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Enfim , a barbárie

Em Israel os políticos de vários partidos e uma parte imensa da população debatem abertamente se a tortura e os abusos de prisioneiros políticos da Palestina devem ser legitimados e aceitos como práticas legítimas e até justas pelo sistema penitenciário. Os jornais e alguns ativistas tratam os torturadores como heróis, que não poderiam ser atingidos pela justiça. A desumanização dos palestinos chega a um nível em que suas vidas valem menos do que a dos bichos de estimação dos racistas e supremacistas do país. Se a simples existência desse debate já não é a demonstração cabal da total degenerescência de uma nação, então teremos que criar uma nova definição para a perversidade humana. Estamos à beira de um colapso ético no planeta, e se nada for feito pelas nações do mundo para barrar o terrorismo de Israel e os gravíssimos crimes contra a humanidade cometidos pelos israelenses, seremos todos cúmplices da barbárie lá instalada. Eu exijo do governo brasileiro a imediata ruptura de toda e qualquer conexão com Israel, tanto diplomática, comercial, acadêmica ou cultural. Se isso não for feito – em nome de uma fidelidade aos interesses americanos – então o governo brasileiro estará assinando um atestado de parceria com os crimes de lesa humanidade cometidos pelos fascistas sionistas.

Apenas imaginem se as torturas nas prisões de Ketziof, Nafha e Ramon estivessem ocorrendo na Coreia do Norte, em Cuba ou na Rússia de Putin. Como a mídia ocidental estaria descrevendo os horrores dos prisioneiros torturados? Ora, bem sabemos como seria. No Iraque, na prisão de Abu Ghraib, as torturas contra os prisioneiros capturados pelo exército eram sistemáticas e, pelas fotos vazadas à imprensa, pudemos ver que eram fonte de diversão para os soldados americanos. O mesmo aconteceu no Vietnã e antes na Coreia, mas por certo que foram frequentes em todos os lugares invadidos pelo imperialismo nos últimos 100 anos. Entretanto, a imprensa só se manifestou de forma tímida, e apenas depois do vazamentos de imagens das masmorras destes lugares; não fosse por isso e ainda não saberíamos o inferno que os soldados imperialistas produziram por lá. A brutalidade nas prisões israelenses apenas reflete o padrão de desumanização produzida pelo Império, da qual conhecemos apenas a ponta do Iceberg pois, como bem sabemos, a história sempre é contada pelos vitoriosos.

É preciso criar um muro de proteção da civilização contra a barbárie, e ele precisa usar as armas possíveis: Boicote a todos os bens e serviços que venham de países como Israel, onde a tortura é celebrada pela população nas ruas. Desinvestimento de qualquer negócio que inclua parceiros com Israel e, por último e talvez mais importante, aplicação de sanções comerciais para estrangular o nazisionismo de forma a impedir que a selvageria racista venha a se expandir, contaminando todas as nações do mundo com o discurso extremista e segregacionista. Não há espaço mais para negociações; com torturadores e fascistas a conversa é outra. É preciso ser firme no combate à obscenidade que se estabeleceu na Palestina pelos invasores, se é que ainda sonhamos com a paz.

Veja mais aqui.

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Ditaduras

“Mas o Brasil de Lula apoiou ditaduras pelo mundo afora”…

Quem já não escutou esta frase provocativa vindo dos elementos mais afoitos da direita nacional? Quem já não teve que dar explicações para quem acusa os governos socialistas de serem antidemocráticos, cruéis e genocidas? Todavia, antes de explicar os governos petistas de terem uma política externa que favoreceu os países em desenvolvimento, cabem alguns esclarecimentos importantes sobre os países mais frequentemente acusados.

