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Porto Alegre e o Sionismo

A Câmara Municipal de Porto Alegre instalou uma Comissão Parlamentar Brasil-Israel por iniciativa da vereadora Fernanda Barth.

Trata-se um fato grave na cena atual: uma representação parlamentar de uma capital brasileira cria um grupo de apoio a Israel, no momento em que este país pratica um genocídio cruel e covarde contra o povo palestino em Gaza e na Cisjordânia. Para dar suporte a esta matança, lançam mão das velhas mentiras repetidamente contadas sobre um suposto antissemitismo, um vitimismo interminável e fantasioso que tornaria justas as medidas desumanas e cruéis contra mulheres e crianças em Gaza. Parece que mais de 50 mil mortos, 70% deles mulheres e crianças, e a nova ofensiva covarde contra palestinos abrigados em tendas – que já matou quase 500 pessoas nas últimas 24h – não mobiliza a alma desses parlamentares representantes da extrema-direita da cidade.

Esta iniciativa parlamentar se ocupa de falsear a verdade sobre Israel. Não é mais possível esconder o verdadeiro caráter desse enclave dos interesses europeus no Oriente Médio. A ideologia sionista, racista e colonial, é financiada pelo imperialismo e pelos Estados Unidos desde o evento do Nakba, em 1948, e sua existência se assenta na opressão insistente e sistemática da população nativa da região. Só podemos imaginar que os responsáveis por esta comissão parlamentar ignoram a história ancestral e recente da região, talvez recebendo financiamento das instituições sionistas como o Mossad ou a CONIB, ou quem sabe apoiados financeiramente pelos empresários sionistas da cidade.

Antes de propor uma comissão de apoio ao massacre sionista, estes vereadores deveriam estudar os escritores judeus que escreveram sobre a realidade dos fatos ocorridos na Palestina. Entre os principais críticos do racismo e do Apartheid estão Shlomo Sand, ex-professor em Tel Aviv; Norman Finkelstein, professor em Princeton, Estados Unidos e Ilan Pappé professor na Universidade de Exeter, Reino Unido. Além deles, Max Blumenthal (jornalista do Greyzone), Gideon Levy (jornalista israelense, colunista do Haaretz), Miko Peled (ativista), Noam Chomsky (escritor) e Gabor Matté (médico e especialista em trauma). No Brasil, o jornalista judeu Breno Altman desenvolve um trabalho essencial de conscientização sobre os crimes do sionismo contra a população palestina. São dignas de nota também duas figuras históricas da ciência e da psicanálise, como Albert Einstein e Sigmund Freud que rejeitaram de forma explícita as propostas racistas, supremacistas e sectárias do sionismo nascente, talvez porque anteviam que esta ideologia fascista acabaria produzindo a limpeza étnica, o Apartheid e o genocídio palestino.

Estes intelectuais condenaram com veemência o massacre, os crimes, o genocídio e a limpeza étnica na Palestina, e são todos judeus. Entre eles cito especialmente Miko Peled, que contradiz todas as mentiras sobre as “guerras de defesa” e é um israelense cujo pai foi general (Matti Peled) na guerra de 67. Essa comissão espúria e imoral, que apoia genocidas e opressores, não conseguirá enganar por muito tempo com sua narrativa fraudulenta!!! Ao fim vai sobressair a verdade: os verdadeiros judeus apoiam a Palestina e Sionismo não é judaísmo. Na verdade, o sionismo racista e supremacista trai os principais valores universalistas do judaísmo.

Faz-se necessário um contraditório urgente dos representantes progressistas da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, e que se crie na Câmara uma Comissão de Apoio à Soberania da Palestina.

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O Levante de Gaza

Existem fatos cuja grandiosidade não é facilmente perceptível no momento em que ocorrem. Muitas vezes apenas o tempo, com seu sopro incansável, é capaz de lapidar os eventos e mostrar sua importância real. Por esta razão, não há dúvida que os livros de história contarão os acontecimentos de 7 de outubro de 2023 por uma perspectiva completamente distinta daquela que temos hoje. Como poderia ser diferente se temos a informação controlada pelas grandes corporações? Nosso jornalismo é colonizado pelos interesses imperialistas, impedindo que vejamos a realidade do que em realidade ocorreu. Todas as grandes empresas de comunicação do ocidente são francamente sionistas ou controladas por pessoas com laços econômicos com os Estados Unidos ou Israel, o que nos oferece uma perspectiva claramente facciosa dos fatos daquele dia. Só o tempo poderá desfazer a rede complexa de mentiras criadas para disfarçar os crimes horrendos do imperialismo contra os povos subjugados.

