
Cara, que horror é esta matéria da Milly Lacombe sobre o Oscar 2025. Uma crítica ressentida, raivosa, focada nessa misandria cafona de alguns segmentos do feminismo e atacando este inimigo onipresente: o homem branco, cisgênero e heterossexual. Sua postura e sua visão unívoca, que coloca o patriarcado como a causa precípua dos problemas do capitalismo, é recheada de todo esse divisionismo anacrônico. Sua aposta na belicosidade dos gêneros parece um pão quentinho que sai fumegante do forno dos “think tanks” gringos. Ela é a versão feminista do Jean Wyllys – que poderia facilmente ter escrito uma crítica ácida ao fato de não haver homossexuais premiados ou sobre a injustiça cometida contra a atriz trans Sophia Gastón. Quem duvida que já existam crônicas falando da falta de negros no Oscar desse ano? A propósito, me ocorreu agora: já não era tempo do “Oscar” ter nome de mulher, ou vamos continuar com esse machismo?
Ou seja: que se foda o cinema, eu quero é ver a minha tribo representada!! E se, para a defesa e a exaltação das minhas identidades for necessário atacar homens brancos e héteros, ainda melhor. A articulista sequer se dá conta que esses três filmes: “Anora”, “Ainda estou aqui” e “Emília Perez” são centrados na figura de mulheres e seus dramas. São elogios às múltiplas faces e papéis das mulheres na sociedade contemporânea e sua importância central na cultura. Essa postura de ataque sistemático aos homens é chata demais. Entretanto, fica fácil ver que é um discurso proposital; este tipo de matéria busca engajamento numa esquerda cada vez mais perdida no identitarismo do partido democrata americano e das ONGs que sustentam a separação. Boicotam a luta de classes por meio da fantasia da “diversidade”, uma arma de propaganda das direitas do mundo todo. Estas, não por acaso, são as mesmas instituições que foram solapadas com a vitória de Trump/Musk, e que agora choram pelo espaço perdido.
Ver estas personalidades minguando em profundo desespero é o único consolo pela vitória de um psicopata arrogante e estúpido.
