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Pânico no Império

Só quem sofreu lavagem cerebral não entende porque estamos vivenciando um forte e consistente surto de propaganda contra os BRICS nos últimos tempos. Os ataques à Rússia e à China estão cada vez mais frequentes, mas é importante entender a razão dessa violência – recheada de mentiras e fake news – contra as duas principais potências que enfrentam o imperialismo.

A Rússia era o país mais miserável da Europa na primeira década do século XX, sendo governada por um Czar assassino e um modelo feudal de produção. Bastaram 50 anos da revolução socialista para a União Soviética colocar um homem em órbita na Terra, ainda antes dos americanos. E isso depois de perder 20 milhões dos seus habitantes na guerra que venceu por todos nós. Hoje a Rússia é o terceiro país do mundo por paridade de consumo, graças ao que sobrou de socialismo àquele país e às alianças formadas com a China. Já a China foi invadida, saqueada e roubada pelos europeus (em especial o Império Britânico) até quando promoveu sua revolução em 1949. Foi destruída e subjugada pelo exército japonês durante a segunda guerra mundial e hoje é a economia mais forte e pujante do mundo – em pouco tempo ultrapassará os Estados Unidos.

A China em 30 anos tirou 800 milhões de pessoas da fome, mais que o dobro da população americana. Vietnã é um estado próspero e superou o Brasil na produção de Café. Cuba é socialista e independente do imperialismo, e apesar de ser pobre, tem um PIB 10x superior ao seus vizinhos capitalistas como El Salvador, Rep Dominicana, Haiti, Belize, Honduras etc. E ainda sofre bloqueios terríveis há 60 anos que interrompem seu crescimento. É triste lembrar que até 1997 a China tinha um PIB menor que o do Brasil. O que houve com eles que não ocorreu conosco?

Quem não se importa com a pobreza é quem a produz: a exploração capitalista, sua ética do lucro e a exploração infinita através da escravização dos povos. O discurso antissocialista, pró capitalista e de suporte ao imperialismo só viceja naqueles cujas mentes foram lavadas e escovadas pela propaganda imperialista durante décadas, gente que trabalha para comer e sobreviver apenas para que os donos do poder possam continuar milionários.

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Lula e o imperialismo

A chegada do Sergey Lavrov ao Brasil acendeu as sirenes de alerta da direita e daqueles comprometidos com a influência americana no “sul global”. Entretanto, sobraram também algumas críticas da esquerda às declarações “salomônicas” de Lula sobre a guerra na Ucrânia. A declaração de Lula de que “A decisão da guerra foi tomada por dois países” se insere em uma postura diplomática bem clara e evidente dos representantes brasileiros. Por certo que a Rússia, ao invadir a Ucrânia para salvar os russos étnicos do massacre programado no Donbass pelo Batalhão Azov, tem 1% da culpa nessa guerra (que já estava acontecendo há pelo menos oito anos, desde o Euromaidan, e contabilizando já inúmeras vítimas). Os outros 99% da culpa cabem à OTAN, a Zelensky e ao naziterrorismo ucraniano, em especial às milícias do Pravyi Sektor e do Azov. Todavia, mesmo que desgoste os mais afoitos, Lula tem plena razão em se colocar à equidistante nesse conflito. Sua posição de condenar a invasão da Ucrânia pelas tropas russas é protocolar: visa demonstrar sua filiação às normativas mestras da ONU, as quais condenam as invasões de espaço territorial de outros países. Sem essa postura da nossa diplomacia, como criticar as demais ações imperialistas – como as invasões atlantistas no Oriente Médio? Por outro lado, todas as suas atitudes posteriores estão alinhadas com os parceiros dos BRICS e a perspectiva da criação de um novo bloco, que detém 25% do PIB do planeta e 40% de sua população, o que significa um mercado gigantesco e uma perspectiva de crescimento inédita. Também a fala posterior, onde Lula questiona a supremacia do dólar, e mais ainda a eleição de Dilma Rousseff como presidente do banco dos BRICS, desempenham um importante passo no sentido dessa integração e um afastamento significativo dos interesses do FMI e do imperialismo.

