Espiritismo e Racismo

Seria absurdo imaginar que a doutrina espírita não estivesse embebida no caldo cultural do século XIX. Está foi a época áurea do colonialismo europeu em África e Ásia, o qual causou milhões de mortes e produz repercussões até os dias de hoje.

Seria surpreendente que Kardec, diferentemente de todos os pensadores europeus do seu entorno, tivesse uma posição diferente do racismo “científico” de sua época. Esta vertente do modo de pensar do século XIX desembocou na eugenia que invadiu ainda boa parte do século XX e contaminou o pensamento de inúmeros literatos, cientistas e pensadores de várias áreas, em especial a medicina.

Portanto, o espiritismo nascente era mesmo racista, como era toda a cultura europeia no tempo de seu surgimento. Não há porque negar este fato. Por outro lado, é necessário fugir do anacronismo simplório e entender qualquer sujeito e todo ramo de conhecimento inseridos nos valores vigentes em seu período de aparição. Criticar o espiritismo de meados do século XIX usando as regras de hoje não é correto ou justo.

Cabe aos espíritas atuais não apenas rejeitarem este racismo, mas serem vigorosos combatentes anti racistas exatamente pelo estudo do ideário espírita, que ao desvendar a realidade do espírito deixa qualquer diferença moral e intelectual de raça e gênero como sendo tola e sem sentido.

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