Arquivo do mês: novembro 2020

Fim de festa

É verdade isso… Um dia você sai com seus amigos para jogar bola, soltar pipa, brincar de correr pelas ruas do bairro, tomar um sorvete no bar do seu João. Dão risadas, conversam, fazem “cabo de guerra”, se abraçam, trocam figurinhas e jogam bolinha de gude. Quando a noite se aproxima voltam todos para casa, sem se dar conta que aquela foi a última vez que todos compartilharam sonhos, alegrias e esperanças.

Talvez seja melhor que a gente não saiba, senão esse derradeiro encontro seria difícil de aceitar. É bom que estes laços se desfaçam sem que a gente perceba, para que o fim da infância não seja marcado por uma lembrança tão triste.

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Falsos consensos

Infelizmente o padrão na atualidade não é a confrontação de ideias, o contraditório e o respeito pelas visões discordantes mas o cancelamento, a perseguição pelas posturas, os abaixo-assinados com pedidos de demissão, a difamação, as pressões pela punição severa e a destruição sumária da reputação.

Pouco ou nada importa que o alvo da ira de agora seja alguém que durante décadas esteve ao lado da “nossa causa”; basta uma única posição discordante e você é jogado na lata de lixo, descartado, aniquilado e humilhado publicamente.

Esse sistema de terror faz com que, diante de casos públicos conhecidos e muito publicizados, aqueles que tem uma visão diferente da massa enfurecida se calem, com medo dos ataques e das violências virtuais. Reina um silêncio constrangedor nas redes, criando a falsa impressão de unanimidade. Tornou-se comum que, nos agora raros encontros pessoais, algumas pessoas sussurrem entre si: “eu não vejo dessa forma e não concordo, mas não posso falar sobre isso publicamente pois serei executado se disser o que penso”.

A tirania do senso comum faz vítimas todos os dias nas redes sociais. Quem escreve sabe que uma mínima palavra descontextualizada pode acender o estopim de uma reação violenta e cruel.

Minha opinião? No futuro próximo vai acontecer um fenômeno de reação a isso. A intolerância de alguns grupos será vista como realmente é: um sistema cruel de silenciamento, cujo objetivo é forjar consensos na marra e através da violência virtual. Por fim, as pessoas vão se voltar contra estes ativistas que se escondem por trás das belas causas para melhor espalhar opressão e despotismo.

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Causas e meios

Há um desespero notável nos tempos atuais na busca de “causas” onde, ao mesmo tempo que se estimula a proteção de minorias que sofrem, é também possível odiar um enorme contingente de pessoas. Esta é uma das armadilhas mais comuns das redes sociais. Somos levados a nos seduzir pelo discurso amoroso de apoio e auxílio sem perceber que muitas vezes o motor principal de muitos ativistas é a liberação para o ódio sem culpa.

Camille Deschamps-Dreyfus, “Le monde Souterrain du Web Mondial”, ed. Barroque, pág. 135

Camille Deschamps-Dreyfus nasceu no Cambodja em 1970, filha de um diplomata francês e uma oftalmologista. Escreve para revistas femininas na França, onde vive na atualidade.

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China

“A China, recém-eleita para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, acaba de analisar os EUA e insta o país a erradicar o racismo sistemático, enfrentar a brutalidade policial e a proliferação de armas, parar de estigmatizar a pandemia e interromper a intervenção militar em outros países.”

Desculpe, mas qual o motivo do espanto? Racismo sistemático na cultura americana é impossível de não enxergar; brutalidade policial é uma realidade impressionante nos Estados Unidos, proliferação de armas produz o “mass shootings” praticamente diários no país que mais valoriza o armamento pessoal, politizar a pandemia é uma realidade lá e em outros países (como o Brasil) e o imperialismo e a intervenção militar em outros países não pode ser negado por qualquer pessoas que leia o jornal. Por que isso causaria espanto e surpresa?

