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Essências

Eu confesso que torci pelo Biden na última eleição presidencial americana. Sei que a vitória de Trump poderia significar um estreitamento da relação entre o genocida daqui e o idiota de lá, então atirei no Trump para acertar no Bolsonaro. Entretanto, nada mais elucidativo do funcionamento do Imperialismo do que a vitória de Biden. Para quem, como nós, observa de fora, é impossível perceber qualquer diferença significativa entre a administração destes dois presidentes, mas se houver alguma, será no sentido de desmerecer o atual governante.

O anúncio das tensões crescentes na Ucrânia nos demonstra que qualquer presidente americano terá como objetivo principal o incremento do poder imperialista sobre o planeta, tanto quanto qualquer um dos seus antecessores – igualmente violentos. Não importa a quantidade de cadáveres de gente de língua estranha e de pele mais escura; o importante é manter a hegemonia, esta mesma que determina o “american way of life”. Não é possível notar diferença significativa na política externa, nas guerras e golpes, inobstante o vencedor das eleições americanas ser qualquer uma das sublegendas do imperialismo, a “direita A” ou a “direita B“. O mesmo ocorre há 70 anos em Israel: não importa quem vença as eleições por lá, a política de massacre e limpeza étnica dos palestinos será igual; o sionismo não é projeto de governo, mas uma política de Estado.

Existem coisas que fazem parte da essência do país, como o imperialismo e o sionismo. Da mesma forma, não faz diferença onde o capitalismo se instale; sua essência é o empobrecimento da população, a concentração de renda, a destruição do meio ambiente e a tendência à formação de grandes oligopólios e monopólios. Depois disso, uma máquina absurda de propaganda e a instalação de um Estado policial de brutalidade crescente será institucionalizada, para desta forma manter a classe operária comportada e satisfeita com as migalhas recebidas.

Assim como a paz mundial não será decidida pelas eleições americanas e o futuro da Palestina não estará nas cadeiras conquistadas no Knesset, o desenvolvimento das potencialidades humanas, a divisão equânime das riquezas e a solidariedade entre os povos deste planeta jamais chegará através do modelo capitalista, pois que o caráter predatório do capitalismo está entranhado inexoravelmente em sua essência mais profunda. Não será fazendo concessões à classe burguesa que conquistaremos a justiça e o equilíbrio.

E lembrando: também não haverá humanização do nascimento e respeito à fisiologia das mulheres enquanto o parto for controlado por cirurgiões. Afinal, intervir sobre os corpos está na essência destes profissionais. Como seria possível que agissem contra suas mais profundas inclinações? Uma política de “reformismo” e a manutenção do sistema de poderes nos levou a situação de agora. Desta forma, por que deveríamos continuar numa rota que jamais nos levou a mudanças consistentes?

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Guerra sem fim

Não carrego muitas esperanças de que o conflito na Ucrânia tenha seu fim em pouco tempo. Essa guerra não foi planejada para ser curta. Entretanto, tenho certeza que apenas apenas quando a OTAN realmente acatar o destino inexorável de uma nova ordem mundial e o multilateralismo essa guerra poderá acabar definitivamente. Por enquanto estamos testemunhando as vitórias da Rússia sobre os nazistas do Batalhão Azov, conquistando território, liberando as novas repúblicas, eliminando a resistência e obrigando os ucranianos à rendição. O que precisamos agora é incrementar o esclarecimento para todos do que significam as ações da OTAN na Europa e estancar qualquer apoio ao imperialismo cruel e estúpido que está usando a população europeia para seus interesses.

A guerra ora em curso não é – como via de regra são as guerras imperialistas – uma guerra para atingir uma vitória. Não; ela se presta a uma guerra continuada, insidiosa, eterna, pois serve para fomentar quem está por trás desse conflito: o complexo industrial armamentista americano. É para eles que jovens ucranianos e russos estão morrendo em campos de batalha gelados da Ucrânia. Também era para eles que morriam vietnamitas, coreanos, sírios, líbios, afegãos e tantos outros, vítimas da máquina de guerra do Império. Desta forma, não esperem da OTAN um ataque direto, decisivo e definitivo. Ela continuará a usar os ucranianos como bucha de canhão para, em uma guerra de desgaste, enfraquecer a Rússia e atingir a China. A guerra é essencialmente contra os BRICS e a esperança de um mundo multipolar.

