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Heróis do Futebol

Ronaldinho Gaúcho, Neymar Jr e Ronaldo Fenômeno

Os heróis culturais do esporte mais popular do planeta, expoentes em seus campos de atuação, são a consequência do sistema que controla o mundo e também esse espetáculo. Desta forma, Neymar jamais teria esse comportamento e essa fortuna se não fosse nutrido por esse maquinaria econômica. Apesar de reconhecer sua importância é forçoso entender que o mundo cria estes heróis com a mesma voracidade que os expurga. E não só no futebol, mas em qualquer área do entretenimento, da vida social e da política. Citando apenas a aldeia, onde estão agora os heróis do golpe midiático antipetista como Moro, Alexandre Cunha, Joaquim Barbosa senão em um merecido ostracismo, após terem sido alçados à condição de personalidades inatacáveis da cultura? Inúteis figuras, agora estão curtindo seus milhões, esquecidos e apagados.

Voltando ao futebol, Neymares, Cristianos, Ronaldos e tantos outros são o resultado da nossa neurose, o produto de uma complexa engenharia de mídia e poder econômico, trabalho de elaborada manipulação dos corações e mentes do mundo inteiro, controlada por gigantescos interesses econômicos e geopolíticos.

Por certo que os jogadores alimentam a cultura do “futebol moderno” – individualista, hipercapitalista, elitista – de forma dialética, mas não são seus causadores, sendo apenas o reflexo de uma estrutura social construída para valorizá-los. Criticar os ídolos é como criticar o policial que usa de sua autoridade delegada para bater em trabalhadores e professores quando, em verdade, eles são apenas os instrumentos de uma política estatal de punição das classes sociais exploradas e oprimidas. Olhar para personalidades fulanizando suas ações é perder deliberadamente a compreensão do todo e deixar de lado a ultraestrutura que os governa.

A figura do policial, do Neymar, da Anitta ou do Bolsonaro, apesar se serem importantes nessa equação, são descartáveis. Ronaldinhos e Pelés se aposentaram e foram trocados por outros, assim como músicos e políticos o são. A estrutura subjacente utiliza esses personagens para que se mantenha como fonte de lucros e poder para a elite invisível que a controla.

Atacar os heróis populares é atacar apenas a pequena parcela visível do iceberg, sem colocar a devida importância no gelo que se esconde abaixo da superfície e que, em verdade, é quem produz a pequena fração que se expõe para fora da água. Neymar é um excelente exemplo de um sujeito inserido nesse contexto, pois seu personagem foi manufaturado pela indústria bilionária do futebol. Os jogadores são proletários – apesar de uma diminuta franja ser muito bem paga – dessa gigantesca fábrica,e não são os responsáveis pela sua criação; apenas colaboram em sua mitologia e na manutenção desse empreendimento.

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Neimá

É importante não cair na sedução de misturar os dois temas: a pessoa e o jogador Neymar. Existe, sem dúvida, uma espécie de boicote a Neymar protagonizado pela imprensa (em especial o Casagrande), que insiste nas críticas ao comportamento do jogador, menospreza suas conquistas e ressalta de forma insistente os fracassos nas Copas. Essa rejeição também ocorre por uma parte grande da torcida, em especial a esquerda identitária e festeira, que mistura a figura pública com sua performance futebolística. No caso de Neymar, assim como na vida de muitos heróis e ídolos de muitos aspectos da cultura, há uma mistura entre “autor e obra”, mas sabemos o quanto existe de esforço para denegrir a obra de alguns autores quando sua mensagem interessa à burguesia, ao mesmo tempo que “passamos pano” e esquecemos falhas graves de muitas personalidades quando sua exaltação vai no mesmo sentido dos interesses da classe que está no poder. Sabemos do interesse do imperialismo em destruir ídolos e líderes nacionais, exatamente porque eles funcionam como canalizadores de desejos populares, que via de regra não coincidem com aqueles da burguesia. .

Destruir ídolos populares é um projeto colonialista de destruição dos seus heróis nacionais, através de uma iconoclastia que não surge da humanização desses personagens, mas como uma estratégia muito bem elaborada de “desprezo moralista”, com o claro objetivo de fomentar a dominação comandada pelo imperialismo. A perseguição injusta e covarde contra Lula é o exemplo mais simples e fácil para entender o quanto as grandes potências, interessadas na subserviência nacional, apostam nesta perseguição.

Porém, mesmo sabendo que existe interesse de alguns em atacar aspectos da personalidade Neymar Júnior, ainda acho que é apressado tratá-lo como o melhor jogador de futebol do mundo, acima de Cristiano Ronaldo, Messi, Modric, Lewandowski, Benzema, etc. Acho um exagero, uma “pachecada”, e não o vejo nessa posição. Ele é top 10, por certo, mas não me parece ter atingido o posto de melhor do mundo. Todavia, como dito acima, pode se tornar caso destrua nessa Copa. Messi, ao que tudo indica (escrevo essas palavras logo após a desastrosa estreia da Argentina para a Arábia Saudita), vai fracassar de novo.

Torço por Neymar e pela seleção, e não vou me deixar seduzir pela campanha de desprezo que alguns fazem contra nosso produto mais famoso e valioso.

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Benemerência

Acho que a gente deveria parar com esse tipo de argumento que aparece toda hora na Internet: “Quanto o Neymar das Couves doou para combater a pandemia?”.

Cara… esses personagens não tem obrigação alguma de doar seus bens pra nada. É deles, ganharam com sua arte. Eles não devem ser cobrados pela caridade que fazem ou deixam de fazer. Dos futebolistas cobrem gols, defesas, títulos e nada mais!!

A obrigação de combater uma pandemia, um Tsunami, um terremoto é do ESTADO. Não se combatem flagelos sociais esperando doações de milionários. Desses caras quero que sejam cobrados ALTOS IMPOSTOS, assim como de todos os bilionários, cujo dinheiro acumulado serve apenas como grave ameaça à democracia. Não quero benemerência de artistas ou empresários, quero que paguem uma dura parcela da sua riqueza para diminuir o fosso entre as classes sociais.

Essa é a JUSTA “doação obrigatória” que eu exijo deles. Quero todos esses ricos sangrando seus excessos, que serão usados de acordo com as necessidades de todos – e não apenas onde eles querem. Aliás, cobrem desses jogadores como o Neymar os impostos sonegados no Brasil e nenhuma doação será necessária.

Doações são estratégias de publicidade e são usadas para justificar seus ganhos obscenos e indecentes através desse recurso. O mesmo ocorre com as migalhas dos bancos e das gigantescas corporações multinacionais e oligopolistas. Usam a distribuição de alguns milhares de dólares para mascarar os bilhões que ganham através de um sistema perverso de acumulação de riqueza.

Todos os conglomerados que envenenam sua comida, o meio ambiente, destroem matas e oceanos, escravizam jovens e produzem vícios usam do recurso da benemerência para caiar as paredes rachadas do capitalismo e para colocarem uma máscara sorridente e luminosa na face horrenda da opressão.

O povo não quer esmola!!! Quer a justa distribuição das riquezas. Filantropia é humilhação. O povo quer equidade, direitos e justiça social, não caridade.

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