Arquivo da tag: censura

Monark

Curiosos os argumentos; parece que as pessoas acreditam mesmo que proibindo os nazistas de terem um partido vão fazer com que os nazistas do Brasil desapareçam. Os nazistas estão entre nós, e faz tempo.

Lógica contemporânea:

“Eu acho preferível que os nazis saiam do porão e abram seu partido para serem combatidos à luz do dia”.

Saquei, tu é nazi

“Eu também acho que gays têm o direito de sair do armário e se casarem”.

Saquei, tu é gay que eu sei…

Para mim a ideia de que a legalização do partido nazista faria todo mundo virar nazi (ou aumentaria perigosamente seu número) brota do mesmo lugar que que criou a tese de que permitir beijo gay em novela transforma todo mundo em homossexual. Acordem… os nazistas sequer precisam de partido pois que já estão entre nós!!!!

No final, deste episódio patético ganharam os poderosos de sempre. Monark está proibido de abrir um Canal no Youtube. Já pensou se fosse o Estado autoritário e malvadão a fazer isso? Comunismo!!! Autoritarismo!!! Ditadura!!!

Pois não foi… foi o livre mercado, a tal da “iniciativa privada”. Os mesmos poderosos que estimulam guerras, disseminam fake news, produzem monopólios criminosos e patrocinam milícias digitais de direita acham que tem o direito de proibir a livre expressão de um sujeito. O bloqueio ao Monark é criminoso e ilegal. A esquerda que aplaude isso é BURRA, OTÁRIA, e está aplaudindo a tirania do capital para silenciar vozes dissidentes.

Não esqueçam que más ideias devem ser combatidas com boas ideias, e não com bloqueios e censuras.

Monark foi demitido do Flow por ousar dizer que abrir um partido nazista seria lícito (e não por defender o nazismo), e que o debate sobre suas práticas deveria ocorrer no terreno das ideias. Foi expulso pelos capitalistas que controlam a grana do programa e que aplicaram CENSURA sobre uma postura que, pode estar errada, mas deveria ser amplamente debatida.

Mas essa não é a pior notícia. O que me entristece é ver a esquerda aplaudindo as imposições do capitalismo sobre o debate das ideias, exaltando a censura, aplaudindo a tirania do dinheiro e aceitando a dominação do capital – através do torniquete econômico – sobre o pensamento nacional.

Monark é um garoto, um ancap – até reaça – um jovem defensor de ideias de direita, mas foi exatamente aqueles que ele tanto defendia que puxaram seu tapete. Foram os empresários, a “livre iniciativa”, a elite brasileira e os donos do Brasil que o mandaram calar a boca. Espero que ele aprenda com essa queda.

Monark se ferrou pela ditadura do capital. Os patrocinadores deixaram claro: “quem manda somos nós, e você só fala o que a gente permite”.

Mas… adivinhem quem ficou do seu lado, defendendo seu direito de dizer qualquer coisa – inclusive besteiras – por não aceitar que se obstrua a liberdade de expressão?

Os comunas… logo por quem tinha tanto desprezo.

Uma empresa de “acompanhantes” chamada Fatal Model foi uma das financiadoras que cancelou o Monark, levando-o a sair do Flow. Sim, uma empresa que explora a prostituição. Cafetões gourmet, exploradores do lenocínio com grife. Gente de família; homens e mulheres de bem. Afinal, eles não poderiam aceitar essa pouca vergonha que se tornou o Flow. Pega mal pro negócio deles…

Outra empresa foi a Puma, uma empresa criada na década de 20 na Alemanha e que se tornou apoiadora dos nazistas. Essa empresa acabou sendo julgada e condenada por crimes de guerra e da briga dos irmãos depois do fim da segunda guerra mundial surgiram as empresas Adidas e a Puma. Gente pura, empresários que pensam apenas no bem das pessoas.