Todavia, a tática de ataque econômico à Rússia até agora deu errado. O rublo está mais forte do que nunca, a economia russa está florescendo, os bloqueios apenas afastaram a Rússia dos mercados europeus e a atiraram nos braços da China e dos BRICS. A Europa agora está em recessão, com fome e inflação crescentes. Há o perigo iminente de paralisia das indústrias alemãs se houver o bloqueio completo de envio do gás russo.

Além disso, nenhum país da OTAN mandou tropas para combate, muito menos os Estados Unidos. A “ajuda” se limita a enviar armamento, que será inevitavelmente desviado pelos governantes corruptos da Ucrânia, algo que já está ocorrendo agora. “Vamos vencer essa guerra até o último ucraniano!!” dizem os senhores da guerra dos Estados Unidos da América, enquanto os contribuintes de lá se tornam cada vez mais insatisfeitos com o destino dado aos seus impostos. O presidente Biden vem sofrendo a maior rejeição da história dos presidentes americanos, com altas taxas de inflação, colapso da economia e agravamento dos problemas internos, em especial com os mais de 300 tiroteios com vítimas que ocorreram apenas este ano. O contribuinte americano vê voltar, como em flashback, o mesmo sentimento da segunda metade do século XX: a guerra do Vietnã levava à morte de pessoas numa guerra distante que não lhes dizia respeito; o mesmo se repete hoje nas fronteiras da Rússia.

Já os países europeus sabem o que significa um ataque direto à Rússia: a destruição completa do que hoje conhecemos como Europa. A Rússia tem o DOBRO do arsenal atômico de todos os outros países do planeta somados. Esse ataque à soberania da Rússia seria o último do mundo civilizado, pois sobrariam apenas escombros do que hoje entendemos como “velho mundo”. Nenhuma das potências imperialistas quer correr o risco de uma palavra mais forte, e muito menos de ser o primeiro a apertar o botão de uma guerra onde a humanidade inteira será afetada ou destruída.

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Um assento reservado no Inferno

Cada vez que eu vejo a lavagem cerebral de gente que chama o Putin de “carniceiro”, “louco”, “assassino” por sua invasão à Ucrânia eu fico pensando o quanto estas percepções são criadas e disseminadas pela gigantesca máquina de propaganda que controla nossas mentes. Longe de ser apoiador de um direitista autoritário como Putin, tudo o que eu gostaria é que o presidente eleito da Federação Russa fosse julgado com a mesma régua com a qual os presidentes americanos são avaliados.

Até 6 de maio de 2022 o número oficial de mortes de civis da Guerra na Ucrânia era de of 4.253 (1.617 homens, 1,064 mulheres, 100 meninas, and 105 meninos, assim como 67 crianças e 1.300 adultos cujo sexo é desconhecido) – e um número quase igual de feridos. Sim, nos primeiros 100 dias de guerra houve um número de mortes igual àquelas produzidas pelo trânsito brasileiro no mesmo período – que mata em média 32 pessoas por dia em nossas ruas e estradas. Podemos dizer que os soldados russos – treinados para matar e defender – são mais cuidadosos com a vida alheia que os nossos motoristas.

Algumas agências clamam que os números são bem maiores, mas não oferecem dados alternativos confiáveis e comprovados. Mesmo que fosse o dobro dos números oficiais, ainda assim seria uma guerra em que existe uma óbvia preocupação em não matar, não destruir e uma tentativa obsessiva em preservar vidas.

