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Esquerdomachos e o feminismo

Esquerdomachos estão fora de moda?

Creio que sim, mas é importante lembrar que os “esquerdomachos” são apenas as pessoas da esquerda que não tem posturas aceitas por feministas. Qualquer esquerdista que ouse questionar seus princípios fundamentais, ou questione seus objetivos últimos, pode ser chamado assim. Claro, também pode ser um oportunista, um canalha ou um aproveitador, mas estes são mais facilmente identificados no ambiente da esquerda. Por outro lado, o movimento feminista sempre assumiu uma postura de direita. Não é por acaso que foram abraçados pela direita americana do partido democrata, exatamente porque servem aos interesses do status quo que deseja dividir o movimento operário e estancar a sangria do imperialismo.

Esses movimentos identitários são, desde sua origem, individualistas, jamais assumindo a imagem de uma esquerda real, revolucionária e pela luta de classes. Não faço um julgamento de mérito sobre este ativismo (que julgo importante), mas acho errado confundir feminismo com esquerda. Movimentos feministas nos Estados Unidos são claramente liberais, apoiam o “empreendedorismo feminino” e o “empoderamento das mulheres”, desprezando de forma clara a consciência classe em nome do fortalecimento de identidades.

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Radicais

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É verdade que os grupos de humanização do nascimento e amamentação abrigam pessoas radicais e, as vezes, até violentas, mas lembrem que TODOS os movimentos sociais funcionam assim. Olhem para o feminismo, o movimento negro, os grupos de gênero, proteção animal, meio ambiente etc. Não é possível ser diferente porque somos todos humanos. Os grupos de parto humanizado e amamentação obrigatoriamente terão pessoas à esquerda e à direita, como todos os outros. Inevitavelmente surgem radicalismos e revisionismos, e isso faz parte do crescimento de qualquer ideia. No conflito entre essas visões de mundo os movimentos balançam e seguem em frente. Não há como se afastar muito desse roteiro.

A maioria das queixas aos ativistas merecem atenção e algumas até estão corretas, entretanto os julgamentos não nos ajudam em nada. Analisar levando em consideração os contextos, exercitando a empatia são atitudes fundamentais. Por outro lado, sem objetivos claros (como os benefícios do parto e do aleitamento materno), e o respeito aos ritmos do bebê não construiríamos movimentos como o do parto e da amamentação. Nosso desafio agora é ajudar sem julgar. Não é fácil, mas vale a pena tentar.

Meu único conselho é tentar manter os ideais acima das vaidades pessoais e cultivar o perdão e o respeito pelos que sonham o seu mesmo sonho, mas com matizes levemente diferentes.

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