
Pensamentos aleatórios…
Basear a procura amorosa por alguém “parecido conosco”, ou oposto a nós, com base na ideia de sintonia para o primeiro e complementaridade para o segundo pode ser apenas uma meia verdade. Uma pessoa muito parecida tira o gosto do desconhecido, mas uma muito diferente assusta pela imprevisibilidade.
Mas… no fundo eu creio que essa busca por elementos racionais para explicar ou direcionar as ligações amorosas acaba sucumbindo à evidência de que os determinantes são sempre ligados ao desejo e certamente inconscientes, portanto, irracionais. Tentar racionalizar esse encontro atrapalha a brincadeira.
E tem mais um detalhe. Diferente no quê? Parecido em quais detalhes? O que a gente vê no exterior é uma pálida imagem os conteúdos internos de uma pessoa. Você pode ser profundamente diferente por uma avaliação externa, mas cultivar os mesmos valores, traumas, fantasias e experiências em sua alma, o que os conecta de forma invisível. A ideia de “semelhante” ou “diferente” se faz por uma miragem, um engodo performático, uma ilusão de conteúdo.
Não?
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