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Pedra de Tropeço



“And a stone of stumbling, and a rock of offence, even to them which stumble at the word, being disobedient: whereunto also they were appointed”.

Eu acho que Cristo estava certo ao dizer “pedra de tropeço e rocha que causa a queda; porquanto, aqueles que não creem tropeçam na Palavra, por serem desobedientes, todavia, para isso também foram destinados.”

Minha interpretação é de que os acontecimentos ruins que nos fazem tropeçar precisam ser utilizados como ferramenta de elevação. A sua “destinação” – e aqui serve apenas como alegoria – é a pedagogia do caminho justo. O escândalo do trabalho escravo precisa servir de alavanca para uma profunda reflexão, e uma posterior transformação nas relações trabalhistas. Sabemos também que os casos de trabalho análogo à escravidão acontecem há muito tempo, e que muitas queixas já haviam acontecido, mas a imprensa e o MP nunca deram a devida importância. Não é novidade alguma o que aconteceu, mas o ambiente político pós era Bolsonaro, as declarações infelizes do vereador bolsonarista, a publicidade que foi dada acabaram produzindo a necessidade de enfrentar este caso de uma forma diferente. É preciso que a sociedade brasileira aproveite a oportunidade que o escândalo do trabalho escravo nos ofereceu, que ele venha a nos envergonhar, para que esta vexame seja a peça essencial para uma nova consciência.

Uma história parecida: Nos anos 70 os anestesistas eram escassos no Brasil. Era comum que um anestesista cuidasse de várias salas cirúrgicas ao mesmo tempo, ocupando-se de vários pacientes, dividindo sua atenção entre muitos teatros operatórios. Então aconteceu o acidente de Clara Nunes durante uma cirurgia, e este fato oportunizou – pela via da dor – um novo padrão de atenção, através do escândalo de uma morte que poderia ter sido evitada. Não se sabe com exatidão se esse foi o caso que ocorreu com a cantora, mas foi uma das versões que percorreram o noticiário da época. A solução surgiu a partir da vergonha, causada pela pedra de tropeço de uma tragédia. O Conselho Regional de Medicina da Bahia, informou que causa mortis apresentada no atestado de óbito da cantora foi “hipersensibilidade ao halotano”, gás administrado durante a cirurgia como anestésico. Pela avaliação da corporação os depoimentos apontaram que, tanto do ponto de vista técnico quanto humano, não houve falhas. Os médicos não teriam se ausentado, os equipamentos não falharam por falta de manutenção e a clínica São Vicente onde ocorreu o fato foi inocentada. De qualquer maneira, a partir dessa data, houve uma vigilância severa sobre a atuação dos profissionais em salas de cirurgia.

Nesta caso que agora nos espanta pela sua crueldade e violência protagonizada pelos empresários e por membros do Estado, é preciso ter uma visão prospectiva, que não pode se esgotar no punitivismo. Espero que a partir de agora a indignidade, a violência, o abuso, os maus tratos e o cerceamento da liberdade sejam vistos como crimes contra cada um de nós. Que sejamos atingidos pela vergonha de considerar cidadãos trabalhadores como sub-humanos, indignos de justo tratamento. Que tenhamos a sabedoria para fazer um bom uso desse lamentável acontecimento.

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Vergonha

Dentro de poucos anos as pessoas vão esconder as declarações de amor ao miliciano Bolsonaro, da mesma forma como hoje escondem a antiga exaltação ao herói Moro, que todos sabemos que não passava de um bandido de toga. Também no passado os integralistas picotaram seus uniformes verdes quando o nazi-fascismo passou a ser combatido por todo o mundo. Anotem: “bolsonarista” em muito breve será um adjetivo tão ofensivo quanto o são aqueles que definem os adeptos de Hitler e Mussolini.

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Vergonha

Sobre a foto de uma médica que publicou os “nascimentos de novembro”, em que todos eram cesarianas.