Entretanto, mesmo com as informações mentirosas que surgiram, descrevendo atrocidades contra os israelenses que festejavam ao lado do campo de concentração de Gaza – os abusos sexuais, as decapitações, as pessoas incineradas – ainda assim foi possível enxergar a verdade por trás destas versões falsificadas. Até a imprensa israelense foi obrigada a reconhecer as ações criminosas do seu exército e a insanidade da “diretriz Hannibal”, que sacrificou seus próprios cidadãos no intento de matar palestinos e evitar o aprisionamento de reféns. Entretanto, o futuro nos permitirá ver em perspectiva o “Levante de Gaza”, que estabeleceu um basta definitivo da população encarcerada da Palestina sobre os abusos dos invasores sionistas. Esta data será lembrada por gerações como o grito de liberdade de um povo subjugado há 76 anos pelas nações imperialistas, em especial os sionistas e os Estados Unidos.

Mas terão os palestinos, libaneses , iraquianos, iemenitas força para deter o exército tecnológico de Israel? Ora, quando dizem que o poder de fogo de Israel é invencível, nutrido pelos Estados Unidos que, por sua vez, é a maior força bélica do planeta, e que o Hamas e o Hezbollah serão aniquilados mais cedo ou mais tarde, é necessário lembrar o que ocorreu na Coreia Popular nos anos 50, no Vietnã nos anos 70 e há poucos meses no Afeganistão. Inobstante a disparidade incalculável de forças entre o exército imperialista e as forças de resistência, o resultado foi o mesmo: a vitória daqueles que lutavam pela liberdade e pela independência do seu povo. Portanto, a diferença de poder de fogo, apesar de imensa, não foi a determinante em longo prazo; as forças libertárias, mesmo que às custas de enormes sacrifícios, acabaram sempre vencendo no final.

Assim, por mais que Israel tenha apoio irrestrito do Império, a queda do regime sionista – racista, supremacista, teocrático, opressor e excludente – é uma questão de tempo. Mesmo que ocorresse algo improvável, como a derrota completa das forças resistentes do Líbano, Palestina, Síria, Iêmen, Irã e Iraque e todos os grupos que lhes dão suporte, ainda assim a imagem de Israel está profundamente deteriorada na percepção da população do mundo inteiro. As manifestações que denunciam os massacres covardes dos sionistas, contra crianças, mulheres, jornalistas, médicos, enfermeiras numa matança jamais vista no século XXI (e que nos faz lembrar dos horrores nazistas) deixaram claro que o planeta inteiro não aceitará mais a existência de um país que faz do racismo institucional seu principal cimento social.

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O horror sionista deixou uma marca indelével na memória de todos, que hoje em dia rejeita de forma clara a ideia de um “povo escolhido”. Por que razão o Criador escolheria como seu povo predileto aquele capaz de ações demoníacas, que contrariam todas as ideias de fraternidade e que aviltam a noção de civilização? O mundo não vai acordar amanhã esquecendo os horrores e a desumanidade promovidos pelos sionistas de Israel, e não há “hasbara” (propaganda sionista) forte o suficiente para produzir uma amnésia da barbárie contra a população civil que ocorre há 1 ano em Gaza, na Cisjordânia e no Líbano. Portanto, nos anos vindouros o 7 de outubro será celebrado como o grande “uprising”, o “levante da Palestina”, o marco inicial da liberdade do povo que durante mais de sete décadas lutou contra um sistema opressivo, violento, injusto, racista e imoral. Será uma vitória importante das nações insurgentes contra o imperialismo brutal e assassino, um exemplo de coragem para todas as nações que buscam sua independência e sua autonomia. Essa dívida todos teremos com o povo palestino. Sua força e sua coragem, seu sacrifício e sua resiliência serão exemplo para todas as gerações vindouras.

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Nudez perversa

As redes sociais e o jornalismo independente destruíram em poucos anos a imagem falsa de Israel como “a cidade no meio da selva”, que durante décadas nos fez pensar que a “única democracia no Oriente Médio” era uma ilha de civilidade em meio à barbárie.