Vejam, a China não é nenhum paraíso, mas erradicou a fome e a pobreza que são crescentes nos Estados Unidos. Aos poucos se torna a maior potência econômica e tecnológica do planeta. A proibição de armas na China faz com que mortes e assassinatos sejam raríssimos. O racismo na China nunca foi institucionalizado como nos Estados Unidos, cujo modelo “Jim Crow” deixou Hitler tão apaixonado, querendo explicitamente importar o modelo racista americano para a Alemanha pois achava que o racismo Yankee era o mais adequado para seu país.

A brutalidade policial na China jamais será semelhante àquela dos Estados Unidos, a mais violenta polícia do mundo, a que mais mata (depois da polícia brasileira) e a que mais é motivada por diferenças raciais. A China não tem nem de longe este tipo de problema. A China encarou a pandemia como devia ser encarada, com seriedade e ações de saúde pública e sem partidarização. Por essa razão, mesmo com uma população 4-5 vezes maior que os Estados Unidos teve apenas uma fração de suas mortes.

A China pós revolução de 1949 nunca invadiu outros países (com exceção do Tibete, onde imperava um sistema escravagista e teocrático), nunca teve uma atitude imperialista, jamais bombardeou países da Ásia como a Coreia, onde 1/3 da população morreu pelas bombas americanas. Sim um terço de todas as pessoas de lá morreram (mulheres e crianças) pelas ações imperialistas. Vietnã, Iraque, Afeganistão, Síria, Iêmen, Líbia foram destruídos pelo imperialismo americano, produzindo dor, morte e destruição. Sem falar nas ações de espionagem e sabotagem nas democracias da América Latina.

Não se trata de achar que a China é um paraíso e que não tenha problemas graves. Poluição e corrupção são dois muito chamativos. Entretanto, acreditar que o mundo ocidental tem mais liberdade do que a China é algo que só pode ocorrer pelo desconhecimento do sistema chinês, o sistema mais meritocrático de todos aqueles criados para a administração pública.

O modelo político liberal burguês é que precisa explicar o seu fracasso, que pode ser facilmente entendido quando vemos Bolsonaro como presidente e os Estados Unidos tendo que decidir entre um psicopata e um “senhor da guerra” senil.

Mais uma vez: não considero a China um exemplo a ser seguido cegamente, mas permitam que eu me surpreenda com o preconceito com a China e a aparente exaltação do sistema brutal do imperialismo americano.

Pergunta final: quantos cidadãos do mundo foram mortos nos últimos 10 anos por americanos e quantos o foram por chineses? Quantos chineses foram mortos por forças do seu próprio Estado na China e quantos americanos foram mortos pela polícia americana? Perceba: o sistema capitalista mata seus próprios cidadãos, enquanto no socialismo a ideia não é matar através das ações do Estado.

Desafio a assistirem este TED Talk que trata do debate sobre a democracia representativa e o modelo chinês.

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Travessuras

Ontem meu neto caiu caiu da árvore e logo depois quando se levantou do chão disse entre lágrimas e choro: “quebrei o ossinho do meu braço”. Meu mundo (que já se equilibra com dificuldade e está cambaleante) caiu diante de sua dor e sua angústia. Ao ver que a dor não passava seu pai o levou ao hospital e constataram a fratura. Depois de velho eu tive a chance de reviver a angústia causada pelas travessuras infantis e as marcas que elas produzem na nossa alma.

Enquanto se preparavam para ir ao hospital eu procurava algumas medicações enquanto Zeza contava histórias para que ele se acalmasse. Foi então que eu lembrei para o que servem os avós: eles são úteis para lembrar aos filhos que não se apavorem com as tempestades; por pior que sejam, sempre haverá um amanhecer. O que os velhos podem oferecer de melhor aos jovens é sua própria velhice e a esperança de sobrevivência que ela representa.