Na minha perspectiva, atacar o intervencionismo de cesaristas, mostrando o efeito deletério de alienar as mães do processo de nascimento, não causa o resultado que esperamos. Temos a ilusão de confrontar o sujeito com uma realidade que lhe cause vergonha, mas raramente se consegue produzir este sentimento.

(A vergonha só ocorre entre os obstetras chamados “liberais”, ou seja, os que reconhecem o abuso mas se julgam impotentes para contê-lo. Segundo Marsden Wagner, estes são os mais perigosos. Conheci vários…)

Essa ideia de afrontar os defensores da tecnocracia tem, via de regra, o mesmo efeito de dizer para um apoiador de Moro que o ex juiz subverteu a lei, corrompeu sua imparcialidade, agiu ilegalmente apenas para tirar Lula do páreo e com isso elegeu Bolsonaro. Ao contrário de ficar constrangido, esse sujeito vai olhar para você surpreso e dirá: “Claro, mas é por isso mesmo que o apoiamos!!!”

Para muitos cesaristas, a cesariana é o aprimoramento natural do mecanismo de parto, artifício criado pela tecnologia humana para tirar as mulheres da barbárie e colocá-las na civilização. Esta cirurgia é aclamada por eles como um avanço inquestionável da ciência, da mesma forma que um cavalo avança sobre o andar a pé, o automóvel sobre a tração animal, e os aviões rompem os limites do solo. A cesariana é o destino natural do parto e questioná-la significa virar as costas para o próprio progresso humano.

Essa visão teleológica da tecnologia como processo libertário é ensinado e estimulado na escola médica – em especial na obstetrícia – como um dos pontos centrais do rito de transformação que ocorre com todo estudante de medicina. Se entendemos que a medicina se estabeleceu e fortaleceu exatamente pelo uso dessas técnicas e equipamentos, que sentido haveria de abandoná-los – ou mesmo criticá-los – após tantos séculos investindo no estabelecimento desse paradigma?

O uso da tecnologia em obstetrícia é o ponto nevrálgico que sustenta sua prática. Qualquer crítica ao seu uso será rechaçada como anátema ou aberração. Se a crítica vier de dentro, será heresia e traição.

Acho que os cesaristas não se ofendem; apenas lamentam nossa falta de amor pelas mulheres cujas cesarianas as salvaram do sofrimento imposto por uma natureza madrasta

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Dependências

Muito vi isso em meu consultório de psicologia. Em tantas histórias contadas se sobressaía um personagem, uma mentira ambulante atraindo como ímã alguém cuja carência a fazia acreditar em qualquer história, qualquer desculpa ou subterfúgio. Pior ainda: não havia forma de demovê-las do autoengano; inútil abrir-lhe os olhos à força. Só a dura, cruel e lenta confrontação com a realidade as fazia perceber, e por si mesmas, numa jornada solitária, triste e depressiva. Depois… a queda, o abismo, o vazio e a vergonha. E por quantas vezes somos obrigados a assistir o espetáculo grotesco da farsa sendo encenado bem à nossa frente, amordaçados pela ineficácia da razão diante da eclosão estupefaciente da paixão. Por certo que um pouco de nós sempre morre quando um amor nos trai. Os momentos de genuína parceria, as boas recordações, o companheirismo, os lamentos, as tristezas compartilhadas, as vitórias e as conquistas. Tudo se liquefaz, tornando-se um caldo de sentimentos confusos. Um gosto amargo de desesperança e culpa.

