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Guerra Moral

Eu entendo as boas intenções desses religiosos, mas sei que existe um conceito por trás desse gesto que frequentemente nos leva para o lado errado do debate.

Esses três personagens – clérigos das três grandes religiões abrahâmicas – estão igualmente relacionados aos massacres ao povo Palestino, em especial em Gaza. Em geral, querem nos fazer crer que existe um elemento religioso nessas disputas. Todavia, apenas os tolos acreditam que a solução desses problemas se dará através da comunhão de pastores, rabinos e padres, como se as questões do colonialismo e da iniquidade fossem morais e as religiões pudessem resolvê-las. Isso é falso.

Minha perspectiva é de que, se esse encontro pudesse trazer qualquer solução ao bolsonarismo que nos aflige, bastaria ir a Gaza, dar as mãos, fazer uma marcha ecumênica pela paz envolvendo estas religiões e o conflito se resolveria. Entretanto, todos sabemos que o drama da pobreza no Brasil e a ocupação sionista da Palestina NADA tem a ver com as religiões.

Imaginar o contrário é seduzir-se pela mentira. Nada se resolve com esse tipo de iniciativa. Aliás, o próprio Jesus dizia que “não vim trazer a paz, mas a espada“. A solução só poderá através da luta de classes, pelo enfrentamento ao colonialismo assassino e contra o Imperialismo opressor. Às religiões nada tem a ver com os dilemas profundos do Brasil e não são a solução para nossa miséria.

O fundamentalismo religioso evangélico no Brasil não tem nada de religiosidade – basta ver o amor à violência e a veneração às armas – mas tem uma adesão clara aos valores conservadores e apenas por essa interface se comunica com a política. Ambos – conservadorismo e religião – aceitam a opressão como natural, e só por isso estão irmanados. Não há cristianismo em Bolsonaro assim como não há nada de judaísmo nos invasores europeus que fazem limpeza étnica na Palestina.

Misturar esse debate é ação diversionista. As religiões nunca foram motivo para as guerras, mas foram frequentemente usadas para camuflar interesses geopolíticos e econômicos. Esses três clérigos estão, mesmo sem o saber, estimulando o uso dessa camuflagem ao nos fazer crer que as religiões unidas poderiam ser um obstáculo ao avanço do bolsonarismo.

Para mim o que existe de mais chato nos debates atuais é quando os liberais reclamam de posições radicais, dizendo que o radicalismo impede o consenso. Confundem o conceito de radicalismo com o extremismo. Extremismo é o que vai até o extremo – e dificulta uma posição que possa produzir acordos – enquanto o radical (do latim “radix”) vai à RAIZ, por isso o nome. Por certo que sou radical, e por isso mesmo não me deixo seduzir pelas propostas de amor e comunhão que os religiosos tentam nos oferecer, que nada mais são que uma versão romantizada e contemporânea da “pax romana”.

Ou seja: “calem-se, deixem tudo como está e não toquem nas feridas sociais pois isso atrapalha a nossa “paz” e a comunhão entre as classes“. Eu prefiro o barulho das espadas se chocando em combate do que o silêncio das adagas na garganta. Isso é ser “radical”: entender que não existe paz oferecida graciosamente, muito menos uma paz que trata conflitos geopolíticos e econômicos como simples questões morais, como uma guerra do “bem contra o mal”.

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Corações e Mentes

Quando eu estava no primeiro ano do ensino médio nossa professora de português nos levou ao cinema para ver um filme recém lançado que se chamava “Corações e Mentes”. Tratava-se de um documentário sobre a guerra do Vietnã, produzido um ano após a retirada das tropas americanas da Indochina e um ano antes da “Batalha de Saigon”, que selou o fim da guerra em 1975. Entre 1 e 3 milhões de vietnamitas perderam a vida nos combates, numa luta insana pelo direito de escolherem seu próprio destino após séculos de dominação estrangeira.