Não passavam de mentiras, narrativas falsas para nos afastar da dura realidade: Israel é um antro de perversidade, uma nação falsa e artificial criada pela expulsão dos seus moradores e controlada por fanáticos e assassinos genocidas, racistas da pior espécie, o que tornou a população de Israel a mais desprezível do planeta. Bastou que as informações viessem dos dois lados – mostrando a realidade dos palestinos – para que o mundo percebesse o horror da ocupação, a vergonha do Apartheid e a indignidade de um campo de concentração a céu aberto como é Gaza.

O exército sionista, por sua vez, recebe orientações claras para matar crianças, mulheres, jornalistas e o pessoal em serviço na atenção médica. Ficou claro que estas não são baixas colaterais, mas o objetivo principal das bombas sionistas. Já as pessoas por trás dessas ordens – os militares sionistas – são os piores seres humanos que jamais pisaram a Terra, conduzidos por uma ideologia segregacionista e supremacista, baseada em três pilares:

1- o mito do povo escolhido
2- o mito da eterna vítima das perseguições
3- a desumanização dos palestinos

Essa ideologia fascista oferece o suporte para as ações covardes, os ataques destrutivos, os assassinatos, a limpeza étnica, o desprezo pelas outras etnias e os massacres que se direcionam em especial às crianças. Por outro lado, a liberdade de expressão que ocorreu como efeito colateral das redes sociais acabou demonstrando que a narrativa sionista é produto de mentiras grosseiras, e que o “povo escolhido” nada mais é do que um grupo de abusadores e colonos racistas, cuja perspectiva de mundo é fundada no supremacismo racial e no uso da força bruta como forma de apropriação do que é, por direito, dos nativos da Palestina.

Não há povo mais bravo e resiliente que o palestino, que sacrifica sua própria vida em nome da liberdade e da autonomia. É impossível destruí-los porque não se destrói uma ideia. Já os sionistas, estes estão derrotados, seja na batalha direta contra os guerreiros palestinos da resistência ou seja pela mudança radical da opinião pública sobre os crimes de genocídio, limpeza étnica e racismo cometidos contra a população original da Palestina. Israel não sairá impune desse crime cometido contra toda a humanidade.

Racismo, nunca mais,
Limpeza étnica, nunca mais,
Sionismo, nunca mais,
Imperialismo, nunca mais!!

A Palestina vive e respira por cada um de nós. Não deixe de falar sobre o massacre. Denuncie os racistas!! Boicote a todo e qualquer produto, serviço, artista ou acadêmico que represente o Estado Terrorista de Israel.

Não vamos esquecer o que Israel fez às crianças da Palestina. Jamais. Até comparar Israel com os adoradores de Adolf é injusto, porque o criminoso nazista nunca determinou que o alvo de seu ódio fossem especificamente as mulheres e crianças indefesas. Esta guerra – de um estado poderoso contra um povo – já foi perdida pelos sionistas, inobstante as mortes que ainda continuam a promover entre a população de Gaza e da Cisjordânia. Entretanto, depois de tanta violência, o mundo jamais verá Israel como outrora. Despida da capa de mentiras construída pela imprensa corporativa corrupta, agora todos podemos ver – quase sem censura – a obscenidade de sua essência perversa.

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Sionismo não é judaísmo

Nem todo judeu é sionista e a maioria dos sionistas sequer é composta por judeus; são cristãos sionistas, como Biden ou os bispos Malafaia e Edir Macedo, pragas surgidas respectivamente pelo israelismo da política americana ou pelo neopentecostalismo tupiniquim, que lucra milhões com suas viagens turísticas à Terra Santa. Portanto, qualquer confusão entre estes termos é oportunismo, serve como manobra diversionista, cujo único objetivo é evitar que apontemos os horrores da aventura colonial racista no Oriente Médio. Para qualquer sujeito intelectualmente honesto, não é difícil entender que atacar o nazismo não significa ser antialemão, assim como criticar o retrocesso civilizatório do bolsonarismo não é o mesmo que ser antibrasileiro. Da mesma forma, criticar a inquisição da idade média não é o mesmo do que atacar Cristo ou sua doutrina.

Passei anos sendo perseguido por sionistas da aldeia que acusavam minhas críticas veementes ao apartheid de Israel como sendo “racismo”, ataques injustificados aos judeus ou ações antissemitas. Muitas dessas pessoas me xingaram e usaram de violência verbal pelas minhas palavras duras, em especial durante e após as “operações especiais” realizadas em Gaza e nos territórios ocupados da Cisjordânia, que matavam centenas de crianças e mulheres, números que agora chegam aos milhares. Nunca me intimidei e desafiei aqueles que me contestavam para que respondessem perguntas simples sobre a vida em Gaza e na Cisjordânia, as quais demonstram sem sombra de dúvida a brutalidade da ocupação.