Nada me orgulha e estimula mais em “Lula III – o Retorno” do que sua posição anti-imperialista. O apoio aos Brics, em especial às posições de Putin, é o melhor exemplo da postura de enfrentamento ao Império. A formação de um bloco independente da ação predatória do imperialismo nos países satélites passa pelo apoio ao presidente Putin, por mais que sejamos contrários a algumas de suas posições em território russo. A posição legítima e precípua de esquerda é pela autonomia dos países, algo contrário aos interesses da OTAN e dos Estados Unidos. Porém, é assombroso testemunhar que muitos ainda apoiam a posição ucraniana, mesmo à esquerda no espectro político. Ao comprarem a versão do “Putin malvadão” e da “Rússia expansionista” – duas peças descaradas de propaganda imperialista – não tiveram nenhum pudor em oferecer total apoio (ou virar o rosto para não ver) os nazistas da Ucrânia, o Pravyi Sektor, o Batalhão Azov, a exaltação do nazista e antissemita Stefan Bandera, o massacre dos russos étnicos no Donbass, os 14 mil mortos no conflito em Donetsk e Lugansk, o assassinato dos 42 ativistas e sindicalistas (muitos deles queimados vivos) em Odessa e as ameaças da utilização da Ucrânia como base de mísseis contra Moscou pelos nazistas que chegaram ao poder na Ucrânia após o golpe do Euromaidan. Quem, ainda hoje, consegue aceitar a posição da Ucrânia e da OTAN e condenar a ação russa de proteção de sua integridade territorial?

Mais ainda: enquanto aceitam como válidas as críticas contra Putin permitem que os maiores invasores do mundo – os Estados Unidos – venham a pregar “moral de cuecas”. Ver americanos acusando russos de “expansionistas” é mais do que ridículo; é produto de lavagem cerebral, um trabalho produzidos por décadas de invasão nos países do terceiro mundo, produzindo o conhecido “excepcionalismo americano”, que permite que este país realize exatamente o que critica e combate nos outros. Lula percebeu a russofobia que permeia esta guerra e também percebeu o quanto apostar no imperialismo seria contrário aos reais interesses do Brasil, no que diz respeito à sua industrialização, autonomia e na produção de um planeta multilateral. Na verdade, a posição de Lula é quase irretocável, algo característico da sua genialidade política. Acreditar no risco de invasões russas na região é ignorar que a Crimeia não foi anexada, ela votou pelo retorno à Rússia, com mais de 95% de votos favoráveis. A Rússia tão somente protegeu a vontade soberana do povo da Crimeia – uma região historicamente ligada à Rússia, e onde ocorreu a conhecida “Guerra da Crimeia” que envolveu a Rússia czarista contra uma coalisão de países europeus e o Império Otomano. Da mesma maneira, o povo do Donbass também votou de forma massiva, quase 90% de votos, em sua independência da Ucrânia, posteriormente transformada em reunificação com a Rússia.

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Armadilhas

Acho que é essencial esclarecer que os conceitos de “direita” e “esquerda” nada tem a ver com moral, costumes, sexualidade, aborto, feminismo, drogas, combate à criminalidade etc. Sua origem está no parlamento francês na época da Revolução Francesa, onde os jacobinos – exaltados e radicais representantes dos pequeno-burgueses – sentavam-se à esquerda enquanto os girondinos – considerados mais moderados e conciliadores, representantes interesses comerciais e a visão de mundo da burguesia ilustrada, que oscilava entre a monarquia constitucional e a república – sentavam-se à direita. Os conceitos clássicos de esquerda e direita tem a ver com o tamanho do estado e o foco que se dá ao proletariado e à burguesia no conflito de classes. Também se relaciona com o valor da propriedade e as questões que envolvem o valor do indivíduo e sua inserção nas forças produtivas de uma determinada sociedade.

A partir desse entendimento, é plenamente possível a um direitista ser um ferrenho defensor da liberação e descriminalização do aborto. Aliás, é o que os liberais pregavam: cada sujeito é dono do seu corpo e do seu destino. O mesmo pode ocorrer com a liberação das drogas, tratada como uma decisão pessoal que só diz respeito à quem usa. Da mesma forma nada impede a um comunista ser contra a liberação do aborto por questões pessoais e religiosas, até porque as crenças de cada sujeito em nada impedem alguém de adotar o socialismo como ideário de lutas.

Essa confusão ocorre apenas porque se criou a ideia de que as formas de organização social e econômica devem se misturar com posições religiosas, sexuais e de costumes. Esta confusão não foi natural; ela foi induzida pelos capitalistas americanos para dividir a consciência nacional entre republicanos e democratas. De um lado os conservadores “wasp” (anglo saxão branco protestante) no “Bible Belt” (cinturão da Bíblia)do meio-oeste americano, religiosos e anti-gays, contra a liberação das drogas, contrários ao aborto, etc. Do outro lado feministas, pró-escolha (pro choice), negros, gays, trans, usuários de maconha, universitários, professores, etc.