Em primeiro lugar, entre as nações que “os comunistas do PT” protegeram por acaso uma delas é Israel, que ocupa com armas a Palestina após uma invasão que expulsou 750 mil habitantes da região há 70 anos? Ou talvez entre estes países favorecidos pelo PT está a Arábia Saudita, uma ditadura feroz apoiada pelos americanos em troca de petróleo, que enforca pessoas em praça pública e em pleno século XX pratica penas de morte por decapitação? Sim, porque ambos estes países são idolatrados por Bolsonaro. Tanto Israel quanto a Arábia Saudita foram visitados recentemente pelo mandatário brasileiros e seus filhos. Porém, aqui cabe uma pergunta: em alguma das “ditaduras” que o PT é acusado de apoiar alguma vez um presidente foi impedido de concorrer por um golpe envolvendo um juiz e procuradores corruptos? Pois, vale lembrar, Bolsonaro se tornou presidente apenas porque o ex-juiz Sérgio Moro acertou-se com o departamento de justiça americano, produzindo uma sentença condenada pela totalidade do meio jurídico independente. Este mesmo juiz posteriormente abandona a toga e se transforma no Ministro linha dura e punitivista Bolsonaro – a quem ajudou eleger. Isso pode ser considerado uma democracia?

Mas quando vocês se referem à Venezuela é bom lembrar que este país sofre um brutal embargo americano por ser um bastião da autonomia e da soberania das nações da América Latina. Seu presidente – legitimamente eleito – sofreu diversos atentados contra sua vida por forças reacionárias patrocinadas pelo imperialismo. A Venezuela está longe de ser um país socialista, quanto menos comunista, mas ousou declarar-se livre das imposições americanas para a compra do seu petróleo por preço vil. Esse país tem eleições cada dois anos, economia de mercado, imprensa livre, voto controlado e auditado por dezenas de países. Por que poderíamos chamar a Venezuela de “ditadura” mas nunca nos referimos assim à Colômbia, um país tradicionalmente controlado por uma direita brutal e assassina, associada aos Estados Unidos, onde 199 ativistas dos direitos humanos foram assassinados pelas milícias armadas ligadas ao governo, isso apenas no ano de 2020. Não seria justo chamar de ditadura um país onde lutar pelos direitos de seus compatriotas representa uma sentença de morte? Se você chama Cuba de “ditadura”, sabia que lá os políticos trabalham de graça para o povo? Os parlamentares em Cuba, de qualquer nível (provincial ou nacional), não possuem qualquer pagamento ou salário. Geralmente seguem atuando em suas áreas/profissões, ao mesmo tempo em que atuam em suas funções legislativas. Outro fato curioso é que não existe nenhuma proibição em Cuba para a fundação de outros partidos; não há lei alguma com essa restrição. Não existe exigência de filiação partidária para a participação política. Por que seria ditadura quando existe total liberdade para organização partidária?

Em 2018 a Comissão Nacional Eleitoral de Cuba ratificou os resultados das eleições gerais. Um total de 85,65% dos eleitores exerceram seu direito ao voto e 7.399.891 de eleitores compareceram às urnas, em uma população de 11 milhões e meio de cubanos. É importante ressaltar que o voto em Cuba não é obrigatório como no Brasil, mas opcional. Cada circunscrição (agrupamento de bairros) escolhe seu candidato em assembleias abertas, o qual irá para as eleições onde todos (cidade/província/país) poderão decidir se aprovam, ou não, por meio de voto facultativo e secreto. Outro detalhe muito interessante do sistema cubano é que algumas categorias (trabalhadores, mulheres, estudantes e pequenos agricultores) têm cotas no Parlamento, estabelecendo uma diversidade notável na política da ilha. Em 2018 as mulheres detinham 53% das cadeiras da assembleia do povo e os negros 40% – compare isso com os míseros 15% de mulheres e 24% de negros no congresso brasileiro. Esses elementos são o Poder Popular, que preserva o contato permanente entre lideranças e a base. Por que chamar Cuba de ditadura, mas não achar o Brasil uma ditadura onde quem manda são os banqueiros, os rentistas, os latifundiários e as redes de TV? (leia mais nesta reportagem de Jornalistas Livres)