Para quem acompanha este debate há décadas, é simples de ver que a defesa de Israel é sempre recheada de mentiras. Desde uma terra sem povo para um povo sem terra até as crianças decepadas, estuprosou não atiramos em civis, as mentiras são inexoravelmente imbricadas na narrativa sionista. São falsidades repetidas à exaustão, auxiliadas pela parcialidade criminosa das grandes plataformas digitais (Facebook, Instagram, Google) e a imprensa corporativa, toda ela nas mãos dos sionistas e dos senhores da guerra, que lucram bilhões quanto mais mortes aparecem nas capas dos jornais.

Já aqueles que defendem o povo palestino são, via de regra, pessoas que, como eu, acordaram para a realidade da geopolítica do Oriente Médio há muitos anos, o que só ocorre quando ousamos investigar o que existe por detrás das capas de enganação que são despejadas pelos telejornais há décadas. Nossas posições são essencialmente humanistas, pois que expõem a barbárie da ocupação, as mortes, a limpeza étnica, a indignidade do tratamento, os abusos, a prisão de crianças, as detenções administrativas que duram anos, as mortes e os processos kafkianos de violência jurídica. Por outro lado, o “whitewashing” (prática de selecionar informações, enfatizando ou omitindo, a fim de melhorar a imagem de uma pessoa ou de uma instituição frente à opinião pública) sempre foi a forma de apresentar Israel ao ocidente, e por isso era chamado de “a villa in the jungle” e, com o mesmo cinismo característico, difundem ideia de serem a única democracia na região – uma mentira asquerosa – e usam a questão identitária (em especial de mulheres e gays) para vender a imagem de uma civilização justa, europeia, branca e semelhante à nossa. Por seu turno, todo e qualquer grupo que lutasse pela libertação do povo palestino era imediatamente rotulado de “terrorista”, da mesma forma como os presidentes anti-imperialistas de qualquer nação são automaticamente chamados de “ditadores”, inobstante serem democráticas as eleições que os tenham levado ao poder.

Cabe a nós não retroceder na exposição, cada vez mais intensa, das contradições do sionismo. Não é mais possível aceitar o colonialismo genocida a controlar com mão de ferro a Palestina, e cada um de nós é responsável por espalhar a necessidade de democracia na região. E “cada um de nós” inclui os nobres irmãos judeus que na Palestina, no Oriente, na Oceania, na América e na Europa se levantam contra o sionismo e seu modelo supremacista e excludente. Judeus estarão lado a lado com os palestinos na luta pela liberdade, do rio ao mar.

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Inevitável

Nada se compara ao que Israel – o único Estado explicitamente racista do mundo – está fazendo com a população ocupada da Palestina desde o início de outubro. O exército mais covarde e imoral de todo o planeta está mostrando uma versão compactada de todas as crueldades que executou nos últimos 76 anos. Nada supera a narrativa genocida dos políticos de Israel, nem mesmo o que se escutou dos monstros nazi em meados do século passado.

Infelizmente, para eles, agora temosalternativas para uma livre circulação de informações, que antes eram filtradas por 4 ou 5 sistemas internacionais denotícias, dominados pelos interesses da burguesia. Pelo menos hoje, qualquer sujeito com um celular na mão é um jornalista, infinitamente mais honesto do que aqueles que trabalham para a imprensa do Brasil ou para a imprensa burguesa internacional. Por esta singela razão, está quase impossível manter por mais de 48 horas as mentiras que sobreviviam por décadas no passado não tão distante. Estivéssemos nos anos 60 e até agora a versão mentirosa dos “bebês sem cabeça“, o “ataque à Rave” ou os “estupros” de mulheres israelenses ainda seriam as versões oficiais, e a população de todo o planeta estaria repetindo de forma enfadonha a farsa montada por Israel.