Agora analisem as invasões americanas na Síria e Iraque, apenas para citar guerras recentes provocadas pelo Império onde é evidente um sentimento xenófobo e islamofóbico. A maioria dos americanos – mas também nós, as colônias – não tem noção do massacre ocorrido lá e acham que morreram “dezenas de milhares”. Isso está muito longe da verdade, pois como disse o general Tommy Frank – general responsável pela operação inicial de invasão – “não contamos corpos”, exatamente porque os inimigos do Império são sempre desumanizados, deixam de ser gente, não passam de baratas. Um bom filme sobre isso é “Hearts and Minds”, um espetacular documentário de 1974 sobre a brutalidade da guerra e a “necessária” desumanização dos inimigos, no caso os vietnamitas.

Na primeira semana da invasão do Iraque, com o claro objetivo de buscar uma posição geopolítica favorável e roubar petróleo, algumas estimativas apontam que foram mortos 80.000 iraquianos, usando uma mentira disseminada pelas redes de TV sobre “armas de destruição em massa!!” contada ao vivo pelo Secretário da defesa americano Collin Powell. O total de mortes desse massacre imperialista – que destruiu o país de onde surgiu a civilização humana – chega a 2.4 milhões de pessoas. Alguém acha que Putin poderia estar na mesma turma de seres humanos perversos onde estão Bush (pai e filho), Obama, Trump e Biden? “They’re not in the same league“. Na Síria a destruição foi a mais violenta possível por parte das forças aliadas à OTAN. Mercados centenários, mesquitas e templos religiosos reduzidos a pó; imagens obtidas por satélite mostraram uma violenta destruição em 290 locais históricos de todo o país. A ONU alertou que a guerra na Síria já destruiu 24 áreas consideradas Patrimônio Cultural da Humanidade e 104 sofreram danos profundos desde que o conflito teve início em 2011.

É preciso um mínimo de senso de proporção quando colocamos de um lado um autocrata de direita protegendo suas fronteiras de ameaças da OTAN e do outro assassinos perversos no comando de um Império decadente.

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Imperialismo e Guerra na Ucrânia

Existem algumas opiniões dobre os conflitos na Ucrânia que trazem a ideia de que a Rússia estaria “agindo de forma imperialista”. Sério? Pergunto: de onde tiraram essa ideia??? Veja da seguinte maneira: o seu vizinho faz acordo com um inimigo histórico para instalação de ogivas nucleares cujos mísseis poderiam atingir Moscou em 4 minutos. Deveria a Rússia cruzar os braços e acatar uma decisão que ameaça de morte o país? Ogivas apontadas para Moscou em solo historicamente Russo? E acham mesmo que a Rússia deveria aceitar isso?

Quem não lembra da crise dos mísseis em Cuba? Lembram que Cuba ia apontar ogivas nucleares russas para o território dos Estados Unidos??? Por que os americanos impediram? Por que isso parecia – e continua parecendo – inadmissível, mas em solo ucraniano seria legítimo?

E, por favor, não entrem nessa de desmerecer o Putin. Isso é infantilidade política. Putin é um fascista, anticomunista e tem poderes ditatoriais, mas seu pleito é JUSTO, inatacável – inclusive pelo direito internacional pela assinatura dos acordos de 1997, que estão sendo repetidamente desrespeitados pela OTAN. Até mesmo a comunidade internacional está apoiando Putin na luta contra o imperialismo genocida.

Hoje um correspondente brasileiro na Alemanha disse que não há como apoiar Putin porque ele é (adivinhem) contra os gays. Meu Deus, o que fizemos de errado no mundo para produzir estes pensamentos identitários tão infantis? É a mesma turma que condena a expulsão (vexatória) dos americanos do Afeganistão porque o Talibã seria “machista”. Agora as sanções americanas ao Afeganistão estão matando essas mesmas meninas de fome, mas importante mesmo era o seu direito de frequentarem a escola. Credo… crianças mortas indo ao colégio. Quando as bombas americanas matavam seus pais e irmãos não havia problema, desde que chegasse aqui a notícia que elas podiam assistir as aulas.

