“Insistir na proposta neoliberal, o mesmo modelo fracassado que falhou em todos os lugares nos quais foi implantado (vide Chile), é aceitar a opressão de milhões em nome de uma fantasia.”
“É curioso como os espíritas têm – quase sempre – uma postura reformista relacionada ao capitalismo. Quase todos acreditam que a “evolução espiritual fará o sujeito menos egoísta e mais caridoso”. Ou como me diziam muitos, “Não importa o sistema; qualquer um será bom ou ruim, dependendo da pureza da alma das pessoas”. Segundo me dizia um ex-amigo “No futuro os empresários se negarão a explorar as pessoas porque terão Jesus no coração”. A ideia que perpassa é a de que o capitalismo, quando bem administrado, subverteria sua própria essência – o capital – e se tornaria humanista.
Nada pode ser mais ingênuo do que isso. Aguardar que a justiça social seja oferecida graciosamente pelos opressores é um absurdo tão gigantesco quando imaginar que na história do mundo alguma liberdade foi alcançada por “dádiva” – e não for luta e sacrifício. Já a caridade, para os espíritas, significa distribuição de rancho e roupinha para pobre; sopão e festa de Natal para criança. Em outras palavras, alívio das culpas acumuladas pela vida burguesa”, exatamente a mesma prática dos empresários picaretas e selvagens, ou das senhoras da alta sociedade que fazem chazinho beneficente para auxiliar a enfermaria de pediatria da Santa Casa.”
“A caridade espírita é cristã: ou seja, visa MANTER A POBREZA para que a caridade e os caridosos continuem necessários e exaltados. Nossa caridade é um dos braços mais poderosos para a manutenção da miséria. Por isso as instituições internacionais ajudam tanto os identitários: para manter a sociedade dividida e manipulada, ávida por ajuda que caia do céu.”
“Estou farto dessa caridade dos caridosos. O mundo não precisa dessa esmola, dessas migalhas. Precisamos de justiça social, equidade, respeito à natureza e o fim do capitalismo. Ou como diria HOJE Alan Kardec “Fora da justiça social não há salvação”. Não é?”
“O Terceiro setor – as ONGs e similares – são a representação inequívoca da falência do Estado. Tapadores de buracos. Participei de várias a vida inteira, e com orgulho – especialmente da ReHuNa – mas sempre soube que nossa existência era a imagem perfeita da incompetência do Estado para realizar estas funções. Eu gostaria que a ReHuNa deixasse de existir, por ser desnecessária. Os colegas que ainda estão lá, entretanto, serão necessários ainda por um bom tempo.”
“Quando ouço falar de “Hospital de Caridade” me dá calafrios. O mesmo mal-estar que eu sentia ao ouvir o nome completo da Santa Casa: “Santa Casa de Misericórdia” que deixava claro que você só estava sendo atendido lá porque alguém teve PENA de você (movido pela misericórdia, que meu filho chamava de “meremecórdia”), e não por ser seu direito constitucional à saúde. Eu pergunto: desde quando cidadão precisa “caridade”??? Saúde não se ganha, se conquista através de políticas públicas. Filantropia é um remédio amargo e indigesto, cuja finalidade é manter um sistema injusto e cruel através da dominação e dependência. Qualquer país minimamente decente acabaria com todos os sistemas de filantropia interna.”
“Quem assumir em 2022 receberá um país dividido, em frangalhos, com a infraestrutura destruída por Moro e depois complementada por Bolsonaro/Guedes, sem emprego, sem estatais para alavancar o desenvolvimento, com teto de gastos e ainda controlado por uma elite financeira exploradora e uma burguesia de rapina, as mesmas que escondem dinheiro no exterior.”
“Nunca houve ‘taxação justa’ do setor produtivo, muito menos agora onde a sonegação bate recordes.”
“É preciso subjugar as forças armadas golpistas, exterminando o padrão reacionário que existe em seu seio tal como bem conhecemos. É preciso punir os militares assassinos e corruptos, como o comandante dos massacres do Haiti. Sem o fim do “partido militar” e de seus militantes nunca avançaremos. Precisamos fazer o resgate da história, corrigindo o erro da “transição pós 64″. Sem isso teremos nova crise militar em poucos anos”.
“É preciso acabar com a classe burguesa no poder. Esse é um projeto de décadas, mas o único onde é possível vislumbrar um futuro possível. O fim do capitalismo é a única esperança de continuidade da espécie humana. As pandemias em sequência e o colapso do sistema capitalista são avisos claros de que esse sistema de dominação e opressão não tem mais força para manter este planeta”.