu salário”.

É preciso criar um novo modelo, sem as amarras da publicidade corporativa, sem as chantagens e pressões do capital. Sem isso não temos imprensa, no máximo “relações públicas” empresariais.

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Guerra de versões

Antes de adotar um lado de qualquer de matérias tão importantes é essencial situar-se e ver como as informações são produzidas. O que vem da Síria, Coreia do Norte e mesmo Cuba é filtrado por agências de notícias com claras vinculações com o poder econômico internacional. As notícias da Coreia até hoje, e as do Iraque antes da invasão, são exemplos claros do quanto é possível mentir sobre um país inteiro. Quem lembra do Antrax e das armas de destruição em massa? Pois estas desculpas absurdas foram usadas para justificar à opinião pública o massacre sobre um país soberano.

Na Síria de hoje podemos ver “crianças recicladas” sendo tratadas como “novas vítimas” pelos “Capacetes Brancos” para produzir a comiseração internacional e modificar a percepção ocidental da barbárie da guerra. Pode-se ver isso claramente nos inúmeros vídeos sobre o tema. É importante notar que em 2014 houve eleições nas quais Assad foi o vencedor. Portanto, esforçar-se pela deposição de Assad – como é o desejo americano – é correr o grave risco de repetirmos Iraque, Afeganistão e Líbia, onde a intervenção produziu mais miséria, destruição e o controle americano dos recursos, mas às custas de milhares de mortes de civis.

Em qualquer sociedade é necessário que haja pessoas que desafiem o senso comum, procurem visões alternativas, desconfiem dos poderes constituídos e lutem por perspectivas múltiplas e democráticas para os eventos. Não existe verdadeira liberdade quando somos atraídos por uma única narrativa e nos seguramos a ela como se ela fosse “A Verdade”. Os exemplos de fraudes internacionais patrocinadas por grandes nações são incontáveis.

No Brasil o simples convencimento das seis famílias de controladores da grande mídias é suficiente para garantir uma versão particular da história como hegemônica, por mais absurda que ela possa ser. A farsa do triplex do Lula e as escutas de uma presidente eleita sendo divulgadas na grande mídia seriam suficientes para demonstrar a falácia da “liberdade de imprensa”. A confissão de Boni, com 20 anos de atraso, da vergonhosa manipulação do debate presidencial Lula-Collor poderiam botar uma pedra sobre a questão, mas a ilusão de democracia de meios se mantém mais pela nossa fé do que por qualquer evidência. As versões filtradas da guerra da Síria, assim como qualquer outra, mostram que um conflito como esse produz narrativas controladas estritamente pelos poderosos, sendo que só conseguimos alguma visão diferente através da garimpagem criteriosa de descrições alternativas. Nem sempre podemos tê-las, mas quando as encontramos podemos descortinar uma realidade, via de regra, antagônica à versão oficial.

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