Nessa configuração as elites americanas retiraram do campo simbólico de disputas os debates relativos à saúde universal, brutalidade policial, moradia, pobres, moradores de rua, epidemia de narcóticos, despesas militares e passariam a ditar a narrativa, estimulando o debate sobre pronomes neutros, censura, ataques às piadas machistas, representatividade negra, feminina, trans, etc. Seria a arena da moralidade e dos costumes.

Assim, todos concordariam com o “fim da história” de Francis Fukuyama, com a vitória definitiva do capitalismo, a livre iniciativa, o imperialismo, a invasão de outros países, as classes sociais, a meritocracia, o militarismo, os golpes, os ataques por procuração, o massacre dos palestinos etc, mas teríamos um espaço enorme para debater se um professor deve ser expulso da escola por chamar uma aluna trans pelo nome que consta na chamada.

O mesmo ocorre desde sempre no Brasil. A direita historicamente procura as pautas morais no sentido de criar pânico na população. Desde o “mar de lama” de Getúlio, o apartamento de Juscelino, “Lula é abortista“, “Lula vai fechar igrejas“, “o PT é ladrão”, “mamadeira de piroca“, “ideologia de gênero nas escolas“, “kit gay” e agora o “banheiro unissex“. Essas são pautas plantadas no debate nacional como manobra diversionista, para que não se discuta financiamento do SUS, salário mínimo, suporte às universidades públicas, ensino de qualidade, salário de professores, fomento do pequeno produtor, política de preservação ambiental, papel das Forças Armadas, reforma tributária, reforma política e do judiciário, desindustrialização, BRICS e controle público das mídias, entre tantas outras questões essenciais para o país.

Enquanto a extrema direita mais reacionária se afasta dos temas realmente relevantes, ela insiste em empurrar o debate para a arena que escolhe – e nós frequentemente caímos nessa armadilha. Não é por acaso que sempre ao se aproximarem as eleições surgem os assuntos e as “fake news” relacionadas ao “satanismo” de pessoas da esquerda, o tema do fechamento (ou tributação) das igrejas, dos direitos das pessoas trans, do casamento gay, dos costumes “depravados” nas universidades, de Nossa Senhora, de Jesus na goiabeira, etc.

É tempo de educar as pessoas, em especial do campo progressista, que o socialismo não é uma doutrina que se importa com o rabo de qualquer um de nós, mas um modelo de sociedade pautado na colaboração, na solidariedade e na definitiva eliminação das classes sociais que nos dividem.

Chega dessa p*rra de moralismo f*did* do caralh*.

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Guerra sem fim

Não carrego muitas esperanças de que o conflito na Ucrânia tenha seu fim em pouco tempo. Essa guerra não foi planejada para ser curta. Entretanto, tenho certeza que apenas apenas quando a OTAN realmente acatar o destino inexorável de uma nova ordem mundial e o multilateralismo essa guerra poderá acabar definitivamente. Por enquanto estamos testemunhando as vitórias da Rússia sobre os nazistas do Batalhão Azov, conquistando território, liberando as novas repúblicas, eliminando a resistência e obrigando os ucranianos à rendição. O que precisamos agora é incrementar o esclarecimento para todos do que significam as ações da OTAN na Europa e estancar qualquer apoio ao imperialismo cruel e estúpido que está usando a população europeia para seus interesses.

A guerra ora em curso não é – como via de regra são as guerras imperialistas – uma guerra para atingir uma vitória. Não; ela se presta a uma guerra continuada, insidiosa, eterna, pois serve para fomentar quem está por trás desse conflito: o complexo industrial armamentista americano. É para eles que jovens ucranianos e russos estão morrendo em campos de batalha gelados da Ucrânia. Também era para eles que morriam vietnamitas, coreanos, sírios, líbios, afegãos e tantos outros, vítimas da máquina de guerra do Império. Desta forma, não esperem da OTAN um ataque direto, decisivo e definitivo. Ela continuará a usar os ucranianos como bucha de canhão para, em uma guerra de desgaste, enfraquecer a Rússia e atingir a China. A guerra é essencialmente contra os BRICS e a esperança de um mundo multipolar.

Todavia, a tática de ataque econômico à Rússia até agora deu errado. O rublo está mais forte do que nunca, a economia russa está florescendo, os bloqueios apenas afastaram a Rússia dos mercados europeus e a atiraram nos braços da China e dos BRICS. A Europa agora está em recessão, com fome e inflação crescentes. Há o perigo iminente de paralisia das indústrias alemãs se houver o bloqueio completo de envio do gás russo.