Outra patrocinadora do linchamento ao garoto ancap foi a Globo, essa sim, empresa impoluta que esteve à frente de todos os golpes contra a democracia nos últimos 60 anos. Casa dos Marinho, central do PIG, apoiadores da candidatura do ladrão de toga, ex-juiz Moro, o destruidor do Brasil a soldo dos americanos.

Enquanto isso a esquerda liberal acéfala aplaude a atitude correta dessa turma…

E não esqueçam que na Alemanha o nazismo é proibido, mas pode-se encontrar uma organização nazi em cada cidade. Os nazistas de lá, exatamente como os daqui, se reproduzem e multiplicam no escuro, infiltrados nos partidos de direita. No Brasil são 530 células disseminadas pelo Brasil racista. Onde estão escondidos esses fascistas todos? Ora… no DEM, PP, União Brasil, Podemos, etc. Acham mesmo que tirar o sofá da sala e proibi-lo de ser colocado de volta poderia acabar com a sacanagem?

No meu modesto ver os nazis são como bactérias anaeróbicas que proliferam onde não circula o oxigênio; quando expostos à luz e ao ar corrente definham, enfraquecem e morrem. Censurá-los só serve para fortalecê-los.

Triste espetáculo de prepotência travestido de amor ao próximo…

PS: espero que meus patrocinadores não leiam isso

Deixe um comentário

Arquivado em Política

Joe Rogan

Essa pandemia está colocando em perspectiva muitas coisas. Parece que era mesmo necessário ocorrer uma situação limite pra gente saber quem mantém seus princípios mesmo na adversidade e quem se refugia na censura e no arbítrio.

Pense nas questões abaixo:

* Se há alguns meses você dissesse que alguém poderia contrair a doença e continuar transmitindo o vírus mesmo após se vacinar seria imediatamente vítima de “cancelamento”;

* Há poucas semanas se você dissesse que máscaras de pano eram pouco efetivas ou inúteis seria chamado de “negacionista”;

* Se no ano passado você dissesse que os Estados Unidos e Fauci estavam envolvidos em estudos sobre “gain of function” de vírus em Wuhan – e que isto estaria implicado na origem da pandemia – seria chamado de “conspiracionista”.

Todas essas hipóteses hoje são aceitas por estudiosos e pesquisadores. Todas elas vieram à tona porque cientistas teimosos e contra-hegemônicos continuaram a debater e questionar a versão oficial mesmo sofrendo perseguições. Ciência é curiosidade, método e dúvida; as certezas são prêmios de consolação que o Criador oferece para os tolos e os dotados de mentes frágeis.

Marx já dizia que “A estrada para o inferno está pavimentada pelas boas intenções”. Um cientista não pode justificar seus preconceitos com a desculpa dos “nobres interesses”. Quem não suporta o contraditório procure um lugar que aceite os dogmatismos para se expressar. Quem acha que ciência é profissão de fé e que a censura de vozes dissidentes tem justificativa na democracia, deveria buscar abrigo na religião, e não no conhecimento científico. 

Pergunto: as pessoas que hoje cancelam Spotify e Joe Rogan por serem articuladores do “negacionismo” por acaso cancelaram Neil Young quando ele disse que não aceitaria receber um pacote de batatas de um caixa de supermercado gay, por medo de contrair AIDS?

Bidu…. eu avisei.

Spotify publica uma carta de apoio ao Joe Rogan e à plena liberdade de expressão do seu programa, literalmente mandando Neil Young e demais canceladores se lixarem. Que assim seja feito com todos os negacionistas da liberdade de expressão e do livre debate sobre temas espinhosos, em especial quando essa censura tende a favorecer impérios econômicos transnacionais.

Deixe um comentário

Arquivado em Pensamentos

Cancelamento

A tragédia de eleger ídolos é o fato inexorável de que eles sempre vão trair esse amor, mais cedo oi mais tarde. Cancelar suas próprias músicas em nome de um movimento “woke” absurdo, autoritário, reacionário e cafona exatamente agora, quando essa moda está em plena decadência, é uma tristeza e uma decepção.

