Arquivo da tag: perversidade

Vitimismo sionista

O sionismo sempre inventou manobras mentirosas para escapar das críticas. Estamos vendo agora o que sempre aconteceu: “Estamos sendo perseguidos!!”, ou a “estamos testemunhando volta do antissemitismo no mundo”, “essa perseguição mostra a necessidade de uma nação judaica“, e blá, blá, blá. Pura balela. Aqui no Brasil, tanto quanto nos Estados Unidos, não há nenhum caso de ataque significativo de constrangimento ou desprezo pela comunidade judaica, comunidade essa muito rica, poderosa e absolutamente inserida na cultura brasileira. O que existe é uma crítica crescente e consistente ao sionismo, ideologia perversa, supremacista e racista de Israel, condenada pela comunidade internacional de nações e inclusive pelos judeus humanistas do mundo todo. Essa farsa vitimista dos sionistas está ruindo, de forma acelerada após o 7 de outubro, que permitiu a todos comprovarem que a “defesa de Israel” não passa de uma mentira construída com o único objetivo de promover genocídio e limpeza étnica na Palestina.

No sionismo brasileiro só vão sobrar os evangélicos bolsonaristas que estão esperando a “volta do Senhor dos Exércitos“, mas dessa turma não se pode esperar nada. Além disso, existe um novo fenômeno agora: um número recorde de israelenses solicitando emigração para países da Europa. O sonho dourado do apartheid, da escravização e do genocídio palestino aos poucos vai se apagando inclusive entre os próprios judeus que, agora, abandonam a terra santa em busca de…. paz. A destruição de Israel talvez ocorra dessa maneira: silenciosa, como um corpo que vai encolhendo e se deteriorando, até o momento que não tenha mais forças para se erguer. O racismo e o supremacismo sionista são a última carta do colonialismo, que está podre demais para se manter de pé.

Deixe um comentário

Arquivado em Palestina

A Perversidade da Riqueza Obscena

Conheço você há muitos anos, desde que fiquei grávida. Sempre admirei suas palavras, mas agora estou decepcionada. Nunca fui ao seu Facebook para criticar sua defesa ao Lula, então não vejo razão para você vir aqui esculhambar os posts que escrevo sobre o que acredito.

As palavras foram duras e a decepção parecia muito verdadeira. Apaguei o que havia escrito e pedi perdão pela intromissão. O post em questão tratava de uma exaltação do trabalho do Sr. Luciano Hang – o Véio da Havan – e sua distribuição de brinquedos para crianças pobres vestido como um Papai Noel azul – embutindo até nesse gesto uma crítica ao “comunismo”. A manifestação dessa minha amiga de Facebook sobre a notícia era ao estilo: “É desse tipo de pessoas que precisamos. Parabéns pela sua visão social“.

Minha frase de crítica havia sido simples e curta: “A tradicional hipocrisia do capitalismo“, mas foi suficiente para gerar ressentimento. Retirei imediatamente minha manifestação, mas fiquei absolutamente tomado pela curiosidade. A questão que não me deixava em paz era: “Por que continuamos a venerar a filantropia dos ricos? Por que acreditamos que um punhado de milionários como Bezos, Gates, Buffet, Musk, Lemann – e até o véio da Havan – tem algum compromisso em fazer um mundo melhor distribuindo uma fração microscópica de seus lucros com programas sociais?”

Somos herdeiros de uma tradição de castas, sejam elas explícitas, como na Índia, ou dissimuladas, imbricadas nas estruturas de poder de quaisquer sociedades. No topo da sociedade ocidental encontramos os europeus brancos; na base os negros, pardos, pobres. Pior ainda é quando naturalizamos essas diferenças e as colocamos como parte do destino, ou do “plano divino”. Ao lado disso, vemos que a distribuição de riquezas desse planeta – e nosso país em especial – é absolutamente perversa, onde a renda do 1% mais rico da população brasileira foi equivalente a 24% da renda total do país no período de 1926 a 2015, o que representa o dobro da concentração observada na maioria dos países do mundo. Apesar de todas as evidências de que a concentração de riqueza está piorando, continuamos a acreditar que a solução dos problemas do mundo pode recair sobre os ombros de milionários que CAUSARAM a maioria desses transtornos, e que consertariam um planeta disfuncional pela própria iniciativa, através da… caridade.

A injustiça estará sempre presente onde a caridade tomar o lugar da equidade.

Como diria Anand Giridharadas, jornalista e escritor americano, é como dar o emprego de bombeiro para o piromaníaco porque “ele sabe como manejar o fogo“. No Brasil, nossa economia é tradicionalmente entregue a banqueiros, mas agora nosso meio ambiente, a saúde da mulher, a agricultura e a educação foram entregues aos representantes da elite perversa que nos controla.

