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A Internet em Tempos de Cólera

– …. portanto, nunca é demais esquecer que Hitler matou 10 milhões de judeus no holocausto da segunda guerra mundial, e estas mortes todas poderiam ser…
– Errrr, na verdade não foram 10 milhões. Muitos falam em torno de 6 milhões, o que se considera um número oficial de vítimas da comunidade judaica.
– E que diferença faz?
– A diferença é a precisão, estar mais próximo verdade, não espalhar fake news.
– Você entendeu o que eu quis dizer, seu nazista.
– Sim, eu entendo, apenas tentei consertar seus números equivocados. Seu argumento perde credibilidade e força se contiver esses erros factuais. Mas … por que me chamou de “nazista”?
– Ora,, porque você está desmerecendo as mortes do holocausto, discutindo detalhes – como número de mortos – quando o ponto é questionar a barbárie cometida em nome das ideologias, seu machista.
– Mas eu não questionei seu ponto, apenas seus dados incorretos!!! Como eu disse, estava tentando lhe ajudar, consertando um equívoco com o número de vítimas. E por que agora me chama de “machista”?
– Por que eu sou mulher e você está me interrompendo. Além disso está questionando a minha verdade, achando que por ser homem e branco sempre terá razão!!!
– Mas.. eu apenas tentei lhe ajudar!!!
– Chega de tentar me dizer como devo pensar, o que devo dizer e como preciso me expressar!! Apenas respeite minhas palavras!!
-…….
– …. continuando, a ideologia comunista de Hitler levou o mundo a um colapso com repercussões que…
– Desisto. Nave mãe, pode voltar. ET, telefone, casa…

(história baseada em fatos reais)

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Justiceiros

Em verdade, em tempos de crise, esses monstros conseguem se soltar. Quando dois ou mais monstros se unem nessa liberdade anti civilizatória coisas muito ruins podem ocorrer. As guerras mundiais, a invasão de Coreia e China pelo Japão, o massacre dos Armênios, a conquista das Américas, o genocídio palestino e a inquisição entre outros foram momentos de catarse coletiva, onde um número imenso de monstros adormecidos acordaram e colocaram em marcha um projeto de violência, opressão, domínio e destruição.

Não precisa morrer todo mundo, mas os holocaustos e as hecatombes que nos atingem ciclicamente dão uma demonstração bem clara do que existe por dentro de nós de monstruoso e devastador. Uma das regras mais básicas para entender o humano é não se deixar levar por sorrisos e delicadezas superficiais. Hoje em dia, não creia nos posts indignados com a maldade e a injustiça; dentro de todo o justiceiro mora um algoz adormecido.

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Desumanizar

“A forma clássica de justificar nossa brutalidade é desumanizar a quem odiamos. Todos os genocídios da história usaram esta estratégia. Congoleses, judeus, palestinos,, armênios, chineses, todos foram tratados como indignos da condição humana. Aqui em nosso meio, para poder continuar odiando o PT é preciso insinuar que os petistas não são “pessoas de bem”, portanto não há problema algum em destruir, difamar e – por que não? – até matar. A forma como tratam o ex-presidente Lula é apenas um aspecto dessa desumanização”.

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Violência exposta

“Da mesma forma como o horror do holocausto judeu da II Guerra ou o genocídio planejado de Palestinos em Gaza precisam ser mostrados para que do choque se faça consciência, também precisamos mostrar a indignidade e a violência (real e simbólica) contra as mulheres que procuram maternidades para dar à luz. Só assim exposta e visível a violência obstétrica poderá ser reconhecida, nominada, assumida e por fim combatida e eliminada”