Mas será que ele vai cancelar o resto? Quer apostar como é fácil achar machismo em TODAS as suas músicas, dependendo da paranoia de quem analisa? Pois agora vou cantar “Com açúcar, com afeto” com mais prazer ainda, e vou fazer isso como uma profissão de fé na liberdade da arte e um libelo contra o obscurantismo autoritário da geração “woke”.

Anotem aí: é por esse tipo de censura sobre obras artísticas – ou seu nome atual, “cancelamento” – que a direita ganha força. É uma TRAGÉDIA ver gente da esquerda aplaudindo que músicas, quadros, livros, artigos e debates sejam cancelados, interrompidos e/ou proibidos.

O desastre que a “geração floco de neve” produz no pensamento de esquerda é imensurável. Oferecer a grupos específicos o direito de apagar a memória, cancelar a história e desvirtuar os acontecimentos do passado é digno dos piores pesadelos orwelianos. Quando vejo críticas ao autoritarismo e à censura que estes grupos apregoam é com tristeza que percebo que elas partem da direita, e as vezes até de seus grupos mais extremistas.

Com essa esquerda identitária e autoritária que temos, quem precisa de direita?

Deixe um comentário

Arquivado em Pensamentos

Abusos sexistas

Na mesma semana que uma música de Chico Buarque é cancelada por ser pretensamente “machista” uma lojista e “influencer” de São José dos Campos-SP coloca um cartaz proibindo a entrada de homens na frente da sua loja no shopping – porque sua presença seria incômoda para as mulheres. As desculpas para estes atentados à livre expressão e à livre circulação, ao meu ver, são absurdos e indecentes.

Não são apenas os fanáticos religiosos e os anticomunistas as ameaças à democracia, até porque estes nunca ousaram cancelar músicos e proibir a entrada de um gênero em um espaço de uso público. Os identitários e sua perspectiva autoritária, sectária são um risco ainda maior porque suas propostas são travestidas de “boas intenções” e “proteção às minorias”.

Imaginem um bolsonarista impedindo gays, trans ou negros de entrar em seu estabelecimento. Pensem no escândalo que seria. E se fossem judeus? Entretanto, vetar expressões artísticas e proibir circulação de homens dentro de lojas não causa nenhum furor – ou infinitamente menos do que deveria. Quantos abusos mais serão necessários até percebermos que a lei é para proteger a todos, e não apenas os grupos que desejamos beneficiar?

Não há defesa para discriminação e sexismo. O cartaz é discriminatório, inconstitucional e francamente ilegal. Posso entender o que a levou a fazer isso, mas nada justifica esse tipo de discriminação de gênero.

Imaginem se fosse o contrário: “Proibido Mulheres” em um bar, no estádio de futebol, ou na Casa do Estudante – um caso famoso aqui em Porto Alegre nos anos 80. Pior: imagine que um grupo de transexuais tivessem, por mais de uma vez, entrado no estabelecimento fazendo zoeira, bagunça, falando alto ou apenas sendo inconvenientes. Em função destes contratempos a dona, cheia de justificativas, coloca um cartaz à vista de todos: “Proibido entrada de transexuais”.

IMAGINEM O (JUSTO) ESCÂNDALO!!!

Vejam… a situação é grave porque a dona do estabelecimento não se refere aos comportamentos inadequados na loja, tipo espiar, ficar olhando as modelos, censurar namoradas, etc. Não… ela acusa o gênero masculino, todos os homens, sem distinção. Se alguém faz isso com negros, gays, indígenas ou mulheres isso tem um nome: preconceito, e inclusive tal conduta está tipificada no código penal. Por que poderia ser justo impedir que o gênero masculino fosse proibido de entrar em uma loja quando uma ínfima minoria causou problemas?

O argumento do “código de vestimenta” – ou seja, impedir que alguém sem camisa entre na loja – não cabe. Você pode pedir para que um sujeito sem camisa saia da loja, mas não pode aceitar um sujeito ser expulso por ser gay ou negro. E também não poderia expulsar um sujeito (ou impedir sua entrada em áreas publicas) por ser homem.