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O Velho Soldado

Ele já havia passado dos cinquenta anos, e isso era denunciado pela cor dos cabelos e pela falta deles bem no centro da cabeça. Era um oficial da reserva e estava acompanhando a esposa, que carregava o indefectível sacolinha de exames. Haviam me procurado cheios de indignação. Falavam em processar o médico que os havia atendido no parto anterior, cujo bebê tinha pouco mais de um ano e meio. Primeiramente tentei acalmá-los, mas ele era o mais bravo e inconformado.

– Não tem desculpa isso, doutor, e o senhor bem sabe. Como pode uma mulher engravidar depois de ter ligado as trompas? Eu já tinha 4 filhos, nem queria mais nenhum. Já marquei a cesariana com seu colega para a minha mulher poder “desligar” as trompas. Cinco é um bom número, não acha? Eu estava conformado, mas agora olha esses exames!!! Será possível que dar um nó num tubinho é assim tão difícil?

Mostrou o Planoteste recém feito que se mostrava positivo.

Sua esposa, que tinha se mantido calada até então, resolveu falar.

– Sim, doutor, vou ter meu 6º filho agora, depois de ter realizado uma cesariana para ligamento das trompas. Foi seu colega, o Dr. Eustáquio* quem a fez. Isso não pode ficar assim.

Ela estava no meio da gestação, por volta de 20 semanas. Tinha 4 partos normais e uma cesariana, exatamente aquela realizada com o único objetivo de realizar a ligadura das trompas.

Expliquei demoradamente que, por melhor que uma cirurgia tivesse sido realizada não há como descartar uma recanalização. Disse também que confiava na capacidade do Dr. Eustáquio e que culpá-lo por este incidente era injusto e não levaria a nada.

Apesar das minhas explicações eles se mantiveram indignados, acreditando que esta gestação era fruto de uma falha do profissional. Terminamos aquela consulta inicial e marcamos a seguinte. Todavia, à medida que o pré-natal prosseguia, eu consegui convencê-los de que pensar no passado de nada ajudaria a enfrentar o novo desafio. Mais importante era planejar esta nova vida que chegaria. Falei para eles os conselhos usuais para a gestação e deixei claro que qualquer projeto de nova ligadura só poderia ocorrer no pós parto.

Assim se fez. Depois mais alguns meses ela entrou em trabalho de parto e pariu lindamente seu filho na mesa de cócoras que eu havia introduzido Centro Obstétrico do nosso acanhado hospital. Desta vez, ao contrário de todas as outras gestações, o marido esteve presente durante todo o processo. Assistiu extasiado o nascimento de seu sexto e último filho.

Na consulta imediatamente após o parto, a face do esposo estava transformada. Ao invés de me cumprimentar de forma protocolar me deu um longo abraço. Falou da alegria de ter testemunhado algo tão impressionante como o nascimento de uma criança e que, agora de cabeça fria, agradecia à natureza marota que lhes pregou uma peça e permitiu a chegada do novo bebê.

– Sabe o que mais me impressionou? Eu cortei o cordão, doutor. Depois do nascimento contei para todos os meus velhos companheiros de quartel que eu mesmo havia cortado o cordão umbilical. Eu senti com a tesoura que o senhor me deu a textura daquele fio que leva sangue para o bebê!! Descrevi esta cena para minha turma como uma criança conta o brinquedo novo para seus amigos da escola. Foi algo inesquecível!!

Sorri da sua euforia diante da magia do nascimento. Disse a eles apenas que o nascimento de uma criança também serve para desarrumar nossas certezas e para mostrar nossas potencialidades humanas. Nascer é bem mais que chegar neste mundo; é fazer o mundo se transformar pela nossa chegada.

Quando levantei de novo o olhar, o velho soldado chorava.