Além disso, nenhum país da OTAN mandou tropas para combate, muito menos os Estados Unidos. A “ajuda” se limita a enviar armamento, que será inevitavelmente desviado pelos governantes corruptos da Ucrânia, algo que já está ocorrendo agora. “Vamos vencer essa guerra até o último ucraniano!!” dizem os senhores da guerra dos Estados Unidos da América, enquanto os contribuintes de lá se tornam cada vez mais insatisfeitos com o destino dado aos seus impostos. O presidente Biden vem sofrendo a maior rejeição da história dos presidentes americanos, com altas taxas de inflação, colapso da economia e agravamento dos problemas internos, em especial com os mais de 300 tiroteios com vítimas que ocorreram apenas este ano. O contribuinte americano vê voltar, como em flashback, o mesmo sentimento da segunda metade do século XX: a guerra do Vietnã levava à morte de pessoas numa guerra distante que não lhes dizia respeito; o mesmo se repete hoje nas fronteiras da Rússia.

Já os países europeus sabem o que significa um ataque direto à Rússia: a destruição completa do que hoje conhecemos como Europa. A Rússia tem o DOBRO do arsenal atômico de todos os outros países do planeta somados. Esse ataque à soberania da Rússia seria o último do mundo civilizado, pois sobrariam apenas escombros do que hoje entendemos como “velho mundo”. Nenhuma das potências imperialistas quer correr o risco de uma palavra mais forte, e muito menos de ser o primeiro a apertar o botão de uma guerra onde a humanidade inteira será afetada ou destruída.

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Colonialismo, início do fim?

Tem gente que, em pleno século XXI, acha que a autonomia de uma nação é algo negociável e, embriagados pela campanha imperialista, não conseguem enxergar as tragédias e a barbárie causadas pelos invasores nas terras conquistadas. São os mesmos que condenavam, até pouco tempo, a libertação da Argélia, de Angola, de Moçambique, do Vietnã, da Índia e tantas outras colônias massacradas pelos colonizadores europeus. Diziam que, apesar do tratamento “duro” dado aos “nativos” nada é tão importante como a língua oferecida, as ferrovias e alguns bons modos à mesa.

As pessoas que nos acusam de ficarmos felizes com a expulsão dos americanos do Afeganistão pelo Talibã e que por isso somos “machistas” aceitariam ser chamados de “genocidas” por sua conivência com as mortes de meninas e mulheres durante a ocupação americana? Aceitam o rótulo de neocolonialistas? Aceitariam a pecha de “bandeirantes da América”? Aceitam o meio milhão de mortos em sua conta? Aqueles que nos acusam de sermos “autoritários” por apoiarmos um “ditador” como Putin, em sua luta contra as ameaças constantes à integridade da Rússia, deveriam entender que a influência norte-americana no leste da Europa se expressa como um gigantesca sombra de opressão e de domínio, onde as liberdades civis dos povos ameaçados será uma das primeiros pratos no banquete do imperialismo.

O biscoitismo – em especial partindo de figuras públicas da Academia – é um cacoete terrível de intelectuais que se aventuram nas redes sociais. É preciso agradar em primeiro lugar ao seu “eleitorado”, e só depois fazer algumas concessões à realidade. O salário indireto recebido por estes personagens são os “likes” e os elogios rasgados ao seu idealismo – o qual não suporta 10 minutos de mergulho na verdade dos fatos. Quem, entre as pessoas horrorizadas com a vitória do Talibã – um grupo de reacionários e fascistas de direita muito parecidos com os bolsonaristas no Brasil – ocorrida há poucos meses lembrou das 500 crianças mortas pelos bombardeios americanos nos últimos 5 anos de ocupação do Iraque? Por acaso é possível comparar a porcaria reacionária do Talibã com as milhares de crianças explodidas pelas bombas imperialistas?

Portanto, as recentes decisões do governo brasileiro e chinês de negociar diretamente entre si usando suas moedas nacionais sem a intermediação do dólar me parecem mais um graveto que irá fomentar a grande fogueira que nos livrará do Imperialismo. Diante do importância que os povos do mundo precisam colocar na libertação do domínio exercido pelo Império estas iniciativas precisam ser encaradas com a devida seriedade, e demonstram que existe real interesse do governo americano em construir uma estrutura global mais equilibrada e mais justa para as nações. Nada mais adequado que Brasil e China – pelas suas dimensões e importância geopolítica – estejam à frente desta luta.

