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Renato

Com a provável saída de Renato do Grêmio voltaram às especulações de que ele poderia ser o técnico da nossa combalida e impopular seleção brasileira. Entretanto, corre o boato de que suas opções políticas seriam um empecilho para que assumisse o cargo, já que Renato adotou uma franca posição de apoio a Bolsonaro (e antes para Sérgio Moro e a LavaJato). Entender as razões para esta vinculação em todas as suas nuances é complexo, mas por certo que Bolsonaro sempre agradou as pessoas que ganhavam salários acima de 1 milhão mensais.

Renato é um reacionário bolsonarista, fez inúmeras manifestações explícitas de apoio ao ex-presidente, mas afastá-lo apenas por isso seria um absurdo. A seleção não pode ser regulada por este tipo de perspectiva, até porque no mundo do futebol de ponta, dos jogadores milionários e dos técnicos ricos, poucos se salvam da sedução fascista. Quase todos os jogadores que ficam muito ricos facilmente adotam um pensamento de direita, acham-se burgueses, casam com modelos loiras e queimam seu dinheiro com festas suntuosas, álcool, bacanais, carros e todo tipo de consumismo pueril. Por que deveríamos exigir apenas do técnico uma postura social mais responsável e politicamente coerente?

Quase todos os jogadores exaltam partidos de direita e namoram com posições claramente fascistas, exaltam a polícia e aplaudem ações punitivistas contra a população pobre – e aqui vai a lembrança de Tite, clara exceção. Entre os jogadores famosos muitos (maioria?) são garotos criados sem a presença do pai e enxergam nos políticos populistas de direita, com discurso autoritário e ações conservadoras na moral, a função paterna de que tanto carecem. Renato é um exemplo típico disso, mas ninguém contrata um técnico para ser representante popular, para falar sobre aborto ou distribuição de renda, mas para escolher e treinar seus jogadores com o máximo de profissionalismo e seriedade.

Caso decidam barrar Renato, acaso impedirão Neymar – ainda mais reacionário que Renato – na seleção? Criaremos na seleção brasileira um “vestibular” ideológico para os treinadores? Aliás, quem sobraria numa seleção que tivesse uma postura política progressista?

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Conversa com Roger

Bolsonaro, de tanta tolice que fez, ao menos nos fez um grande favor: nos livrou de um mal muito maior, a Lava Jato. Ela significava a União da Globo com judiciário e com o pior da classe média punitivista, essa mesma que pede AI5 e volta da Ditadura, das velhas de laquê solicitando tortura e dos aposentados com camisa da CBF.

A Lava Jato era a extrema direita no poder, com o supremo, com tudo. Seria um bolsonarismo de terno, gravata e toga. Moro seria o super-herói justiceiro, acima da lei, talvez o presidente. O promotor Deltan estaria montado em R$ 2.6 bilhões da sua instituição fascista montada com dinheiro da Petrobrás.

O “modus operandi” lavajatista disseminado por todo o país continuaria a produzir delações sob tortura, prisões midiáticas, juízes acertando sentenças, as “10 medidas” fascistas do Dalanhol e a disseminação de um Estado policial.

A luta de Bolsonaro com Moro fez o segundo se refugiar no exterior, onde podemos ver seu brilho aos poucos se apagar. Bolsonaro e o Hacker colocaram o poderoso juiz no chinelo, restando apenas o Barroso/Globo a lhe dirigir algum elogio póstumo.

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