* Nome fictício

(Lembrei dessa história depois de nossa breve conversa tão cheia de lembranças bonitas, Luciane Chiapinotto)

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Linguagem

A iniciativa do Liceu Franco-Brasileiro não obriga ninguém a usar “linguagem inclusiva”, mas permite que ela seja usada livremente por professores e alunos. Pelo menos foi assim que eu entendi na reportagem. A alternativa para isso seria a proibição, mas isso é absolutamente inaceitável. A língua é um “ser vivo”; ela é mutante e se transforma, como as espécies animais e vegetais no planeta, que se modificam para produzir adaptação a um meio ambiente que se altera constantemente. Por isso que “você” surge de “à vossa mercê” e tantas outras palavras e expressões aparecem da lapidação cotidiana de seu uso.

Imaginar uma língua imutável é pretendê-la morta, estéril, sem o uso que as pessoas fazem dela nas ruas, em casa, no contato com outros idiomas e no surgimento de novas palavras para novos objetos e circunstâncias.

O uso da “linguagem inclusiva” deve se submeter ao teste do uso. Se as pessoas aceitarem sua utilização e ela se tornar corrente e corriqueira, será naturalmente incorporada ao dia a dia – e posteriormente pela academia. Não existe “língua errada”, não existe falar incorreto; os idiomas são entidades em constante transformação. Só o tempo e os costumes podem incorporar formas de falar ou tornar outras obsoletas.

O resto é ranço de quem pretende a existência de linguagens “corretas” e “fixas”. Esse conservadorismo é inútil, pois é impossível interromper a transformação da forma como falamos.

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Mundos distintos

A jovem entrou no consultório carregando em uma mão a carteirinha de papelão surrado e na outra sua mãe, quase tão miúda quanto ela. À frente sua lustrosa barriga de 9 luas.

Sentou -se à minha frente e sorriu timidamente. Sua mãe começou a falar e eu a interrompi suavemente com a mão espalmada à frente. Por certo que a menina de olhar triste era “dimenor”, com o elas falavam, mas nem por isso deveria ter sua voz silenciada.

– Jéssica o meu nome.

Perguntei detalhes da sua gravidez enquanto desdobrava o papel amarrotado de seu pré-natal.

– Tive algumas dores e minha mãe disse pra eu vir ao hospital.

A mãe sussurrou em seu ouvido “fala do escorrimento”, mas eu escutei sem a necessidade que ela repetisse. Expliquei da normalidade de secreções inocentes pela descamação das células e pela produção de muco. Ela concordava balançando a cabeça, sem dizer palavra.

Procurei na folha de papel sua data de nascimento, mas me confundi com a letra ruim do prenatalista. Perguntei diretamente à ela.

– Tenho 14 anos, disse ela, sem parecer ter qualquer problema com essa informação.

Minha filha tinha apenas 5 anos na época. Não conseguia imaginar que em uma década ela pudesse estar sentada à frente de um médico numa consulta de pré-parto.

Por alguns instantes fiquei olhando os números esparsos de seus exames enquanto minha mente vagava pela realidade tão distante da minha. Dois universos completamente diversos se chocavam naquela pequena sala de entrevistas do hospital na periferia pobre de uma cidade grande.

Ali estava eu, o escafandrista. Mergulhado num oceano de significantes tão diversos da minha história, eu respirava por um tubo conectado aos meus valores e experiências de vida, traduzindo o idioma estranho e complexo que as pacientes falavam. Mas também em minha mente havia a certeza que não é possível entender as dores, os dramas, as tragédias, as alegrias e as conquistas sem se despir das vestes que separam estes mundos e deixar-se banhar pelas águas do campo simbólico onde atuamos.

Fiz os exames de rotina ao lado da mãe que, comportada, nada falou. Não havia motivo para preocupação, e bastava aguardar as dores que, por certo, chegariam em breve.

Olhei mais uma vez seu rosto e, incontido, resolvi cometer o erro fatal de traduzir sua vida pelos meus olhos. Sem dúvida, um erro juvenil e tolo, mas que hoje coloco na conta da presunção e arrogância da minha pouca idade.