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Palavras e Palestina

Palestinas

Minha proposta é mudar as palavras e a forma de nos reportarmos aos problemas entre israelenses e palestinos, e isso pode ser um bom começo. NÃO EXISTE “conflito” entre esses dois polos em disputa, da mesma forma como não havia conflito entre nazistas e judeus na Alemanha de Hitler. Para que haja um conflito é necessário que ocorra uma paridade relativa de forças, o que evidentemente não havia no Holocausto e também não ocorria na vigência do Apartheid na África do Sul. Os nazistas massacraram os judeus neste período negro da história, assim como a população branca sul-africana oprimiu por décadas os negros que lá viviam. A mesma situação de disparidade de forças ocorre no Oriente Médio onde um povo sem exército, sem armamento, e sem condições mínimas de vida é subjugado há 70 anos por um grupo invasor que se apossou de suas terras e tem um dos exércitos mais poderosos do mundo. Desta mesma forma, a ocupação da Palestina e o aprisionamento a céu aberto dos Palestinos em Gaza e Cisjordânia não podem se configurar “conflitos”, mas sistemas claros de opressão contra uma sociedade e um povo.

“Segundo Norberto Bobbio, pode-se definir conflito a partir de seus componentes. “Existe um acordo sobre o fato de que o conflito é uma forma de interação entre indivíduos, grupos, organizações e coletividades que implica choques para o acesso e a distribuição de recursos escassos. No caso da guerra, fala-se não do conflito pessoal, mas do conflito social.

O conflito, em algumas escolas da sociologia, é enxergado como o desequilíbrio de forças do sistema social que deveria estar em repouso, isto é equilibrado, quanto à forças que o compõe. Segundo essa teoria, não se enxerga mais o grupo como uma relação harmônica entre órgãos, não suscetíveis de interferência externa.”

O conflito pode ser compreendido como “um despertar simultâneo de dois ou mais motivos que sejam incompatíveis” (R. Minadeo) e está associado a “situações onde a capacidade da sociedade em resolvê-lo por meio de mecanismos reguladores, tais como tribunais ou estruturas sociais (por exemplo, clãs) fracassou, e as partes envolvidas no mesmo recorrem à violência.”

Veja mais aqui sobre conflitos…

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Pesos e Medidas

Palestinian_children

Uma linda ativista, com um enorme coração, escreveu em sua página, referindo-se aos conflitos em Gaza e ao massacre de crianças em escolas da ONU e tantos outros exemplos de barbárie: “Em todo conflito existem pelo menos dois lados e os DOIS precisam se transformar, os DOIS precisam mudar! E ao apoiar esse processo nós precisamos lutar por NÃO cair nesse buraco negro de culpa, ódio e separação.

Como não concordar com isso, principalmente ao ver que a autora da frase é verdadeiramente comprometida com a paz e a comunhão entre as pessoas? Quem ousaria discordar dessa proposta? Quem deixaria de apoiar este tipo de resolução? Acabar com as mortes e os ataques é desejo de todos os que prezam pela civilidade.

Mas, em nome da justiça e da igualdade, experimente mudar um pouco essa frase e adaptá-la a um outro contexto:

“Olha, sobre o holocausto judeu na segunda guerra mundial, a gente tem que ver os dois lados, eles precisavam se transformar. A gente não pode apenas condenar um lado, sabe como é…”

O quê???? DENIALIST !!!! (e realmente quem ousa negar o holocausto judeu na II Guerra Mundial é isso mesmo…)

Portanto, posso afirmar a todos que pedem aos palestinos que “façam a sua parte” que eles JÁ FIZERAM, nos últimos 60 anos, suportando massacres, ataques, diminuição do território, morte de crianças, humilhação, tortura, prisões ilegais, cerco, fome, espancamentos, cerceamento de liberdades, vilificações, mentiras, etc. Não peçam aos palestinos que sejam “bonzinhos” da mesma forma como seria injusto pedir para os judeus para que colaborassem enquanto se dirigiam para as câmaras de gás.

Por mais bem intencionados que sejam, os pedidos de “mútuas concessões” escondem o desejo de que apenas um lado continue oprimindo, como tem acontecido nos últimos 66 anos.

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