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Censura

Agora o Facebook impõe a concepção imperialista de “organização terrorista”, que não está em sintonia com a visão do governo brasileiro. Essa é uma verdade cristalina que conhecemos há anos, desde o tempo em que o Facebook censurava imagens de amamentação baseado em concepções americanas de pudor, e não na forma como nós abordamos a naturalidade do aleitamento materno.

Isso é grave, porque o Facebook impõe censura a mando do governo americano através de suas instituições afiliadas, como Facebook e Google. Um país soberano não pode ser governado e regulado por legislações alheias à sua norma jurídica. É urgente que as redes sociais sejam entendidas pelo governo federal como concessões públicas, assim como acontece com as rádios e TVs, para que obedeçam às regras locais e não as regras dos seus países de origem. Terrorismo é o que fazem Israel e os Estados Unidos, matando mulheres e crianças, espalhando o terror e disseminando o horror e a destruição no mundo. Quem resiste a isso exerce o legitimo direito à vida e à dignidade.

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Arquivado em Palestina

Cuba

Está é a história de um casal de gays que, pouco tempo depois de se casarem, decidem mudar para um condomínio de casas. Logo após fazerem a mudança percebem o incontido desconforto dos vizinhos. Com o tempo estes cochichos e narizes torcidos se transformam em rechaço aberto por parte de muitos moradores. Não só isso: o casal é atacado, boicotado e humilhado frequentemente. Tem o carro riscado, os pneus furados e as janelas quebradas por pedras. São desprezados nas reuniões de condomínio e suas queixas não são levadas em consideração. Diante de todas as provas oferecidas recebem como resposta apenas um conselho: “Se não estão satisfeitos, saiam daqui”.

As ameaças constantes, e as dúvidas sobre como agir, produziram ansiedade e angústia crescentes. Com tanta pressão o casal entra em conflito: um deles deseja mudar e com isso obter tranquilidade e paz para viver; um sonho de vida não poderia se transformar em uma constante tortura. O outro, por sua vez, apela para a necessidade de se buscar justiça, os direitos humanos e a honra, dizendo ser esta uma “boa luta”, um confronto em nome de todos aqueles que sofrem preconceito. A distância entre as visões de ambos, com o tempo, se torna inconciliável. A diferença de postura diante dos ataques – sutis ou explícitos – acaba por produzir uma rachadura na relação, e desta surge a inevitável ruptura. Pouco tempo depois, separam-se, vendem a casa, e cada um vai refazer sozinho a sua vida.

Um velho casal de moradores da mesma rua, ao fazer sua caminhada matinal, vê a placa de “VENDE-SE” pendurada na porta. Um deles, sabendo quem outrora morava naquela casa, comenta com o outro:

“É como eu sempre digo: este tipo de relacionamento dificilmente dá certo”.

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Acusações

Na internet tropeço em um “exposed” de “macho escroto” todo santo dia. “Senta lá que vem textão”, dizem, e logo aparece um enorme e dramático texto acompanhado de um ou mais prints de Whatsapp. Lágrimas, cobranças, ataques, raiva, indignação são os ingredientes infalíveis da famosa lavagem pública de roupa suja. Bem, não me cabe julgar a dor de alguém que apela para estes ataques cujo alvo é um amor deteriorado. Quem poderia atirar a primeira pedra?

Ok, são as trevas do ressentimento. Muitas vezes os ataques nada mais são que gritos desesperados de um coração que sofre, vociferados na ilusão de manter vivo um vínculo de amor, nem que seja pelo artifício do ódio. Não há como saber da dor, que é única e intransferível, mas é possível imaginar a extensão da ferida pela força das palavras duras, inexoráveis e carregadas de tristeza.

Há algumas semanas vi um sujeito expor as conversas privadas com as namoradas como forma se defender de acusações gravíssimas. Jogou tudo no ventilador, reduzindo à poeira qualquer segredo de alcova, expondo os corpos contraídos, os sussurros, as juras, as safadezas e tudo aquilo que deveria estar no cofre da cumplicidade. Fez tudo isso para salvar o que lhe resta de dignidade, o tênue fio de honradez que ainda o liga à vida. Para algumas, não passou de uma estratégia que visava “silenciar” quem o acusa.

Não há como negar a este sujeito o direito à salvar-se, provando, através desta exposição, a sua inocência. Pau que bate em Chico, bate em Francisco. Àquelas que pretendem negar-lhe esse direito digo apenas que se acostumem com a equidade, ou desistam de lutar por ela. Além disso, nunca esqueçam que o equilíbrio nas relações de gênero demanda imparcialidade, e ela apresenta ônus e bônus. Quem acusa precisa provar, e quem é acusado tem o direito sagrado de se defender com as armas possíveis e legais.

E quem acusa de forma leviana, por vingança, perversidade ou desprezo, merece a mão firme da lei.

Ok, são as trevas do ressentimento. Muitas vezes os ataques nada mais são que gritos desesperados de um coração que sofre, vociferados na ilusão de manter vivo um vínculo de amor, nem que seja pelo artifício do ódio. Não há como saber da dor, que é única e intransferível, mas é possível imaginar a extensão da ferida pela força das palavras duras, inexoráveis e carregadas de tristeza.

