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Epidemia

É importante dizer que a epidemia de falsas acusações que assola o mundo todo – de Amber Heard às assediadas de Taubaté passando pelo golpe no jogador Neymar e pela menina no clube chique da facistolândia – é um fenômeno primo irmão da cultura do cancelamento. A lógica utilizada pelas supostas vítimas é simples: “Vamos atacar sua fé pública, sua honra, destroçar a sua respeitabilidade. E vamos fazê-lo do jeito que a gente sabe que dura a vida toda. Vamos chamar nosso antigo amigo de abusador, o pai dos nossos filhos de estuprador, nosso chefe de assediador. Não é preciso provar nada, basta jogar o nome deles na lama que as redes sociais fazem o resto. Quem ousaria desconfiar das vítimas?”

Estes são apenas exemplos de casos famosos, mas vai saber o que acontece nas varas de família pelo mundo afora como estratégia de vingança e de destruição moral. Quantas vítimas existem no mundo que sofreram por acusações falsas, destruindo toda a sua credibilidade? Quantos inocentes foram jogados na fogueira com a mesma crueldade que se jogavam bruxas nas fogueiras da inquisição? Quantas mulheres realmente vitimadas por seus parceiros(as) agora têm suas versões questionadas por estes casos ruidosos de acusações mentirosas e oportunistas?

O drama dessas mentiras socialmente apoiadas por gente que supostamente defende a causa (mas na verdade apenas descarregam nestes casos seus dramas pessoais), é que o problema do assédio e do estupro REALMENTE existe e temos visto seu crescimento nos últimos anos de dominância fascista, o qual deve ser combatido com toda a seriedade pelos governos e pela mídia. Por certo que a pandemia e o “lockdown” realizado têm influência no aumento dos conflitos domésticos, assim como a agudização da situação econômica das famílias durante a recessão mundial do Covid. Porém, para além dessa situação existe uma agressividade maior por parte das organizações fascistas, que combatem de forma aberta qualquer avanço contra conquistas femininas.

Entretanto, a ação dos ativistas que dão suporte às mentiras usadas contra homens com o argumento sexista de que um gênero (e nunca o outro) “jamais mentiria” acaba trazendo um total descrédito às queixas legítimas que aparecem – e que, infelizmente, ainda vão aparecer por muito tempo. As propostas de novas leis punitivistas e a criação de novos tipos legais têm sempre resultados pífios ou nulos. Na realidade, nunca se discutem as razões profundas das mazelas sociais como o tráfico de drogas e a violência doméstica, porque não parece de bom tom colocar o dedo na ferida do sistema desigual e cruel que estrutura nossa sociedade. Neste contexto vai aparecer o trabalho nefasto de algumas organizações identitárias que, para ressaltar seu corporativismo de gênero, encampam acusações frívolas ou mentirosas que acabam destruindo pessoas muitas vezes inocentes.

Pessoas que mentem por vingança ou oportunismo merecem punição severa, talvez recebendo uma pena tão violenta quanto o pretenso crime que levianamente inventaram. Para acabar de vez com a violência doméstica é preciso encontrar onde o mal nasce e destruir sua semente, sem perder tempo e recursos com visões moralistas sobre homens “bons” e homens “maus”, uma perspectiva que na verdade apenas encobre a perversidade do capitalismo e da sociedade de classes.

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Assédio

Vou repetir o que já disse em outro lugares, mesmo sabendo que este tipo de defesa é uma trilha fácil para o cancelamento: O ator da Globo, Március Melhem, acusado de assédio por suas colegas de trabalho, é culpado de ser um amigo leal, um excelente profissional, um chefe justo, um parceiro de trabalho correto e um colega em quem se pode confiar. Digo isso depois de analisar pormenorizadamente as palavras das acusadoras e da advogada e de me deter em todas as respostas e provas apresentadas por Március em seu canal no Youtube.

