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Craques da seca

O jogador Edenílson está saindo do Internacional no início de 2023 para jogar no Atlético MG. Ficou 6 anos no Internacional de Porto Alegre e jamais deu uma volta Olímpica sequer, nem mesmo no ruralito (campeonato gaúcho, ou “gauchão”). Alguns jogadores tem essa sina; são bons, competentes, dedicados e alguns são até mesmo craques da bola, mas jogam em times que não conseguem ganhar nada. O mesmo aconteceu com Tcheco do Grêmio na época ruim do início desse século, ou Rubem Paz também do Inter nos anos 80. São os famosos “Craques das vacas magras”.

Entretanto, para mim o maior exemplo no mundo inteiro de craque sem títulos na carreira foi Rivelino, craque indiscutível, ídolo e exemplo maior de Maradona, mas que teve o supremo azar de jogar naquele Corinthians que viveu à sobra da “Academia Palmeirense” e depois dos anos de glória do Santos de Pelé, e por isso ficou 23 anos sem ganhar nada de relevante, mesmo sendo a maior e mais fiel torcida de São Paulo.

Estes são os títulos da carreira de Roberto Rivelino. Percebam que os títulos obtidos em clubes são todos inexpressivos. Entretanto, ele foi um dos principais jogadores da conquista definitiva da Taça Jules Rimet, o tricampeonato conquistado no México em 1970.

1 Torneio Rio-SP (1966) pelo Corinthians.

2 Campeonatos Cariocas (1975 e 1976),

1 Torneio de Paris (1976),

1 Copa Viña Del Mar (1976) e

1 Troféu Teresa Herrera (1977) pelo Fluminense.

1 Campeonato Saudita (1978-1979) e

1 Copa do Rei (1980) pelo Al-Hilal.

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Academias

Nunca me interessei pela vida acadêmica apesar do profundo respeito que tenho por esta forma de produção de conhecimento e pela disputa de ideias que se estimula no ambiente universitário. Entretanto, sempre considerei curiosa a maneira como algumas pessoas deste mundo defendem a forma como “deveriam” ser chamadas. Hoje em dia quando chamam um médico (ou um advogado) de “doutor” (pela tradição) isso passa a ser visto como uma contravenção. “Como ousam usar este nome que só a nós pertence?”

Parece justo, mas funciona muito mais como sintoma do que como um reconhecimento honorífico. Os títulos falam de um processo de formação, mas não garantem a qualidade de uma assertiva. Galilei Galilei abandonou os estudos de medicina para dar aulas. Descartes formou-se em Direito e nunca exerceu a advocacia – seus trabalhos mais brilhantes os fez enquanto militar, Entre 1619 e 1620, em uma cidade próxima de Ulm ou Neuberg, no Danúbio, é onde provavelmente teve a intuição da Geometria Analítica e de um novo método para a organização de uma filosofia. Nietzsche publicou suas principais obras após abandonar a universidade. Charles Darwin também desistiu da medicina e, como Nietzsche, desejava seguir a carreira eclesiástica. Assim como Freud e os demais, nunca se interessou pela vida Acadêmica.

Digo isso apenas para afirmar que a exaltação exagerada dessas conquistas acadêmicas – apesar de valorosas e significativas – por vezes escondem uma autoestima frágil. Quando os valores de uma proposta se estabelecem mais na forma e menos no conteúdo isso significa que há falhas evidentes neste, o que explica a inflação daquela.

“Ninguém é rico pelas vestes que usa nem pobre pelos farrapos que põe sobre o corpo. A riqueza e a pobreza estão na honestidade com a qual se cobrem e no egoísmo do qual se despem”. (Isófanes de Pérgamo)

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“So I’m going to go on record of having both not liked the title “dr” and not having used it for years.

Its a degree. No one calls anyone Bachelor Sandy or Masters Emma. Or plumbers of 25 years of experience Plumber John. So why does graduation with any other degree entitle you other than an inappropriate power model? It is not a sign of respect or those other people would also have titles of respect for their calling. Midwives of 35+ yrs of study and practice are not less deserving of respect than ones who graduated this year. And on and on.

Its outdated, archaic, and a holdover from a bygone era.

I didn’t read the OpEd but I’m tired of seeing the “sign of respect” nonsense online.”

Written by Shannon Mitchel

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Títulos

Uma pausa para o esporte “bretão“:

Depois dos títulos “mundiais” por fax inaugurados pelo Palmeiras agora alguns torcedores de clubes (não por acaso atravessando fase de vacas magras) inauguram outra modalidade: o confisco do título alheio por e-mail.

Tais aficionados insistem no tal “título mundial FIFA” como sendo o único válido, o único “legitimamente” conquistado, quando o universo inteiro reconhece há décadas os títulos obtidos antes da FIFA encampar a competição. Essa estratégia fala mais do desespero de torcedores de clubes que atravessam crise sem precedentes do que um argumento válido para questionar estas conquistas.

Ora, sejamos justos. Para tirar os títulos de grandes clubes como Grêmio, São Paulo, Flamengo e Santos (assim como Boca, Real Madri, etc) precisa mais que um e-mail. Seria preciso apagar todos os livros de história do futebol, todos. Não poderia sobrar uma única página sequer, pois se encontrarem uma só nota sobre o assunto já será possível lembrar de Miller, Raí, Zico, Nunes, Pelé, Coutinho, Renato, De León e tantos outros heróis que tornaram verdade o sonho de fazer de seus clubes os maiores do mundo. Seria igualmente necessário arrombar todos os museus de todas as sedes de clubes para arrancar de lá os vistosos troféus e apagar da memória de todos os fatos relacionados a estas épicas e gloriosas conquistas.

Essa tarefa é impossível de se concretizar, além de ser abjeta e tola. A história não se apaga: se aprende com ela e se tenta imitar. Para aqueles novatos nestas conquistas aprendam com quem tem essa faixa pendurada há mais de 30 anos: ninguém se torna maior tentando diminuir os adversários. A grandeza ocorre pelo oposto, quando ao exaltar a conquista de todos nós nos tornamos maiores, pois a nossa vitória também é contemplada.

Obrigado

Na foto, Eurico Lara, goleiro e mito.

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