Hoje já sabemos o quanto Israel é um país criado sobre uma montanha de corpos e páginas infinitas de mentiras, fraudes e manipulações. Essa fábrica de inverdades só pode se sustentar através da compra sistemática de políticos e da imprensa. Não fosse pelo jornalismo independente que apresenta um contraponto consistente e factual aos influenciadores sionistas – ou aqueles pagos por eles – e muitos ainda manteriam a tese de que o hospital de Shifa veio abaixo por “fogo amigo” palestino, tese que foi facilmente desmontada logo depois com a ajuda de especialistas do mundo todo. Cada dia é mais difícil sustentar a farsa de Israel. Nos anos 40 do século XX era possível mentir sobre “Um povo sem terra para uma terra sem povo“, mas hoje a pústula se rompeu e o que vemos escorrer são as falsidades, as mortes, os abusos e a corrupção de uma colônia branca europeia sobre a terra dos palestinos, acumulada em 76 anos de ocupação e arbítrio.

Boa parte da imprensa insiste em chamar o “Hamas” grupo “terrorista”, tentando forçar a narrativa de que a luta pela Palestina é a batalha da “luz contra as sombras“, como disse Bibi Netanyahu, mas é mais do que óbvio para qualquer um que repouse os olhos sobre a história da região que os invasores cruéis da Europa é que representam as trevas, e aqueles que lutam pela liberdade, a autonomia e a dignidade dos palestinos são os que levam a luz para a região. Também querem nos fazer acreditar que o problema é o “Hamas”, a resistência armada palestina, mas a verdade é que mesmo que fosse possível destruir todos os combatentes desse grupo e no dia seguinte outros tantos milhares se alistariam para a luta, porque eles representam a única chance de vida digna para a população de Gaza. Para cada combatente morto, dois mais se alistam para lutar pela liberdade.

O chanceler russo Lavrov declarou há alguns dias ser impossível pensar em paz sem a criação de um Estado Palestino soberano, livre, com defesa, com aeroporto, com moeda, com economia e com plena conexão com a Cisjordânia, mas é claro para qualquer observador que esta é uma solução necessária, porém paliativa. O mundo não pode aceitar mais o sionismo ou qualquer forma de organização social baseada no racismo e na exclusão. Mesmo um país só para judeus mantido ao lado da Palestina deveria ser objeto de boicote internacional, pois que este tipo de organização viola frontalmente todo o arcabouço jurídico e ético que sustenta a democracia.

A luta pela paz é uma tarefa de todos nós. Como dizia Nelson Mandela, “Sabemos muito bem que a nossa liberdade é incompleta sem a liberdade dos palestinos”. É preciso aumentar o boicote à Israel, forçar os representantes diplomáticos a encerrar qualquer conexão com este país, determinar um “cerco” econômico ao racismo branco de Israel, reforçar o apoio à Palestina Livre e sair às ruas até que Israel recue em seus objetivos de genocídio e limpeza étnica. Desejamos um Estado Palestino único e democrático, que possa aceitar todas as crenças, todas as culturas e todas as raças sob a égide dos direitos humanos e da plena democracia.

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Sionismo canhoto?

Nesta semana (10 outubro 2023) o professor e pesquisador Michel Gherman abandonou um debate sobre a crise da palestina na PUC do Rio de Janeiro. Na ocasião ele proferiu a seguinte frase “O Hamas é um grupo terrorista e o que aconteceu foi uma ação da pior espécie”. Neste debate é possível ver uma universitária, que afirma ser judia, protestando contra a presença do professor Gherman e dizendo que “95% (dos que estão aqui) não estão se sentindo representados por Michel Gherman”. Surge então a questão: como pode este professor defender uma proposta colonialista e racista como o sionismo, atacar a resistência palestina, aceitar a revanche sangrenta de Israel e ainda assim considerar-se de “esquerda”?

O proclamado “sionismo de esquerda” – um oxímoro ridículo – tem em Michel Gherman uma de suas mais potentes vozes há muito tempo. A narrativa usada pelos defensores da “conciliação” para o drama na Palestina é sempre a mesma: a culpa não é da ocupação, nem da opressão, muito menos da limpeza étnica. Não ocorre por causa do apartheid ou do racismo; a culpa é da extrema direita que governa o país na figura de Benjamin Netanyahu. Para estes personagens (que recebem um destaque incompreensível do jornalismo nacional, inclusive entre os progressistas) se a esquerda estivesse no poder não haveria tanta e tão disseminada violência, esquecendo que nas primeiras duas décadas da existência de Israel os governos eram encabeçados por elementos da esquerda israelense. Porém, apesar do esquerdismo de fachada, a brutalidade era a mesma que hoje testemunhamos – apenas sem câmeras nos celulares para testemunhar o horror dos massacres.