O filme me marcou profundamente pelas cenas de bombardeios, a crueza das torturas, o depoimento tocante dos soldados – que eram obrigados a despejar bombas sobre vilarejos – e tantas outras crueldades. Entretanto, nada me chocou mais do que a fala de um general americano chamado William Westmoreland – curiosamente seu sobrenome significa “mais terras para o oeste” – tanto é que suas palavras e sua expressão apática não me saíram da memória passados já mais de 40 anos. A fala que tanto me impactou se situa no final do documentário. Em breves segundos ele dizia textualmente que “Os orientais não dão o mesmo alto valor à vida que um ocidental. Para eles a vida é abundante e barata. A filosofia do Oriente expressa isso: a vida não é importante”.(minuto 1:43:15 do documentário de 1974 “Hearts and Minds”)

Para mim foi um choque, mas é possível entender perfeitamente as motivações desse general. Para quem pode determinar com um simples aceno de quepe a matança de mulheres e crianças em um vilarejo pobre da Indochina a única forma de suportar tamanha crueldade e covardia é criar a fantasia de que, aquilo que chamamos “vida”, para eles tem um valor menor. Assim, as lágrimas de uma mãe americana sobre o caixão do filho que volta morto da guerra têm muito mais valor do que aquelas vertidas por uma mãe oriental que carrega seu filho sem vida descarnado pelo Napalm. Desta forma, desumanizando o inimigo, é mais fácil cometer as mais brutais atrocidades, pois criamos uma barreira que nos impede o acesso à empatia. Tratamos os inimigos – incluindo seus anciãos, mulheres grávidas e crianças – como gado, ovelhas, para que o extermínio de suas vidas não nos cause dor, culpa ou remorso.

Quando eu presenciava alguém fazendo acusações criminosas contra os palestinos dizendo que usam os próprios filhos como “escudos humanos” – sem uma prova qualquer dessa barbárie – eu sempre lhes perguntava: “Se uma nação estrangeira viesse ocupar sua cidade você colocaria seus filhos na janela de casa para serem o alvo das balas inimigas?” e a reação era sempre um sonoro “NÃO“. Eu, então, questionava: “E por que acha que um palestino faria isso com seus próprios filhos?” e a resposta que se seguia cursava a mesma linha do General William Westmoreland citada acima: basicamente, “a vida tem um valor no centro do Império e outro para as colônias. Matar servos não é muito diferente de sacrificar animais”.

Para perpetuar os massacres covardes contra crianças, bebês e famílias inteiras em todos os lugares destruídos pelo Imperialismo é necessário criar e disseminar um projeto de desumanização dessa população. Só assim o odor de sua carne em brasa se torna suportável, suas perdas insignificantes e seus atos monstruosos aceitáveis. Chamar de “terroristas” todos os povos que lutam por sua terra, por sua autonomia, pela sua liberdade e pelo fim do Imperialismo é tão equivocado quanto usar a mesma palavra para descrever a Resistência Francesa e os bravos Vietcongues, que fizeram exatamente o mesmo. Criar a falsa narrativa de desapego dos insurgentes à vida dos próprios filhos é uma covardia sustentada por uma farsa. O mundo precisa enfrentar o imperialismo e o colonialismo racista que nos asfixia, se é que ainda temos esperança de sobreviver enquanto espécie.

Aqui o link para o documentário completo que pode ser visto no YouTube.

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Ainda sobre Jean

Comecei a gostar das crónicas (com “ó” mesmo) de Alexandra Lucas quando ela escreveu uma emocionante defesa de Woody Allen, rechaçando as mentiras e difamações que muitas mulheres americanas, sedentas de sangue, lançaram contra ele – a exemplo de bolsominions, sem provas e prenhes de convicções. O linchamento das radicais americanas me enojou quando percebi o ódio manifesto contra um homem, branco, rico e maduro cujo único crime foi se envolver com uma mulher mais jovem e com quem está unido há mais de 30 anos. A história do abuso, uma criação fantasmática rechaçada pela polícia e pelos especialistas, povoa a imaginação dessas acusadoras há 3 décadas. Ainda hoje atrizes como Ellen Page e Susan Sarandon espalham estas mentiras sem jamais demonstrarem uma prova sequer de que uma violência tenha sido cometida. O ódio, e só ele, as motiva.