Há algumas semanas vi um sujeito expor as conversas privadas com as namoradas como forma se defender de acusações gravíssimas. Jogou tudo no ventilador, reduzindo à poeira qualquer segredo de alcova, expondo os corpos contraídos, os sussurros, as juras, as safadezas e tudo aquilo que deveria estar no cofre da cumplicidade. Fez tudo isso para salvar o resto que lhe resta de dignidade, o tênue fio de honradez que ainda o liga à vida. Para algumas, não passou de uma estratégia que visava “silenciar” quem o acusa.

Não há como negar a este sujeito o direito à salvar-se, provando, através desta exposição, a sua inocência. Pau que bate em Chico, bate em Francisco. Àquelas que pretendem negar-lhe esse direito digo apenas que se acostumem com a equidade, ou desistam de lutar por ela. Além disso, nunca esqueçam que o equilíbrio nas relações de gênero demanda imparcialidade, e ela apresenta ônus e bônus. Quem acusa precisa provar, e quem é acusado tem o direito sagrado de se defender com as armas possíveis e legais.

E quem acusa de forma leviana, por vingança, perversidade ou desprezo, merece a mão firme da lei.

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Indignação

Michael Löwy é um pensador marxista brasileiro radicado na França, onde trabalha como diretor de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique.

Nunca esta frase de Michael Löwy foi tão importante para acordar as novas gerações. A indignação é o motor de todas as verdadeiras transformações sociais, das menores às maiores. Sem ela não há afeto, e sem as emoções afloradas não é possível mobilizar nossa potencialidade para a luta. Parafraseando a antropóloga britânica Sheila Kitzinger em seu livro “The Politics of Birth”, “Não se faz uma revolução com tapinhas nas costas”. Não mudaremos a realidade política no Brasil cuidando dos sentimentos feridos, acalentando emoções despedaçadas ou tendo cuidado para não ferir suscetibilidades. Para fazer um omelete é preciso quebrar as cascas dos ovos. O espírito de indignação precisa ser estimulado, porque sem ela só produzimos a estagnação e a cristalização das opressões.

Não é possível modificar os sistemas de poder numa determinada sociedade sem atingir aqueles que se acastelaram em posição de autoridade. Fazer concessões insensatas, acreditar em “consensos”, iludir-se com promessas e apostar em avanços fantasiosos (criados para que nenhuma mudança real ocorra) são formas altamente eficientes de adiar o necessário câmbio de paradigma. Todavia, poucos tem a capacidade de reconhecer a importância da inquietude que brota de um espírito revolucionário; a indignação ainda é vista como defeito, como uma falha de caráter que ocorre em sujeitos a quem nenhuma satisfação é possível. Por resta razão, mesmo nos movimentos populares e no seio do ativismo, prolifera um espírito contra-revolucionário que nos estimula a ter “paciência”, a conversar com os poderosos, a fazer infinitas concessões, a negociar e acreditar que a retórica move montanhas e que o bom senso, no fim, prevalecerá.

“Parem de nos matar”, dizem as próximas vítimas, na ilusão que isso fará aflorar a comiseração dos algozes. “Queremos comer” gemem os famélicos esperando, ao menos, migalhas dos seus opressores. “Exigimos dignidade” dizem as gestantes, despidas de autonomia e protagonismo, como se alguma vez na história da humanidade qualquer direito tenha sido conquistado pela bondade de quem o concedeu.

Sem a necessária indignação nenhum movimento é possível. Ela é a força da transformação, sem a qual tudo se cristaliza e morre.

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Arquivado em Ativismo, Causa Operária

Matheus do IFood

Tadinho do menino do IFood que recebeu agressão e injúria daquele garotão que come cheetos sentado no sofá assistindo novela.

Para minha tristeza o menino acabou caindo na armadilha ao aceitar a conversa do cara sobre “quanto ele ganha“. Não se trata de punir a vítima das injúrias, mas lamentar que a sua resposta revela bastante do inconsciente coletivo dessa nação.

Para mim, ele deveria ter rechaçado de imediato qualquer conexão entre seu valor como pessoa, como cidadão, e o quanto ele ganha. Deveria ter dito desde o início que esse valor monetário em nada influencia o caráter de alguém. Ética e moral não aparecem em contracheque.

Mas…. ao que parece o modelo capitalista faz até o motoboy achar que o seu salário é a medida da sua qualidade moral e humana. Diante de tamanha estupidez que ele mandasse à merda de cara, e dissesse para enfiar seu dinheiro no r*bo. Mas…. jamais abrir a carteira para mostrar o quanto ganha, como se isso pudesse abrir as portas à um bom tratamento.

Pior ainda é ver que no Brasil até um sujeito de classe média que ganha 3 mil por mês se acha rico a ponto de humilhar quem trabalha por menos.

Ahhh, outra coisa. O agressor (o de camisa azul) é doente mesmo. Racista e ignorante, mas a sua mãe tem razão: ele é um sujeito psicologicamente perturbado. Isso não o absolve de nada, mas nos faz entender seu comportamento dentro do contexto da psicopatologia.

Que pague pelos seus erros.

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Defensoras da Mulher

Associacao Portuguesa

Para as companheiras da Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gestação e Parto.

“A integridade e dignidade de uma nação se mede pela proteção que oferece aos mais frágeis. Proteger as mulheres no sagrado tempo da espera e do êxtase pela nova vida é a missão nobre que cada um de nós carrega no coração, pois, ainda que apenas elas tenham a condição de gestar em seu ventre, somos todos nascidos de mulher, e carregamos por toda a existência a dívida com o feminino e o respeito com o milagre através do qual recebemos a vida.”

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