E sobre a Coreia do Norte? Pois existem 3 partidos por lá e você pode ser eleito para a Assembleia Popular sem estar ligado a qualquer um deles, assim como em Cuba. Sabia que, assim como em Cuba, não existe nenhuma pessoa sem moradia ou vivendo em malocas na Coreia do Norte? Sabia que o presidente Kim Jong-Un é apenas chefe do executivo, eleito pela Assembleia do Povo, mas o país tem um sistema legislativo e judiciário independentes? Não esqueçam que Venezuela, Cuba e Coreia do Norte sofrem embargos brutais, um verdadeiro terrorismo econômico por parte do Império americano, apenas pela ousadia de se declararem independentes do poder central do capitalismo. Estes países enfrentam a escassez de produtos porque sabem que muito pior do que isso é a subserviência aos interesses do países imperialistas. Eles são exemplos de autonomia e soberania, povos altivos que perceberam muito antes do que nós, o valor de serem livres.

Enquanto isso, em nossa democracia liberal, existem mais armas nas mãos de bolsonaristas do que em posse das polícias e forças armadas brasileiras. Apenas Bolsonaro ameaça a ordem instituída dizendo que não vai aceitar o resultado das eleições. Uma democracia em que as Forças Armadas atuam constantemente ameaçando o legítimo desejo popular pode ser descrita desta forma? Pode ser considerada um governo do povo? Não há dúvidas de que estes países tão atacados por nossa mídia liberal burguesa têm problemas estruturais importantes. É fato que existem problemas sérios até mesmo em relação aos direitos humanos, mas é injusto acusá-los de “regimes ditatoriais” como o fazem os jornais do mundo inteiro sem conhecer sua história, suas particularidades, suas dificuldades, os crimes cometidos contra sua soberania por forças estrangeiras e seu empenho em manter independência dos poderes imperialistas que massacram populações inteiras por todo o mundo. E também é incorreto utilizar as democracias liberais como paradigmas de justeza e transparência quando, por certo, estão muito distantes dessa realidade.

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Democracias latinas

A imprensa corporativa brasileira adora colocar rótulos nos governos que se insurgem contra o domínio imperialista americano. Entretanto, quando aprofundamos mais a análise, observamos uma realidade inquestionável: nossas democracias republicanas acabam vítimas de sua própria tolerância com o imperialismo. Allende, Jango, Dilma, Lula, Evo, Cristina, Lugo, Juscelino e tantos outros foram vítimas de armações da CIA para a desestabilização das frágeis democracias na América Latina. Muitos deles foram defenestrados da condição de líderes nacionais por todo tipo de armação espúria. Aqui nossa última experiência golpista foi com a famigerada Lava Jato, mas cada país tem sua peculiaridade, determinada pelas circunstâncias históricas.

Entretanto, mesmo a esquerda reformista continua insistindo em rotular os países que resistem ao imperialismo yankee como “ditaduras”, mesmo quando o sistema eleitoral é translúcido e muito mais seguro do que o nosso próprio sistema eleitoral. Há muito sabemos que os pleitos na Venezuela são os mais vigiados do mundo e o sistema eleitoral de Cuba opera num circuito muito mais sociocrático do que democrático (portanto, superior, ao meu juízo). Aliás, em Cuba a política é uma atividade de voluntariado, sem proventos, e nenhum participante das decisões pode pertencer ao partido comunista. Por sua atitude de oposição aos ditames imperialistas todos estes países – Nicarágua, Venezuela e Cuba – sofrem há muitos anos risco de ruptura imediata de sua soberania, seja por grupos de traidores financiados pelos Estados Unidos, seja por invasão militar direta. Na Venezuela, há alguns poucos anos, houve um atentado por drone contra Maduro, intentonas fajutas lideradas por Guaidó e uma invasão por mar onde espiões foram capturados pelos pescadores armados das brigadas revolucionárias.