Agora Alexandra escreve sobre a tristeza, que compartilho com ela (veja aqui), de ver uma figura tão importante para a imagem das esquerdas e do universo LGBT escrevendo tolices inimagináveis sobre a Palestina, vítima de um engodo criado sobre a “liberdade gay de Israel”. Em um texto escrito após ser criticado pela visita imprópria a Israel, Jean Wyllys, este personagem, conseguiu em poucos parágrafos reunir uma infinidade de clichês, bobagens, desinformações, preconceitos, ingenuidades e lugares comuns sobre a Palestina, mostrando que sua luta contra a opressão gay e trans em seu país não foi intensa o suficiente para se estender ao sofrimento e opressão a que são submetidos os palestinos, massacrados pelo exército racista de Israel. Sua deplorável conivência com o sionismo apenas mostra que, sem um aprofundamento sobre o tema, qualquer um pode ser vítima da sedução, do “pinkwashing” e da propaganda dos opressores.

Meu desejo – e o de Alexandra – é que Jean viva o suficiente para se desculpar do estrago que produziu na imagem da esquerda brasileira na luta Palestina por liberdade e autonomia. Sonho com o dia em que um texto seu comece com as palavras:

“Sobre a Palestina, eu peço perdão…”

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Porque apoio a Palestina Livre

Estudo a questão Palestina há 10 anos e não sou tolo de cair na armadilha do “antissemitismo”, como denunciou Norman Finkelstein. Ninguém mais pode cair nesse tipo de cilada. Israel é um país que foi roubado dos seus habitantes, um país terrorista que ataca mulheres e crianças palestinas. No último ataque a Gaza (2014) foram 2200 mortos sendo 500 crianças. Gaza não tem tanques, exército ou armas. Foi um massacre covarde contra a população civil!!!

Sou anti sionista SIM porque sou contra o racismo. Os palestinos na política de Israel são uma farsa, apenas usados para dar uma face democrática e enganar pessoas que desejam acreditar na falácia de um “Estado Democrático e judeu”, que nada mais é do que uma etnocracia,  assim como era a África do Sul. Os palestinos de Israel são “cidadãos de segunda classe” (como negros na África do Sul) e são proibidos pelas mais de 50 leis racistas a serem maioria no Knesset. Os 6 milhões de  palestinos não tem direito a voto!!!! Ser contra o modelo de limpeza étnica e extermínio palestino não é ser contra os judeus, da mesma forma que ser contra os nazistas não é ser contra os alemães. É preciso ACORDAR!!!!!

Vou citar apenas os meus heróis JUDEUS para que entendam mais sobre a questão Palestina e o neocolonialismo europeu no oriente médio que se baseia em limpeza e genocídio da população que lá vive há séculos. Apenas lembrem que NUNCA houve animosidade contra judeus no Oriente Médio antes da Palestina ser roubada em 1948. Os autores são: 

Illan Pappe

Max Blumenthal

Miko Pellet

Norman Finkelstein

Shlomo Sand

Gideon Levy e

Noam Chomsky

Se quiserem os não judeus leiam – e vejam no YouTube – George Galloway e o ex presidente americano Jimmy Carter. Sejam contra o racismo e combatam o genocídio promovido por Israel. Existem milhares de informações em vídeos e livros sobre o assunto!!!!

Ha muitos anos eu era como boa parte dos ocidentais que acreditavam em Israel, principalmente pela propaganda odiosa anti árabe do cinema americano. O documentário Reel Bad Arabs (tem no Youtube) abriu meus olhos para isso. Acreditava que Israel havia feito o deserto florescer, que era uma “ilha de civilização no meio da barbárie” e outras tantas falsidades criadas para justificar o Nakba – a catástrofe que se iniciou em 1948. Eram todas mentiras: Israel é a própria barbárie no oriente médio, a principal apoiadora do ISIS. Leiam sobre isso!!!!