Gregoriański Banacek, “Uzależnienia afektywne okaleczenia duszy” (Dependências afetivas, mutilações da alma), ed. Vístula, pág. 135

Gregoriański Nicolai Banacek, é um psicoterapeuta polonês nascido na Breslávia em 1965, tendo estudado na Universidade Jaguelônica (Uniwersytet Jagielloński), na Cracóvia. Escreveu várias obras no início da carreira em uma perspectiva behaviorista e baseada no trabalho de John Broadus Watson (1878-1958), que foi considerado o pai do comportamentalismo. Todavia, já na maturidade, em 2006, fez uma importante guinada profissional ao abraçar as teses lacanianas e a psicanálise. Além de “Dependências afetivas, mutilações da alma”, que relata 12 casos de consultório analisados na perspectiva analítica, escreveu também o recente “Nódoas, nós e trincheiras – dilemas da escuta”, onde persegue a narrativa do jovem oficial do exército Fiódor Olensky, um paciente neurótico grave com paralisias motoras e fobia de gatos. Atualmente mora em Bratislava e dá aulas na Universidade Comenius. É casado com a professora de piano Bozena Banacek e tem dois filhos, Haskel e Anninka.

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Limites do corpo

Fui punido pelo Facebook por mostrar uma foto de Spencer Tunick, um artista que faz grandes montagens com gente nua. Um puritanismo tosco do Facebook para castigar alguém por mostrar corpos em profusão de carnes e curvas.

Isso me fez pensar nos paradoxos do pudor. Penso na naturalidade dos biquínis na praia e o furor que causariam no centro da cidade ou num restaurante. Penso nas mamas que são decentes mesmo quando 99% estão à mostra. Também lembro de pessoas nuas com corpos pintados com peças de roupas – teoricamente vestidas.

Penso ainda no despudor dos meus netos que aos poucos vai desaparecendo pelo surgimento insidioso de algo se vai lhes acompanhar por toda a vida: a vergonha.

Temos vergonha de nossos corpos, talvez porque o que escondemos pode revelar quem verdadeiramente somos. Nosso medo é que vejam a real matéria que nos constitui.

Sempre tive inveja dos despudorados. Não dos exibicionistas; desses sempre guardei uma certa distância, tanto os marombados de camiseta apertadinha quanto das mulheres voluptuosas de pernas e decotes à mostra. Mas, ao mesmo tempo que admiro o pudor e a reserva eu invejo as pessoas que não carregam nenhuma vergonha de seus corpos e o enxergam com respeito e reverência. Tipo… gente que é gordinha, magricela, baixinha ou barrigudinha mas não se incomoda com isso e também não tem vergonha de falar do seu corpo e das coisas dele.

A história mais curiosa sobre isso ocorreu comigo ainda na residência médica. Estava de plantão na emergência quando observei ao longe no corredor do hospital uma moça alta, esguia, bonita e de passos largos caminhando em minha direção. Vestia um longo vestido colorido e uma blusa solta de tecido transparente. No peito vários colares se enroscavam, reluzentes e coloridos.

Naquela época se chamavam “ripongas”. Aproximou-se de mim e abriu um sorriso.

– Ric, estava à sua procura. Sou eu, Délia, sua paciente do ambulatório. Disseram que estava na emergência e vim aqui falar com você.

Estacionei no meio do corredor e reconheci de imediato minha paciente. Uma moça “nova era”, pós-hippie, bonita, cabelos soltos, sem pinturas, de olhar intenso e sorriso cativante.

– Claro Délia. Em que posso lhe ajudar?

Ela passou a explicar que apesar dos anticoncepcionais continuava sangrando todos os dias, em quantidades variáveis.

Imediatamente pensei se tratar de “spot”, um efeito secundário dos anticoncepcionais à base de progestágenos que atrofiavam excessivamente a parte interna do útero. Algo comum e de fácil resolução.

Cometi, então meu grave erro. Perguntei à minha paciente:

– Mas qual o volume desse sangramento? Muito pouco ou parecido com uma menstruação normal?

Ela me olhou com seus olhos verdes e grandes por breves instantes. Depois, em silêncio e sem titubear, sem qualquer sinal de pudor ou desconforto, colocou a mão por baixo da saia de cigana e puxou o absorvente. No meio do corredor do hospital.