Para ser justo, neste caso não se tratava de uma “fascista” odiosa e inconsequente, apenas uma moça muito amável que acredita no fogo fátuo da benemerência dos bilionários. Alguém que acredita na fantasia de que a solução dos problemas ecológicos do planeta partirá da iniciativa de bilionários que vivem em bolhas de poder e abundância e que desconhecem a realidade da miséria no planeta.

Passados mais de dois séculos ainda confiamos em Marias Antonietas para dizer do que temos fome. Continuamos a aceitar passivamente o sistema de castas que nos oprime, até o dia em que não seremos mais tão facilmente manipulados. Espero que esse dia chegue através da democracia, pois que qualquer outra possibilidade será cara demais.

Deixe um comentário

Arquivado em Ativismo, Política

Good doctor

Eles nunca me enganaram. Sempre tive esse conceito muito claro para mim. Respondia desde cedo para quem me dizia “Dr Frotinha é um canalha, mas um excelente cirurgião”: isto é mentira. Pode ter boa técnica e habilidade cirúrgica, mas jamais será um bom médico. Um médico se compõe de várias habilidades, entre elas a sabedoria, a visão holística, a contextualização da doença, a experiência, o estudo sistemático, a luta contra seus preconceitos e – entre as mais importantes – a capacidade de estabelecer empatia com o sofrimento alheio.

Nunca haverá um bom profissional que seja perverso. Pode ser até um profissional de sucesso, como vemos no mundo corporativo e na Medicina, mas jamais alguém que contribuiu para o bem comum.

Veja mais aqui

Deixe um comentário

Arquivado em Medicina

Gente boa

Há muita gente má que vai ao consultório do psicólogo achando que este vai lhe convencer de que é “boa gente”. Estas pessoas, em verdade, estão rodeadas de gente boa, as quais não suportam, pois lhes fazem recordar a toda hora de sua própria perversidade.

Samuel Büettner, “Da perversão de Zigmund”, Ed Caravelas (port), pág 135

Samuel Bartles Büettner é um psicólogo austríaco e escritor. Escreveu vários livros técnicos da área da psicologia até se aventurar pela ficção. Seu livro mais famoso é “Nas barbas de Freud”, onde ele descreve os dramas e paradoxos da vida de uma cliente fictícia do mestre austríaco. Em “A Perversão de Zigmund” ele explora a mente de pacientes perversos e as tentativas de escuta de suas contradições por um psicólogo freudiano iniciante. Mora em Zurique e leciona na Universidade local.

Deixe um comentário

Arquivado em Citações

Auto perdão

Acho a autoindulgência um dos nossos mais primitivos e importantes mecanismos de defesa. Durante 40 anos escutei pacientes contanto suas histórias e não me lembro de nenhum caso em que alguém se descreveu como egoísta, arrogante, malévolo ou perverso. Essa é uma característica muito humana: nossos defeitos são sempre contextualizados, domesticados, justificáveis e compreensíveis. Por isso mesmo a estratégia da captura do sintoma nunca é esperar que a crueza dessas características apareça no discurso do sujeito que se desnuda, mas aguardar que estas se expressem de forma espelhar.

Somos, via de regra, o que acusamos nos outros.

Deixe um comentário

Arquivado em Pensamentos

Confiança traída

universidad

Na minha infância e juventude a parte dos filmes que mais me assustava era quando se revelava que o policial – algumas vezes o juiz – era uma figura corrupta e maligna. Manipulava com seu poder pessoas e circunstâncias durante toda a trama, e nunca era possível pegá-lo; afinal, ele era o poder. Ver pessoas com tal nível de poder abusarem de sua autoridade em benefício próprio – seja por dinheiro ou vaidade – me oferecia uma sensação aterrorizante de fragilidade. As figuras de poder que corrompem a sagrada função de nos proteger, por razões mesquinhas e egoísticas, desafiam até nossa capacidade de perdoar, tamanha a violência psicológica de burlar nossa confiança.

Escrevo isso porque a mesma sensação tenho quando vejo médicos escrevendo textos violentos, agressivos, desrespeitosos, homofóbicos, sexistas ou simplesmente cruéis nas redes sociais. A mesma sensação de fragilidade diante dos poderosos e a tristeza de ver uma função social tão delicada sendo deturpada. Como admitir que os profissionais que nos acolhem nos momentos mais delicados, de dor e sofrimento – mas também de alegria e júbilo – possam expressar tanto preconceito e arrogância, distribuindo julgamentos sem nenhum constrangimento? Pior, sem sequer tentar entender os contextos e circunstâncias que levaram pessoas tomar atitude e fazer escolhas sobre sua saúde.

Médicos, juízes, policiais e políticos precisariam estudar filosofia e psicologia desde muito cedo em sua formação, muito antes de aprender as leis ou a anatomia humana. Sem estes conhecimentos fundamentais, e a atitude ética que se produz a partir deles, podemos criar monstros e algozes brutais.

Alguns deles já são facilmente encontráveis em nossas redes sociais.

Deixe um comentário

Arquivado em Pensamentos