– Mas, Jéssica, não é muito cedo?

Uma pergunta tola, sem sentido, sem valor e que só poderia produzir culpa e vergonha. Para ela, naquele dia; para mim hoje.

Para minha surpresa ela abriu um sorriso e disse sem titubear

– Não acho doutor. Já sou casada há dois anos e penso que é a hora de ter meu bebê.

Fechou seu cartão de pré-natal, levantou-se e chamou a mãe. Esta, que antes dos 30 anos já se preparava para ser avó, me cumprimentou com sua mãozinha frágil e sorriu sem jeito.

Mundos distintos.

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Gratificações

Há alguns anos fui convidado a participar de um evento em uma universidade local onde profissionais de múltiplas áreas tratavam de suas perspectivas específicas na área da saúde. A mim coube falar de “Humanização do Nascimento”, por certo.

Como estávamos no ambiente acadêmico minhas palavras foram recebidas com reserva por alguns professores presentes, em especial aqueles ligados à neonatologia. Para a imensa maioria desses médicos a humanização do nascimento é um tabu. Sua formação é centrada na atenção dos quadros mais complexos e limítrofes e quase nenhuma atenção (ou importância) é dada para a observação e a atitude não intervencionista da imensa maioria dos casos. Aliás, este o grande paradoxo do atendimento ao parto normal pela medicina: treinar exaustivamente para o enfrentamento de situações raras e pouco para o normal e o fisiológico, que são a regra no nascimento humano.

Porém, logo após a minha palestra entrou na sala uma nutricionista especializada em crianças com paralisia cerebral grave, e eu resolvi permanecer para ouvir suas palavras. Ela começou sua palestra deixando claro ser importante desmistificar a relação do parto normal com esta condição, o que já me deixou muito feliz. Depois disso começou a descrever as estratégias nutricionais usadas em crianças severamente comprometidas, em estados quase vegetativos.

Foi no seu relato apaixonado sobre a atuação sobre estas crianças que eu comecei a me questionar sobre nosso sistema de recompensas.

Tenho uma amiga que adora presentear seus netos. Compra para eles todas as bugigangas eletrônicas da moda. Certa vez eu lhe perguntei o porquê de tantos presentes e ela respondeu, de forma sincera e aberta: “Você precisava ver a carinha dela quando abriu o presente!!” Foi aí que eu formulei a minha tese de que os presentes são iscas que damos às crianças para recebermos o verdadeiro pagamento, aquele que vem com sua gratidão e seu amor. Somos os agraciados, não eles; garantimos o “presente do afeto” deles para nós mesmos.

O mesmo na medicina. Para mim é fácil ver o quanto trabalhar com o nascimento humano pode ser gratificante. O choro, a emoção, as lágrimas, a alegria contagiante dos casais e das famílias, a vida que (re)nasce em cada parto, o futuro da humanidade garantido, etc., são todos presentes que recebemos. Para cada parto, uma tonelada de agradecimentos, abraços, felicitações. Quem é, afinal, “presenteado” com o bebê?

Entretanto, quando eu vi a dedicação àquelas crianças, algumas delas quase irresponsivas – os muito severos – e o carinho devotado a elas eu percebi o quanto é necessário entender que a verdadeira gratificação vêm do sentido mais amplo da tarefa, e não das miudezas e dos agradecimentos que, por mais que sejam presentes maravilhosos para enfrentar as agruras da tarefa, não podem ser a única moeda simbólica para o nosso trabalho.

Senti vergonha da minha euforia diante das conquistas por nascimentos dignos e respeitosos. Senti pena de mim pela alegria incontida nos cumprimentos recebidos. Pude ver naquela bela menina o quanto o amor pela tarefa é muito mais importante do que qualquer outra recompensa em jogo

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Amor e Verdade

“Se o seu amor à causa for maior que seu amor à verdade, sua causa já morreu e você não notou”.

Erastus de Medina

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