Fiquei paralisado e tudo que pude fazer foi olhar ao redor para ver se havia testemunhas. Por sorte o corredor de acesso à emergência estava vazio àquela hora. Colocou o “modess” próximo do meu rosto e com o polegar apontou a pequena mancha vermelha ao centro.

– Sempre fica assim. Todos os dias.

Disse isso com a mais absoluta e sincera naturalidade, como se estivesse mostrando um ferimento na ponta do dedo. Depois de mostrar por vários ângulos e falar da cor e do cheiro curvou novamente seu corpo e, levantando a saia rodada, recolocou o absorvente em seu devido lugar. Por fim, perguntou o que eu achava. Ainda atônito, respondi:

– É isso mesmo, disse eu. Trata-se de um sangramento comum. Passe em alguns minutos no ambulatório que lhe faço uma receita.

Ela me abraçou efusivamente dizendo “até lá” e me deixou plantado no meio do corredor sem saber para onde ir.

Até hoje lembro da cena com um sorriso. Penso que talvez aquela bela moça tenha mantido a inocência que perdemos ao longo da vida e que nos espanta quando com ela nos defrontamos. Talvez a vida devesse mesmo ser um pouco mais simples e natural.

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O Penhasco dos Sonhos

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A mensagem veio dobrada em um papel amassado que Jason colocou em meu bolso momentos antes de entrarmos na sala do magistrado de apelações do condado. Resolvi abrir, com discrição, pois poderia ser algo importante, algum ponto especial a dizer – ou calar – diante do Juiz durante a sessão. Meus dedos procuraram as pontas da pequena dobradura e a abriram. Coloquei os óculos e li o que estava escrito com a letra desengonçada de Jason.

– Martin e a mulher estão mortos. Acidente de carro.

Levantei os olhos a procura de Jason, mas ele não mais estava na sala. Como auxiliar de defesa ele não tinha obrigação de estar ali, apenas o meu defensor. Olhei de novo para o papel com a respiração ofegante, sem saber o que dizer. Percebi que estava corado. Sim, eu me sentia envergonhado.

Martin era a razão de toda a minha desgraça. Se eu estava em uma sala fria aguardando um juiz prepotente e estúpido para analisar minha causa eu devia isso a Martin. Fora ele que, por inveja do meu sucesso rápido na banca de advogados do seu pai, havia me denunciado à polícia por defender uma mulher negra e pobre por posse de drogas, hospedando-a em minha própria casa. Sua acusação – falsa e absurda – era de intermediar a venda de drogas e esconder uma fugitiva.

Sabia de suas ligações espúrias com a polícia, mas acima de tudo percebia seu ciúme doentio pelo fato de eu ser admirado por seu pai. Desde o início do processo soube que Martin estava por trás de tudo. As drogas plantadas, o falso testemunho de Bridget, a pressão sobre o pessoal na polícia. Seu cinismo ao me oferecer ajuda foi nauseante. Diante disso eu o odiei com todas as minhas forças. Imaginei toda a sorte de sofrimentos e tragédias para ele. Fantasiei todas as desgraças imagináveis para ele para os seus.

Inclusive essa.

Agora eu me envergonhava dos meus pensamentos. Olhava para os lados como se soubessem à minha volta o quanto desejei este terrível infortúnio. Mais ainda; senti culpa por ter desejado tanto, e com tanta veemência de espírito, como se minha vontade estivesse magicamente conectada através de cordéis etéreos ao acidente fatal.

Mais uma culpa com a qual eu teria que lidar.

