
Alguns esquerdistas liberais criticavam o fim da ocupação imperialista no Afeganistão e usavam como argumento a pretensa perda de “liberdade” das meninas afegãs, impedidas de irem à escola pela volta do Talibã – o que, aliás, nunca passou de especulação e ameaça. Na verdade os Americanos fizeram do Afeganistão a central de produção de opioides para o mundo, além de criarem uma rede imensa de abuso sexual de crianças no país. Tudo isso com o conhecimento e a conivência – é segundo alguns, com a promoção – dos senhores da guerra do imperialismo.
Assim, a derrubada do Imperialismo no Afeganistão era uma questão de vida ou morte, tanto para as mulheres e crianças quanto para os homens e combatentes do país. Entretanto, os identitários usavam a falácia das “liberdades individuais” das meninas na Escola (assim como fazem com os gays e feministas no mundo árabe) para fomentar revoluções coloridas, onde as minorias funcionam como uma oportunista massa de manobra do capitalismo mundial para a derrubada de governos nacionalistas.
Ou seja, para a nata da esquerda liberal, as meninas abusadas e seus pais mortos pelos drones yankees não são nada comparados à glória de ver alunas indo uniformizadas para a escola. Para estes menos importa que o país seja ocupado, mulheres sejam mortas e crianças fiquem órfãs, desde que essas identidades sejam aparentemente protegidas. E ainda será a suprema vitória se tiverem acesso irrestrito a uma parada gay com direito a assistir trans enroladas na bandeira americana.
“Ahh, não são excludentes. É possível proteger a escolarização de meninas e a autonomia do país”, dizem os liberais. É verdade, mas não vai acontecer nenhum avanço enquanto não houver um país autônomo e livre. As meninas, os gays, os trans e todas as minorias só terão seu justo espaço depois que o país se livrar dos cães imperialistas. Enquanto formos comandados por forças externas esses grupos serão sempre atingidos.