Se a gente quer banir os preconceitos precisa ser contra todos, sem exceção, e não apenas os preconceitos que nos atingem. Discriminar os homens pelo mau comportamento de alguns poucos não pode ser tolerado.

Sexismo e racismo são iguais em sua expressão danosa e destrutiva.

Deixe um comentário

Arquivado em Pensamentos

Whistleblower

A “whistleblower” do Facebook nada mais é que mais uma dessas figuras patéticas do século XXI que fazem sucesso por apoiar censura em nome da “proteção das adolescentes”. Que a mão pesada da democracia seja dura com você. Eu pergunto: quando é que vamos ultrapassar essa fase absurda de proteger com autoritarismo e censura os sentimentos feridos de adolescentes feitos de açúcar?

E aqui no Brasil a esquerda está LOTADA de gente que acha a censura algo tipo… “veja bem, eu sou contra, mas você tem que entender que nos tempos de hoje, por favor, acredite, sou contra censurar, mas as fake news, precisamos fazer algo”.

Estamos deixando que algo que era padrão OURO nas reivindicações da minha juventude – a liberdade de expressão, e inclusive a liberdade de ser ofensivo e mal educado – seja colocado debaixo do tapete em nome dos sentimentos de uma geração floco de neve.

Deixe um comentário

Arquivado em Pensamentos, Política

Jumanji

É

curioso que, quando se trata de defender a liberdade, a extrema esquerda e a extrema direita se aproximam. Quem aceita escamotear as liberdades em nome de uma pretensa proteção de certos grupos são os direitistas e os liberais, exatamente o solo fértil que permite o identitarismo florescer.

Exemplo de proximidade das extremas: a liberdade de ser ofensivo.

Triste, mas ainda assim é muito engraçado. A esquerda liberal americana agora usa como mote para as massas: Trust science = shut up and obey.

Isto é: a direita é que se coloca como revolucionária e anti sistema, enquanto a esquerda aceita passivamente as vozes de autoridade. Não admira que esta esquerda esteja perdendo jovens para a perspectiva da direita, que oferece a oportunidade de enfrentamento – e mudança – da ordem estabelecida e com um discurso muito mais “propositivo”. A pandemia – e o medo – nos tornou acomodados, passivos espectadores da festa da BigPharma e das atitudes opressivas e autoritárias.

Eu não deveria me surpreender, mas quem está namorando com a ideia da censura agora é a esquerda. Afinal, “as fake news podem causar danos incalculáveis”. Vejo isso e sinto calafrios, e acho engraçado porque para mim é inevitável que apareçam algumas analogias assustadoras. Apelem para a memória e recordem que inúmeras histórias de aventura juvenil começam com esse “plot” – ao estilo Jumanji, A Múmia, Indiana Jones, Superman (zona fantasma!!), Jungle Cruise e uns 50 outros que me vem à lembrança.

A trama é simples: garotos de bom coração, movidos pela ingenuidade ou por pura curiosidade, abrem uma caixa, um jogo, uma porta, uma tumba, entram numa casa abandonada, esfregam uma lamparina ou qualquer outra atitude banal. Imediatamente, esta ação desperta o terrível mal que estava adormecido há séculos, às vezes milênios, que volta para espalhar horror e vingança. O resto do filme se resume à tarefa de botar o monstro de volta no lugar de onde escapou.

Colocamos a censura dentro da caixa após a ditadura brutal e assassina de 1964. Achamos que estávamos seguros e havíamos aprendido com o terror e as mortes. Pura ingenuidade. Como no filme Jumanji, a caixa agora faz “tum-tum, tum-tum, tum-tum”, batendo como um coração ansioso e apressado.