Todavia, só consegui mudar minha opinião lendo os autores judeus que me mostraram a verdadeira narrativa Palestina e o roubo da sua terra. Foi com Norman Finkelstein e “A Indústria do Apartheid” que eu acordei para estas acusações toscas de antissemitismo para todos que defendem a Palestina. Foi com Miko Peled, o filho do General israelense, que eu entendi a segregação racial por dentro e compreendi a guerra de 67. Foi com Ilan Pappe que eu entendi a limpeza étnica da Palestina que foi arquitetada desde o século XIX. Foi com Shlomo Sand que entendi a invenção do “povo judeu”, que nada mais é que uma criação ficcional para justificar o extermínio árabe. Foi com Noam Chomsky, antigo defensor do sionismo, que entendi que não há nada de judeu em apoiar um sistema as assino e que sempre é tempo para mudar e recolher o lado certo da história. Foi assistindo “5 câmeras quebradas” que pude ver de perto a resistência pacífica dos palestinos e seu sofrimento sob a opressão.  

E acima de tudo, foi através do aprofundamento nas leituras que pude tirar da frente dos meus olhos o véu da propaganda sionista e islamofóbica que me impedia de ver a realidade. Espero que este seja o caminho de todos que desejam a paz, até porque é absolutamente incoerente defender o legítimo direito dos índios brasileiros e negá-lo aos palestinos.

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Break the Silence!!!

caetano-roger-waters

Em recente artigo escrito para a Folha de São Paulo,  Caetano Veloso faz uma espécie de “mea culpa” pela sua ida com Gilberto Gil para Israel para a apresentação de shows comemorativos da longa parceria entre ambos. O que resta da leitura do seu texto é um constrangedor “puxa, eu não sabia“. Eu esperava mais de um ícone da cultura brasileira, cuja trajetória também foi marcada pela dor de um exílio e pela arbitrariedade de um governo perverso.

Ora, não se pode perdoar Caetano quando ele usa desculpa furada de não conhecer os massacres contra os Palestinos que ocorrem de forma sistemática há décadas. Caetano foi amplamente avisado, orientado – conclamado até – para conhecer a brutal violação de direitos humanos patrocinada por Israel. Mas, por medo, falta de firmeza e brio… calou-se. Mesmo depois de conhecer a realidade “in loco”, e ter a oportunidade de gritar “Break the Silence!!!” e expor publicamente sua solidariedade ao povo massacrado da Palestina, preferiu se calar.

A atitude pusilânime de Caetano – quando poderia ter feito a diferença – é o que expõe a distância entre um artista de qualidade e uma grande personalidade. Essa é a diferença entre Caetano e Roger Waters. O músico genial do Pink Floyd não se calou e tampouco usou a desculpa esfarrapada de que “não sabia como era“. Não. Munido de informações Roger postou-se com bravura contra a barbárie e lidera o mundo da arte contra o Apartheid israelense. O que sobra em Roger Waters, falta em Caetano: coragem e postura.

A velha retórica de chamar os opositores de “furiosos”, e a crítica quase infantil contra Miko Peled, o filho do general, mostram que Caetano ainda acha – em pleno século XXI – que existe espaço para um país cuja política racista e excludente destrói as esperanças de um povo e uma pátria ocupada. Não é o que a civilização e a justiça determinam, Caetano. Embora a sua tímida retratação, você continuará representando para mim um artista de segundo nível, abaixo de Luan Santana (pela sua negativa de apresentar shows no MS até acabar o massacre Kaiowá) em termos de atitude pública diante das barbáries contemporâneas.

Suas palavras ensaiando uma retratação, mesmo diante do frágil “acho que não volto mais” ao menos sinalizam que ele percebeu o quanto sua atitude fraca prejudicou o esforço mundial de bloquear Israel em sua política de limpeza étnica. A ideia de buscar informações e pesquisar vídeos explicativos sobre a Palestina no YouTube (só agora???) pode ser interpretada como uma tentativa de resgate de sua própria coerência.

