Arquivo da tag: amores

Mãe

Se existe amor, diria Sigmund Freud, este é o amor de uma mãe por seu filho, e todos os outros amores são dele derivados. Assim, se o amor é um idioma que transita entre nós, é porque ele nos foi ensinado desde muito cedo, quando adentramos, através dela, nesse mundo. A fissura bizarra da ordem cósmica produziu o vazio incurável do desejo, e no centro dessa revolução no destino planetário estava você, mãe.

Parabéns pelo seu dia.

Deixe um comentário

Arquivado em Pensamentos

Minimalismo

Minimalismo, no meu conceito, é um estado de espírito, uma forma de encarar a vida e o consumo, não um conjunto de regras para serem cumpridas ou levadas ao cabo, como se fosse a “religião da escassez”. Baseia-se na regra dourada de Sêneca, que afirmava que “a pobreza não surge da falta de recursos, mas da multiplicidade dos desejos”. Para haver a dor da falta há que primeiro existir o desejo de possuir.

Somos seres constituídos de forma distinta e complexa, e em nossa arquitetura psíquica dormitam falhas e vazios que, muitas vezes, preenchemos com “cargo”, coisas, badulaques, matéria, comida e emoções. Entretanto, o que te faz falta pode ser irrelevante ao outro. Sempre vai haver alguém que sente mais a falta de algum conforto moderno, algum bem material e mesmo um afeto banal, e não há dúvidas que muitos vão desapegar de quase tudo – até dos amores, enquanto outros ficarão eternamente encarcerados pela penúria.

Mesmo que eu entenda a dificuldade de largar algo, como uma roupa, um carro, um livro, um eletrônico, acredito ser ainda mais necessário – e muito mais desafiador – o desapego das vaidades e das disputas de ego, pois este é o mais complexo de todos os minimalismos. Livrar-se da falsa imagem de si mesmo, desapegar-se do seu orgulho rastejante, abrir mão das vaidades oportunistas são formas fundamentais de retirar matéria acumulada das próprias costas, cujo peso faz atrasar nossa verdadeira missão.

O verdadeiro minimalista não se interessa pelos bens alheios e não faz julgamentos sobre o que é necessário, útil ou adequado aos outros. Espera-se dele que seja minimamente responsável pelas escolhas que faz, para si mesmo e para o planeta.

Deixe um comentário

Arquivado em Pensamentos

Quem nunca?

Ouvido por aí…

“Não amor, você entendeu errado. Eu adoro você, mas como amigo. Entenda, não me sinto preparada, sabe. Sei lá, talvez eu também tenha confundido. Um beijo (as vezes até uma transa, não?) nem sempre significa que a gente está apaixonada, né? Amar é uma coisa mais espiritual, menos do corpo e mais do Espírito. Você consegue me entender? As vezes essas coisas acontecem assim… ahhh… sei lá, é uma coisa de momento. Aliás, um momento lindo que ficará para sempre como uma memória que nós compartilhamos. Não há porque estragar essa lembrança, não lhe parece? Vamos começar do zero. Aconteça o que acontecer, seremos amigos para sempre, certo. Ra ra ra…. lembra aquela música dos três tenores? Não? Ok, não importa, o que vale é essa nossa amizade, que ela fique sempre forte, sem barreiras. E veja, você é até gostoso sabia? Hummmm, safadinho!! Hi hi hi. Mas saiba que nada do que estou falando significa que eu não gostei. Pelo contrário, bebê!!! Foi o máximo, foi super … mas foi. Como uma poeira de estrelas que o vento sopra e se mistura com as outras partículas do universo. Não sei se você me entende, ou se ficou confuso. Eu sou assim; falo pelos cotovelos, sabe? As coisas vem na cabeça e acabam saindo de uma maneira meio bagunçada. Não, é claro que a culpa não foi sua e você sempre foi o máximo comigo, inclusive aquela noite. Vou lhe confessar: você tem pegada. Pode acreditar, desde já estou com inveja da mulher que um dia vai lhe conquistar. Infelizmente, não serei eu. Sou leve demais, não me apego, sou solta como uma folha ao vento. Por favor, não me queira mal. Digo isso pelo seu bem, seu gostoso.”

Pedir para alguém detectar os “sinais sutis” do outro e interpretá-los como eles “verdadeiramente são” é retirar de nós o que nos configura como humanos.

Quem nunca?

Deixe um comentário

Arquivado em Humor