Em Cuba nem se fala (só Fidel sofreu mais de 60 atentados), pois há pouco tempos houve outra tentativa de um falso “movimento popular” que na verdade respondia a interesses de Miami. A Coreia do Norte, não fosse sua bomba nuclear, já teria sido varrida do mapa pelos americanos. Pergunto: qual país na iminência de uma invasão (inclusive anunciada por Trump, no caso da Venezuela) permitiria eleições livres correndo o risco de ocorrer a vitória de um candidato populista que colocaria a soberania duramente conquistada a perder? Se você responder “uma democracia europeia”, lembre que a Inglaterra suspendeu todas as eleições no período da guerra. E não foi só ela. Por quê?

Ora, pela clara ameaça à segurança nacional. Esta é a resposta que nicaraguenses, venezuelanos, cubanos, coreanos e ingleses dariam a essa pergunta. Por que então, em nome da segurança nacional, só os partidos que romperam com a dominação imperial são chamados de ditaduras? Enquanto isso, Cuba faz suas eleições livres há 60 anos. A Venezuela é o país com mais eleições com controle externo do mundo. A Coreia do Norte pouca gente sabe como funciona, mas ninguém daquele pequeno país esquece 1/3 de sua população foi morta pelos bombardeios americanos na guerra de independência. Uma eleição vale perder a soberania conquistada com a morte de uma terça parte do seu povo? Quem arriscaria ver um candidato oportunista colocar a segurança destes países – Cuba, Coreia e Inglaterra – em jogo durante um período de guerra??? Não gosto de ditaduras, mas nesse continente só os americanos gostam e as apoiam, pois que eles estimularam a imposição delas em toda a América durante décadas. Aceitar – em nome da democracia – que eles voltem a nos encabrestar é ingenuidade suicida.

O erro de Dilma no seu excesso de republicanismo não pode voltar a ocorrer. Neste aspecto, a luta pela soberania e pela autonomia valem mais do que responder às artimanhas retóricas do Império. Pense bem: não fosse a resposta dura dos insurgentes que fizeram a sua revolução e a China continuaria até hoje o bordel da Europa e uma produtora de matérias primas para seus patrões brancos europeus. Talvez estivesse fragmentada em 4 ou 5 países, divididos por questões menores (religiosas, linguísticas, etc.) controlados pelos poderes coloniais. Não fossem Fidel, Camilo Cienfuegos e Che, Cuba seria ainda hoje a ilha de Hemingway, cheia de puteiros e morenas do balacobaco, produzindo açúcar e miseráveis. Talvez produzisse alguns jogadores de beisebol, como a pobre República Dominicana, mas por certo faria parte dos miseráveis do Caribe, como Jamaica e Haiti. A Coreia do Norte seria como a do Sul: dinheiro e sucesso para poucos, uma legião de marginalizados – como pode ser visto em “Parasitas”- convivendo com a miséria dos trabalhadores explorados e batendo recordes de suicídio. Não fosse por uma luta heroica e corajosa contra o Império levada a cabo por estes revolucionários e estes países seriam o que o Brasil é hoje: o quintal dos gringos.

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Real Threat

Eu concordo com Chomsky…. a Coreia do Norte não é uma ameaça ao mundo; os Estados Unidos o são. Minha opinião sobre as bombas produzidas e lançadas pela Coreia do Norte é a seguinte:

“The only reason North Korea still exists is the fact the they are able to built atomic artifacts and spend more than half of their GDP on the military (like the US). Don’t forget that 60 years ago 1/3 of their CIVIL population was killed by American bombing. 1 out of 3 people – like you and me – were killed by Americans. Wouldn’t you create any possible device to protect you and your people for the next attack?

Last year USA bombed 7 different countries, with 26 thousand missiles, in search for oil. One million Iraqis were killed in the American invasion; thousands are being killed in Afganistan, Libia and Syria. Why would americans preserve North Korea from complete “free market” destruction?

The missile launched is a warning. If America attacks North Korea millions will die. But the question is: in those 60 years how many countries were attacked by this tiny asian country?

If you were a North Corean, wouldn´t you do the same to protect your country and your family?”

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