A visão objetual do paciente, a persistente consideração de cada pessoa com objeto da ação da medicina – e não como sujeitos competentes para realizar escolhas informadas – são a REAL necessidade de humanizar o nascimento.Não, isso seria incompleto; uma transformação da forma, mas mantendo intacta a essência. Sem considerar cada mulher como legítima condutora do processo teremos apenas uma parcial mudança, insuficiente para a verdadeira revolução que pretendemos. Humanizar o nascimento é garantir o protagonismo à mulher.
Ainda haverá muito tempo até que os profissionais da saúde entendam o que a “humanização do nascimento” tem a dizer. Ainda há confusão e ranger de dentes, porque alguns recusam-se a compreender os aspectos ÉTICOS relacionados com esta atitude, e se mantém fixados aos aspectos técnicos da atenção. Fazer uma cesariana com uma mulher com duas cesarianas prévias e um bebê pélvico (sentado) pode ser uma indicação compreensível. Todavia, o que é inadmissível é ameaçá-la, constrangê-la, amedrontá-la e considerá-la um objeto “inanimado”, sem vontade e sem autonomia. A humanização vem colocar a MULHER no centro dessas decisões, oferecendo aos profissionais que a auxiliam a honrosa posição de consultores e orientadores.