Entretanto, o texto deixa a desejar quando se busca em suas palavras a solidez e a firmeza contra os abusos de Israel. Não vi solidariedade expressa e nem a adoção de uma postura de peito aberto. O que vi foi uma série de desculpas quase infantis sobre a razão de ver uma grande oportunidade passar na sua frente e ter se calado.

Penso ser inaceitável que Caetano use sua ignorância como desculpa. É como se em meados do século XIX o filho de um lorde inglês precisasse vir ao Brasil para descobrir que havia escravidão e, aqui chegando, se desculpasse dizendo “eu não fazia ideia que era assim“. Você foi avisado, Caetano, por Roger Waters e por centenas de ativistas. Foi porque quis, ganhou seu rico dinheirinho e agora se faz de “menino assustado”.

Você provavelmente tem vergonha de ter sido enganado por Israel. Eu também fui. Sartre e Jorge Amado foram enganados pelo comunismo real soviético. Todavia, seria nobre da sua parte reconhecer que a “democracia” israelense é uma FRAUDE, que a Palestina foi roubada em 1948 com terror e massacres, que o povo palestino vive em uma prisão a céu aberto e que Israel jamais pensou em um país plural, e sua perspectiva sempre foi a da limpeza étnica e da aniquilação lenta e sistemática do povo palestino.

Espero que seus fãs possam lhe perdoar, mas não acredito que os palestinos – que podiam ter recebido sua ajuda – sejam tão condescendentes com a sua fraqueza de espírito. Reconhecer seu engano, a postura preconceituosa com o mundo árabe e o islã e o entusiasmo com a falsa “modernidade” de Israel seria um excelente começo. Mas você preferiu agir como um menino medroso, e quando o mundo pedia uma voz de solidariedade a um povo que lentamente agoniza você se calou.

Por medo.

Você foi cúmplice de um massacre e um crime contra a humanidade. “O show falou por si” é uma mentira que tenta encobrir sua covardia. Podia ter falado, gritado, esbravejado mas preferiu o silêncio. E isso ficará marcado em sua trajetória. Você viveu no tempo do Apartheid israelense mas quando teve a grande oportunidade de se posicionar, foi fraco. Que Deus se apiede de sua alma.

É fácil falar quando se está distante da dor que esmaga o peito do outro.

Pense em Gaza, Caetano.
Gaza é aqui.

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Refugiados

A foto acima apressou o fim da guerra no Vietnã, o que fará a que se encontra no fim desse texto? A foto do menino morto na praia nos despertou para a tragédia dos refugiados. As imagens das execuções sumárias e das mais de 500 crianças mortas no último massacre de Gaza por Israel nos despertam lentamente para a barbárie, com a qual ainda somos coniventes.

Não reclamem das imagens; questionem a realidade estúpida e desumana.

Você não vai orar por algo ou alguém que desconhece. Faria uma oração pelos desabrigados e vítimas de bombas terrestres no Curdistão? Não, não faria isso sem ter o conhecimento dessa crueldade. A foto do menino sírio serve para nos despertar, nos mostrar o drama humano dos refugiados. Nos obriga a refletir e questionar. Nos mostra a crueza da morte de uma criança. E nos obriga a tomar posição diante dessa tragédia. A foto cumpriu seu propósito de nos sacudir.

Aylan Kurdi 01

Eu acho que a imagem da criança sem vida na praia tem a capacidade de nos despertar. Por mais cruel que seja, pode ter uma função pedagógica. Ele tinha 3 anos e se chamava Aylan Kurdi. Não conseguimos nos mobilizar sem estabelecer identificações, e a cena nos leva a pensar nos meninos que nos cercam e que poderiam estar com seus pequenos corpos gelados em uma praia abandonada. Enquanto seres humanos forem apenas números nada faremos para mudar esta realidade crua.

A imagem forte e cruel nos oportuniza despertar do nosso sono de insensibilidade. Se não fosse a fotografia do menino na praia estaríamos debatendo a tragédia dos refugiados sírios?

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