Agora, depois de uma chuva de mentiras e falsidades que mudaram o rumo das eleições aqui, nos Estados Unidos e em outros países, colocando idiotas, psicopatas e autoritários no poder, estamos de novo pensando em soltar o monstro da censura de dentro de sua cela. A justificativa é boa: não podemos permitir que “mentiras circulem livremente”. Ora… em 1964 a justificativa era a mesma, e aposto que feita de bom coração. Para eles, a “mentira do comunismo” deveria parar de transitar na mente dos jovens.

Fico com essa curiosidade: quem será a Solange Hernandez (madrinha da censura nos anos 60-70) do século XXI para decidir o que é – ou não – mentira? Quando a censura poderá ser usada? Quem serão os notáveis a decidir? Serão eleitos ou deixaremos os CEOs do Facebook escolherem por nós? Suas escolhas serão livres (ra ra ra) ou moduladas pelos interesses das empresas que os financiam? Quem controlará os “fact checkers”?

“Ah, mas agora os tempos são outros. As fake news podem matar milhares de pessoas no mundo todo”. Pois eu afirmo que a falta de debate e criminalização do contraditório, onde “verdades científicas” passam a ser tratadas como dogmas religiosos, tem a potencialidade de matar muito mais. Aceitar mordaças na área da ciência é atacar a estrutura central que a sustenta.

Nos filmes de aventura a libertação do monstro ocorre nos primeiros 10 minutos; todo o resto da película é gasto na sua difícil captura. Se aceitarmos a censura mais uma vez achando que ela vai nos ajudar, podem ter certeza que teremos de novo duas décadas tentando colocá-la de novo na prisão, de onde não deveria jamais ter saído, por melhores que sejam – ontem e hoje – as razões para soltá-la.

Deixe um comentário

Arquivado em Pensamentos, Política

Pensamento monolítico

Sabe qual era um dos grandes slogans da minha juventude na luta contra a ditadura militar dos anos 60-80?

“ABAIXO A CENSURA”

Pois há alguns dias o YouTube CENSUROU milhares de páginas e canais que traziam uma visão crítica, alternativa, questionadora ou explicitamente contrária às vacinas. Assim, falar de vacinas fora da linha OFICIAL passa a ser algo passível de bloqueio e censura. Uma espécie de MacCartismo da indústria farmacêutica, que visa impedir o choque de perspectivas. Vi gente da área da ciência e da Academia aplaudindo…

A política de censura não tem nada de progressista, nada de avançada e nada a favor da saúde pública. Trata-se de criar um pensamento MONOLÍTICO, e que não vem de agora, pois iniciou-se lá atrás com a censura ao Trump, mas quando ocorreu todo mundo comemorou ou deu risadinhas debochadas. Pois agora as BigTechs decidem que um tema científico como vacinação não pode aceitar visões conflitantes, e a desculpa que usam para reavivar a censura são as MESMAS utilizadas pelos macartistas nos Estados Unidos para perseguir comunistas: é necessário em nome da segurança do povo, perigo eminente, disseminação de mentiras, etc.

Os meios de comunicação estabelecem, assim, uma DITADURA DAS COMUNICAÇÕES, e vendem estas atitudes como sendo ações para derrubar o “negacionismo” e a favor da “ciência”. Peço apenas que lembrem que proibições e visões únicas não combinam com ciência, a qual se baseia em choques e contraditórios. Não há produção científica sem conflito de ideias e disputas sobre pontos de vista.

A censura acaba com qualquer debate, e apenas denuncia que os grandes conglomerados de informação internacional – Google, Facebook, Twitter, YouTube – associados às grandes indústrias farmacêuticas podem fazer o que bem entenderem, inclusive ressuscitar a censura no mundo – e ainda fazer muita gente acreditar que é para o bem de todos.

Não quero debater validade das vacinas, mas esta censura provavelmente vai produzir um efeito oposto em médio prazo. No início o silêncio, mas depois muita gente vai se interessar por um tema que foi proibido pelos grandes conglomerados capitalistas do mundo.