Essas mulheres acreditavam que suas palavras poderiam suplantar os fatos, as provas e as evidências apresentadas. Pior, tinham fé no mito da “palavra sagrada”, ou seja, que qualquer acusação feita por mulheres tem valor de prova, e não precisa nenhuma evidência que a suporte. Esse julgamento público sobre a honra de um sujeito, se viesse a dar ganho de causa a estas oportunistas, geraria um caos jurídico insuportável, criando uma jurisprudência frontalmente inconstitucional que transformaria todo homem em cidadão de segunda categoria e as mulheres em seres acima da lei.

Maíra Cotta, a advogada das acusadoras, colocou essas mulheres – e a si mesma – em um caldeirão infernal do qual não podem mais sair. Estão presas em suas falas traiçoeiras, enredadas nas mais sórdidas mentiras e não tem mais como se livrar das amarras que elas mesmas criaram. Pergunto agora: quem, a partir de agora, poderá confiar nas mulheres que se comportarem dessa forma? Pense nisso… basta namorar uma mulher, apaixonar-se por ela, trocar mensagens de amor, fazer planos, trocar intimidades e, anos mais tarde, depois de uma ruptura amorosa, esta mesma mulher que lhe jurou amor e consideração poderá afirmar que “em verdade durante todo esse tempo fui assediada e abusada, mas na época não me dei conta”.

Ora, como suportar essa absurda insegurança jurídica?? Como aceitar que a palavra das mulheres pode ser mais valiosas do que as provas materiais? Como aceitar que o comportamento das mulheres nunca é responsabilizado, mas o dos homens sempre? Por que ninguém questiona o assédio profissional ao qual Március foi submetido por essas oportunistas? Pelo amor que temos às mulheres, e pela necessidade de proteger as mulheres que realmente sofrem abusos e assédios, este caso deve ser exemplar e emblemático, mostrando que o uso de mentiras e fraudes como ferramenta de vingança pessoal precisa ser duramente reprimido. Este caso, que oportunisticamente se confunde com a “causa” feminista, ao contrário do que pode parecer vai acrescentar mais uma barreira para a contratação de mulheres para as áreas artísticas.

Pensem bem: quem contrataria uma mulher sabendo que ela pode, a qualquer momento, transformar as brincadeiras – que ela mesma propõe e executa – em assédio!!! Quem teria segurança de contratar Dani Calabresa? Quem poderia confiar numa mulher que brinca contigo, te “encoxa“, passa mão no teu peito, manda nudes, te convida para viajar e depois, de um instante para o outro, diz que tudo o que ela fazia há anos era mentira, dissimulação e encenação, porque tudo que sofria, na verdade, era abuso mascarado de intimidade, e que na época não falou porque tinha “medo”? Para estas acusadoras (e a advogada delas), as ações podem ser contraditórias e sem nexo causal algum, pois basta a suposta vítima dizer que se sentia coagida e constrangida (mesmo sem materialidade, como é o caso) para que suas queixas sejam aceitas como válidas. As ações paradoxais destas mulheres apontam o oposto – que elas participavam ativamente dos jogos sexuais e brincadeiras, as quais revelavam intimidade – mas mesmo assim a narrativa delas é levada em consideração, e o homem é mais uma vez colocado como culpado “até prova em contrário”.

Não é possível admitir um relato tão incoerente e oportunista quanto esse. E vejam bem: para criar culpa em Március é necessário acreditar que suas acusadoras são tolas, idiotas, infantis, incoerentes e têm uma sensibilidade de freiras carmelitas, horrorizadas com as “brincadeiras pornográficas” do chefe. Ora, a mensagens de WhatsApp destroem completamente essa perspectiva. Se há lascívia nessa história ela partiu delas, assim como partiu dessas moças o assédio praticado contra ele, claramente para obter vantagens profissionais com a proximidade que elas criavam. Não há dúvida que entre elas não há nenhuma noviça. Espero que a justiça venha, por fim, reconhecer a inocência de Március, em nome dos homens que amam suas mulheres, dos homens que desejam proteger o feminino e das mulheres que amam a verdade.

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