Há apenas alguns poucos dias (29/3), ambos governos anunciaram a criação de uma “Clearing House” (ou Câmara de compensação), uma instituição bancária que permite que negócios e concessões de empréstimos sejam realizadas entre os dois países sem a utilização da moeda americana como forma de viabilizar os negócios de caráter transnacional. O Banco Industrial e Comercial da China (IBC), será a instituição bancária que vai operar a “clearing house” aqui no Brasil, permitindo que os empresários locais tenham a possibilidade de realizar negociações e até empréstimos em yuan (RMB) ,e não apenas em dólar, como é a regra que impera para estas transações até agora. A adoção dessas medidas aproxima o Brasil do seu maior parceiro comercial – a China – e faz uma demonstração inequívoca de que o Brasil se afasta do decadente imperialismo para uma tentativa de multipolaridade, onde as relação entre os países se dará de forma menos autoritária e impositiva.

Para aqueles que viam o governo Lula como um “agente do imperialismo” este foi um duro golpe de realidade. Some-se a isso as decisões de não subscrever a declaração final da “Cúpula da Democracia”, por não concordar com o foro onde este debate está sendo realizado “O entendimento do Brasil, no entanto, é de que a guerra da Ucrânia deve ser tratada em foros específicos para o tema, como a Organização das Nações Unidas”, diz o comunicado Em outra oportunidade o governo de Lula chegou a votar a favor de uma resolução da Assembleia Geral da ONU que repudiava a invasão russa, dando a entender para alguns analistas de que o governo do presidente Luiz Inácio estaria se postando ao lado dos interesses do Imperialismo. A clara inclinação em direção à China mostra o contrário, o que só pode ser saudado como uma ação positiva por todos os partidos de orientação marxista.

Esperamos que estas iniciativas sejam as primeiras de outras grandes propostas para o fortalecimento dos BRICS e do sul global.

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Dilema da Venezuela

No conflito venezuelano as oposições reclamam dos ataques aos direitos humanos. Entretanto, as táticas que usam (entre elas queimar chavistas na rua) nada tem de respeitosas. Quando o conflito entra nesse nível é impossível cobrar de um lado que seja nobre e compreensível enquanto seu oponente usa de todas as estratégias antiéticas e assassinas para aniquilá-lo. “Não se negocia com a cabeça na boca do tigre”.

Neste conflito, assim como no da Síria (ambos movidos por petróleo), depois de avaliar as demandas e as circunstâncias, eu passo a régua perguntando quais os interesses do império. Tanto lá quanto aqui do lado, o império está com a oposição e aliado às oligarquias exploradoras entreguistas. Portanto, ainda é melhor se aliar ao lado que luta pela independência e pela autonomia, mesmo sabendo que o que fazem está muito além do aceitável.

Não precisamos ir muito longe. Não esqueçam que os movimentos contra Dilma começaram sincronizados com as descobertas do pré-sal, as conversas com o Irã e a formação dos BRICS, todas atitudes que desafiam o império. Aqui foi necessário apenas treinar jovens em instituições americanas para que fossem os líderes de movimentos aparentemente renovadores, quando na verdade repetem o mesmo “anticomunismo” com uma roupagem jovial. Não foi preciso colocar tropas na rua pois nosso pais tem uma classe política tão corrupta que permitiu que o golpe ocorresse sem derramamento de sangue. Fomos vencidos sem esboçar reação.

A Venezuela, por sua vez, não cairá sem luta. O que vemos lá é o mesmo choque entre aqueles que estão cansados da exploração contra os velhos capatazes do império.

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BRICS

A criação do banco dos BRICS está na raiz das turbulências que ocorreram ultimamente no Brasil. Figuras com o menino Kim Kataguiri são diretamente financiadas por instituições americanas que objetivam desestabilizar a estrutura macroeconômica do Brasil. Não é à toa que a grande imprensa brasileira age de forma golpista há meses, criando fantasias ou fabricando boatos de forma industrial. A autonomia do Brasil desagrada àqueles que lucraram durante séculos com a nossa subserviência.

O surgimento de uma estrutura que desafia e ameaça a hegemonia do dólar jamais seria tratada de forma cândida pelos donos da economia mundial. Quando avaliamos nossas agruras intestinas e os problemas domésticos delas derivados não podemos esquecer as relações do Brasil com o mundo ao redor e seus interesses. Os “escândalos” que não se confirmam, a boataria criminosa e a tentativa clara de um golpe tem como foco a derrubada das pretensões brasileiras de amadurecer como nação. A luta seletiva e oportunista contra a corrupção tem um alvo muito mais profundo: a autonomia econômica do Brasil. Por esta razão se ataca Lula e Dilma, enquanto FHC, Serra, Alkmin e Aécio – parceiros da política americana – são claramente poupados pelo PIG.

Os Estados Unidos sempre nos trataram como seu quintal – assim como toda a América Latina – e não aceitariam de maneira dócil a insurgência de seus antigos serviçais.

Leia mais sobre a importância estratégica dos BRICS aqui:

Banco dos BRICS

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