Será que dentro de poucos anos teremos que voltar a exigir o fim da censura? Hoje é a vacina, amanhã será o comunismo, o socialismo, a liberação das drogas, o aborto livre etc. Vamos aceitar estas imposições e continuar quietos?

Deixe um comentário

Arquivado em Medicina

Sobre o humor

É curioso ver o quanto o humor é atacado nos tempos atuais, em especial porque em tempos de identitarismos e de cancelamentos os próprios humoristas tiveram que refrear sua propensão a fazer piadas sobre tudo e todos. A grande queixa é que o humor “pode ferir as pessoas” e os humoristas não deveriam fazer de sua arte uma arma para gerar sofrimento, exclusão, preconceito e divisões.

Parece justo, desde que se entenda a diferença entre piada e “humor bullying”. Existe entre elas uma diferença muito grande que poucas pessoas – até mesmo por oportunismo – se negam a ver. É possível – e eu diria, é necessário – fazer piada com QUALQUER coisa. Sim, inclusive mortes de crianças, câncer, tragédias e até abusos, desde que o texto do gracejo respeite o CONTEXTO. A piada não pode ser o veículo que carrega o preconceito. Ela não pode ser usada para que uma mensagem obtusa, excludente ou claramente ofensiva seja levada adiante sem pagar o preço de uma posição aberta e estampada. “Ah, relaxa, é só uma piada”, frequentemente é usado para esconder uma manifestação de puro racismo, sexismo, lgbtfobia, preconceito de classe, etc. O humor não deveria se prestar para isso, mas para quebrar a arrogância que cada um constrói sobre si mesmo ou o grupo ao qual pertence.

O HUMOR É SAGRADO e eu não acho que existam etnias, gêneros, comportamentos ou orientações sexuais que possam exigir isenção à acidez natural e benéfica de uma piada. Um chiste humaniza a todos nós, mostrando nossas quedas, falhas, desacertos e aspectos ridículos. Nos reinos antigos o Menestrel tinha pleno direito de fazer gracejos com o Rei e sua família, porque assim humanizado o povo se sentia mais próximo dele – e assim podia ser mais facilmente manipulado e roubado.

Portanto, creio ser importante garantir o direito à piada, ao gracejo e ao humor… sobre QUALQUER coisa, sem limites (a não ser os legais, se houver) e sem censura. Como diria um famoso piadista americano quando perguntado se era possível fazer piada com “câncer infantil”, sua resposta foi excelente: “Claro que pode, mas é melhor que seja muito boa”. Ele dizia que tocar em um ponto tão delicado como este para fazer humor é possível, mas é importante que a qualidade da piada e seu contexto sejam tão bons a ponto de romper a barreira que naturalmente usamos para nos defender destes temas.

Aliás, para mim um dos piores tipos de exclusão em um grupo é saber que meus iguais se negam a fazer gracejos a meu respeito apenas porque acham que minha condição – seja ela qual for – me impediria de rir de mim mesmo.

Deixe um comentário

Arquivado em Pensamentos

Censura gringa

Dar a uma empresa americana o direito de censurar o que se fala no Brasil é uma tolice inaceitável e uma ação suicida. Uma burrice e um tiro no pé. Hoje é o idiota propagador de Fake News, mas amanhã será alguém da esquerda por liderar uma marcha contra o governo. Aplaudir esse cancelamento é como elogiar o Bonner por bater no Bolsonaro.

“Cria cuervos y ellos te comerán los ojos”

Nossa esquerda está recheada de liberais que não conseguem perceber a estupidez de armar os inimigos. Festejar ações do judiciário (como muitos fizeram com as ações de Moro na Lava Jato) ou das empresas americanas de mídia só porque circunstancialmente nos beneficiam é uma declaração inacreditável de imaturidade política.

Se você acha que o Alan dos Santos passou dos limites que seja julgado pela justiça brasileira e não por burocratas do Vale do Silício (ou gente contratada por eles). Se ele cometeu crimes que a lei brasileira o puna, mas que não seja apagado pelos critérios morais do Mark Zuckerberg!!!