Sim, o Putin é um fascista grosseirão, mas com um pleito justo. Alguém acha que, por causa dos modos e do temperamento de Putin, deveríamos apoiar um comediante fascista e um governo fruto de um golpe nazista como neste da Ucrânia? Você apoiariam um governo em que ministros são declaradamente nazistas? É possível apoiar um país abertamente nazificado?

Entenda: se os Estados Unidos atacassem o Brasil prometendo o paraíso identitário eu estaria do lado até de Bolsonaro defendendo a soberania nacional. Não existe NADA PIOR do que a escravidão de um povo. Nada é mais humilhante e destrutivo do que a invasão de um país.

Todo e qualquer apoio à Ucrânia nazista é apoio ao imperialismo americano. Todo o direito internacional dá razão à Rússia, e até a oposição, como o partido comunista da federação russa, está apoiando Putin. O pais está unido no esforço de defesa contra a OTAN e suas ameaças. A GUERRA é responsabilidade do estúpido do Biden, que insiste em aceitar a Ucrânia como parte da OTAN, ameaçando a própria existência da Rússia.

Não esqueçam… a Ucrânia é russa!!! Sua história e duas origens se confundem com a própria história da Rússia Imperial. O Império russo nasceu em Kiev. Agora Putin está protegendo as novas repúblicas que se separaram da Ucrânia dos ataques do “presidente comédia” da Ucrânia. Leiam o que disse Kissinger, Carter e Madeleine Albright sobre o tema. Não há defesa para mais essa aventura estúpida dos americanos agora associados aos nazistas ucranianos.

E a Rússia não é e nunca foi imperialista. Digam um pais europeu onde há bases mitares russas. Não lembram? Pois dos Estados Unidos há mais de 700 bases espalhadas por todo o continente. A OTAN é uma farsa e sequer deveria existir; nada mais é do que uma representante dos interesses americanos. Uma guerra contra a Rússia é uma guerra perdida e um genocídio sem igual no planeta.

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Esquerda, volver

Por tudissdaê que estamos passando que eu não posso perdoar essa esquerda conformista, que torce pelo Alexandre “Temer” de Morais, que adora decisão do Gilmar Mendes (que foi o responsável pelo impedimento de Lula), que admira o STF (!!!!), que adora a turma identitária sectária, que aplaude Bill Gates, Jeff Bezos, Koch, Soros e Zuckerberg, que chorou pelo frouxo identitário “nova esquerda” imperialista do Boric (anti Cuba, anti Venezuela), que adora empresas farmacêuticas bandidas (com um imenso histórico de fraudes, crimes, mortes, manipulações e corrupção), que respeita um criminoso de guerra como Joe Biden e que não enxerga como estamos sendo dominados pelo grande capital, pelo sistema financeiro transnacional, pelas BigTech e BigPharma e pela manipulação midiática dominada hoje pelo Vale do Silício.

É com tristeza que vejo uma boa parte do pensamento de esquerda se curvando ao liberalismo sem perceber que o desastre que hoje enfrentamos se deu também pela frouxidão de nossas posturas diante do monstro que se formava. Temos uma esquerda cooptada pela mídia monopolista, que precisa reinventar-se com urgência para retomar sua destinação revolucionária e contra hegemônica.

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Bad choices

That’s how Americans can be stupid to their bones. That would be the same if, to fight Bolsonaro, we decide to compliment Temer.

You must be kidding. For sure Trump is a psychopath and unfit for the presidency, but Obama is one of the most prominent killers and murderers of the White House. SEVEN countries heavily bombed during his time as “commander in chief”. Thousands of women and children killed in search for cheap oil. Entire countries like Iraq (where he continued and maintained the warfare), Libia, Yemen, Syria, Afghanistan and many others were turned into ashes. Millions of lives were destroyed.

So the fact that he didn’t cheat on his wife (and you don’t really know if that is true) make him a good president? Seriously? So…. keep in mind that a month ago Jerry Falwell was such a noble and devoted Christian.

Obama was a total failure if we consider his weakness to stop the Empire to destroy lives, countries and the idea of a peaceful world.

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