Leonard Doohan, “Cliff of Dreams” (Penhasco dos Sonhos), ed. Bethesda, pág. 135

Leonard Doohan é um escritor americano nascido em Corpus Christi – Texas em 1977. O romance jurídico/policial “Penhasco dos Sonhos” de Leonard Doohan (seu melhor livro, ainda melhor que “Eu, Vincent”, que virou filme com Jennifer Coolidge no papel de Laura/Vincent) foi escrito imediatamente depois de cumprir pena no Ventress Correctional Facility em Clayton, Alabama (USA). A partir desse livro, que combina memórias pessoais com relatos recolhidos de colegas de penitenciária, ele inaugurou uma sequência de 14 obras nas quais ele escreve especificamente sobre o universo “white trash”, os “rednecks” do sul dos Estados Unidos, a cultura masculina decadente e a idolatria por figuras como Trump. Vive ainda hoje em Galveston no Texas, com seu cão Jax, e está escrevendo um romance sobre o lado pouco conhecido e obscuro da família Bush.

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Patético

Encontrei uma antiga namorada, com quem tive uma tórrida e fugaz relação num passado não muito distante, desfalecida sobre uma rodela de vômito ao lado de uma bagana de maconha em um bar frequentado por drogados, músicos e prostitutas na zona portuária. Seu cabelo desgrenhado parecia a erupção de um pequeno gêiser capilar e fedia a azedo. A roupa estava amassada como um pacote de supermercado, e seu corpo debruçado sobre a mesa quase não se movia, a não ser por espasmódicos soluços, o único movimento que lhe denunciava a vida.

Seus olhos (só os vi ao fazer a volta na mesa para confirmar que era ela mesma) estavam semicerrados, como que a tentar segurar nas retinas uma imagem do passado. O esforço só conseguia manter uma lágrima estática, vitrificada, como que congelada na comissura do olho. Sua boca rígida murmurava em silêncio palavras incompreensíveis de rancor e tristeza, que escapavam entre os dentes cobertos com o fel de um desamor. Sim, sua dor era silente, assim como mudo era seu pranto. Que imagens estariam passando por detrás daquelas pálpebras? Que lembranças dolorosas estariam prisioneiras em suas memórias?  

Olhei-a mais uma vez com pena e compaixão. Tive ímpetos de abraçá-la, consolá-la, afagá-la com um abraço, mas me contive. Não seria bom para ela estar na situação na qual o afogado fosse, naquele momento especial, sua tábua de salvação. Como explicar que seu ex, aquele sujeito em frangalhos, à beira do suicídio, neurastênico e infantil pudesse estar a lhe ajudar?  

Voltei-me para a porta e dei dois passos, sem deixar de olhar mais uma vez para trás e testemunhar um derradeiro soluço a me garantir que a vida ainda habitava aquele frágil corpo. “Hic”, disse ela, e ultrapassei o batente da porta, para rua e para a noite.  

Caminhei uma quadra e percebi meu rosto corar. Ensaiei um sorriso triste enquanto chutava uma lata que teimava em ficar de pé na calçada úmida. Uma ideia estranha me visitou, enquanto dobrava a rua e procurava nos bolsos a chave do carro. “O quanto de mim havia naquele pranto? E o pensamento mais cruel era não saber se eu preferia ser o culpado daquela dor ou se era melhor sequer ser lembrado.

Patético, pensei eu.

Gustaf Schroedinger, “Whisky, Kekse und Nudeln” (Whisky, bolacha e macarrão), Ed. Kaiser, pág 135.

Gustaf Schroedinger é um escritor alemão nascido em Colônia em 1935. Durante a guerra perdeu o pai na frente russa e mudou-se com a mãe e os seus 4 irmãos para Königsberg, ode se refugiaram na casa de parentes quando as forças aliadas tomaram a Alemanha. Estudou literatura na Universidade Albertina e passou a ministrar aulas nas escolas secundárias. Escreveu seu primeiro livro sobre sua infância de refugiado na dualidade entre as cidadanias russa e alemã. Depois disso publicou dois livros de contos e ensaios. O primeiro lhe valeu um prêmio nacional de contos e se chamava “Exilgeschichten” (Contos do Desterro) e o segundo foi “Whisky, bolacha e macarrão”, onde o fio condutor é a depressão e a miséria do pós guerra. É casado com Nora Krushinsky e não tem filhos.

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