Pessoas que lutam contra o apartheid de Israel e contra o genocídio palestino são continuamente censuradas no YouTube e no Facebook, sendo tratadas como “terroristas”, apenas porque o dono do Facebook é conhecido apoiador do estado de Israel. Mesmo os pacifistas são cancelados!!! A liberdade de expressão não pode estar sujeita ao humor e às paixões de um ou outro milionário.

Entendem agora como é grave dar a estes caras o poder de escolher quem eles “cancelam” e quem promovem?

Acordem liberais.

Os liberais infiltrados na esquerda são uma praga. Defensores da censura deveriam voltar para a escola para entender que nossa soberania não pode ser entregue a um fascistinha americano para ELE decidir o que pode ou não ser publicado aqui.

Se as TVs não podem falar o que quiserem – por serem concessões públicas – porque não usar a mesma regra para o Facebook? Por que permitir que uma narrativa americana e imperialista controle as mentes dos brasileiros?

Muitos agora se aprisionam à figura nefasta do Alan dos Santos e não conseguem perceber o monstro da censura gringa que está por trás. No esqueçam que Alan dos Santos é bolsonarista e trumpista, e todas as Big Techs do Vale do Silício apoiaram Biden. Não se pode admitir ingenuidade nessa guerra de narrativas.

Deixe um comentário

Arquivado em Política

Snow flake

 

Uma das minhas manias mais radicais é com a questão da liberdade de expressão; sou fanático por isso. Não aceito de forma alguma cerceamento de consciência. Não vejo erro em defender vacinas, putaria, homeopatia, transexualismo, futebol, parto humanizado, homem, mulher, gays, nazismo, comunismo e neoliberalismo. Tudo, literalmente tudo, e sempre no terreno das idéias.

Infelizmente vemos a censura da geração “overly woke”, ou “snowflake” que nao suporta que determinados grupos ou ideias possam ser submetidos a críticas e – muito pior do que isso – ao humor.

Ontem assisti dois espetáculos de stand up que tratam exatamente dessa questão: Rick Gervais e Brimbilla. Ambos traziam uma temática provocativa sobre temas complexos, passando dos transgêneros aos abusos sexuais. Evidentemente, com graça e humor, mas sem fugir do tema e sem sacralizar grupos e sujeitos.

Sim…. é possível fazer humor com qualquer tema. Morte, estupro, mulher, homem, gay, judeus ou palestinos. A questão é a forma, a circunstância e o contexto. Se a piada visa humilhar um grupo, sendo apenas um veículo desse ataque, somente os preconceituosos serão parceiros nas risadas. Porém, se a piada serve para puxar o tapete de nossas certezas e nossa arrogância – para qualquer sujeito ou grupo – essa piada precisa ser PROTEGIDA dos batalhões snowflake, pois ela está na essência humanizadora do humor, a mesma que percorria o coração dos menestréis quando ridicularizavam a vida palaciana e apontavam a nudez dos soberanos.

Uma vida onde o humor é sufocado pela simples possibilidade de ferir suscetibilidades é uma vida onde os poderes são estanques, a existência imutável e o sorriso criminalizado.

Quem se leva muito a sério e não consegue rir de si mesmo está condenado a jamais entender sua própria existência, sufocado pelo mau humor e por uma falsa idéia de proteção.

Para exercício de alteridade aconselho refletir sobre os perigos de uma postura pusilânime em relação aos grupos minoritários. E claro, assistam “Humanidades” de Rick Gervais.

E sobre o humor, invoco Belchior:

 

“Não me peça que eu lhe faça

Uma canção (piada) como se deve

Suave limpa, muito linda muito leve

Sons e palavras são navalhas

E eu não posso cantar (contar) como convém

Sem querer ferir ninguém”

Salve o humor.
O humor não morrerá jamais.
Chega de caretice.
Abaixo toda forma de racismo.

 

Deixe um comentário

Arquivado em Ativismo, Pensamentos