Entretanto, como toda dissimulação, a pretensa postura condescendente e “pacifista” destes falsos democratas desaparece como num passe de mágica nos momentos de crise. Os eventos apicais, seja no contexto dos sujeitos ou dos partidos, são pródigos em revelar nossa natureza mais íntima. Podemos enganar muitos sobre o nosso caráter durante períodos de calmaria e fartura, mas basta que a fome, a guerra, o caos social ou qualquer ameaça – interna ou externa – brote da placidez do nosso cotidiano para que surja a verdadeira essência, escondida sob as capas de civilidade.

Nesta exato momento Israel bombardeia sem dó ou piedade uma população composta majoritariamente por mulheres e jovens, indefesos dentro de uma prisão a céu aberto, privados das condições básicas para a sobrevivência de seu povo. Quando confrontado sobre o que faria no lugar de Netanyahu diante dos impasses da guerra contra o povo palestino, sua resposta se encontra em sintonia com os valores sionistas – excludentes, violentos e racistas – mais básicos: “Se tivesse chegado onde chegamos (faria) a mesma coisa. Só traria gente competente para assessorar”, disse em uma recente entrevista o professor Michel Gherman. Ou seja, mataria milhares de crianças, asfixiaria Gaza deixando-a sem eletricidade, água ou medicamentos, bombardearia hospitais matando médicos, enfermeiras e feridos e tudo isso em nome do regime racista, opressor e colonial criado no solo Palestino. Ou seja, para ele a manutenção do colonialismo brutal de Israel está acima dos valores humanos mais essenciais.

Não existe possiblidade de juntar no mesmo partido – ou no mesmo sujeito – uma proposta colonial e racista com a perspectiva solidária, humanista e justa que compõe a proposta socialista. Esses sujeitos pró Israel são direitistas, colonialistas e imperialistas até a medula dos seus ossos, mesmo quando seus discursos estão repletos de clichês pacifistas e lugares comuns pela “paz”. Não há verdade alguma em suas palavras quando falam de diálogo, diplomacia e entendimento entre as partes em conflito pois que para o sionismo a única possibilidade em seu horizonte é continuar tratando os Árabes como serviçais e cidadãos de segunda categoria. Pior ainda, gente (ou “animais”, como disse Yoav Gallant, ministro de defesa de Israel) que deveria deixar a Palestina ou morrer, pela expulsão ou pelo extermínio.

A mídia brasileira, acostumada a passar pano para essa falsidade, precisa acordar para o que estes personagens realmente representam. Não existe possiblidade de paz que não surja de uma pressão internacional intensa e sem tréguas contra o sionismo racista e colonial, contra o apartheid e contra o imperialismo. Dar ouvidos aos sionistas é atacar a autonomia e o sonho de democracia na Palestina, pois que o centro das reivindicações sionistas é a manutenção do colonialismo e da opressão do povo palestino.

FREE PALESTINE!!! 

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Holocaustos

É inacreditável o que está acontecendo na Cisjordânia. Colonos sionistas celebrando um casamento com cartazes mostrando um bebê queimado vivo em um ataque a uma vila palestina. Mas não foi um vídeo secreto que “vazou” para a Internet; foram imagens divulgadas abertamente pelos sionistas, orgulhando-se de suas ações assassinas.

Sempre tive essa curiosidade quando via filmes sobre o holocausto judeu na Alemanha nazista. Lembro de perguntar ao meu pai que, mesmo sendo um adolescente na época da guerra, foi contemporâneo das atrocidades na Europa. Ele me dizia que aqui não se sabia o que estava acontecendo com os judeus. Tudo que estava acontecendo nos campos de batalha foi conhecido muito tempo depois.

“Mas lá eles sabiam. Por que nada fizeram? Por que não impediram Hitler quando estava clara a sua perseguição a um povo?” perguntava eu, ingenuamente.

Eu tive que viver meio século para saber a resposta. O mesmo ocorre agora em Israel com relação aos palestinos, onde a população palestina é massacrada por fanáticos sionistas, e o mundo inteiro cruza os braços diante da barbárie.

O que me deixa mais envergonhado é saber do apoio dos grandes grupos evangélicos, os sionistas cristãos, a esse crime contra a humanidade. Edir Macedo e seu exército de seguidores idiotizados também são responsáveis pelas mortes e torturas. Os governos americanos, grandes financiadores de Israel, são os maiores culpados, mas o silêncio de cada cidadão do mundo é responsável pela destruição sistemática e insidiosa da Palestina.

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