Entrei nesse grupo – incluído por alguém – há pouco menos de 10 anos e pude testemunhar o pior da espécie humana nos 15 minutos que consegui permanecer naquele antro pestilento de reacionarismo e racismo. Os médicos – como grupo e como corporação – são a escumalha fascista da sociedade. Sua representação política (CRMs e CFM e até os sindicatos) são fiéis representantes do que existe de pior na sociedade brasileira.
O racismo, o fascismo, o preconceito de classe, a arrogância, o preconceito de gênero (as agressões contra Dilma eram misóginas e nojentas) e o TOTAL descompromisso com a saúde da população estão representados nestes órgãos. Só o que vale é a proteção do quinhão, dos privilégios, das vantagens e dos benefícios. Sanguessugas do povo, aproveitadores e enganadores.
E não digo isso agora; minha visão negativa da estrutura dessa corporação tem a idade da minha inserção nela. “Dignidade Médica” é apenas a ponta de lança mais desavergonhada do fascismo da nossa classe médi(c)a. Puro lixo.
Sim, há muitos médicos de qualidade técnica, ética e moral, mas nenhum nesses lugares.
Eu respeito todas as análise prognósticas feitas com base científica mas, como sou velho, acho mais adequado aguardar o desenrolar dos fatos antes de entrar em pânico. Se há alguma vantagem em envelhecer, esta é o acúmulo de histórias vividas e experiências acumuladas. Lembro claramente de duas projeções trágicas surgidas no meu tempo de faculdade e exploradas à exaustão pela mídia e pelos senhores da ciência: “explosão demográfica” e “AIDs“.
De acordo com as previsões dramáticas e negativistas do início dos anos 80 estaríamos exterminados por uma delas, ou pela combinação de ambas. Quem não lembra a progressão geométrica do incremento populacional? Lembro muito do filme “Soylent Green”, com Charlton Heston. A versão brasileira tinha um título ridículo mas curioso: “No Mundo de 2020”, ou seja, agora. O filme mostrava um mundo insuportavelmente quente e abarrotado de gente e me marcou pessoalmente por sua visão pessimista do futuro, onde o suicídio aparecia como uma opção válida e justa. E sobre a Aids? “Vai passar dos homossexuais para os bissexuais e de lá para os ‘normais’ da população”, combinando um catastrofismo irreal com os preconceitos de orientação sexual da época.
Nada disso se cumpriu. A população decrescente já é um problema social em várias partes da Europa, em especial na Itália, Portugal, Irlanda e no norte da Espanha. O aumento que ainda ocorre na África é muito mais em função de uma cultura agrária e pela falta de desenvolvimento social, determinados em função da longa exploração colonialista. Todavia, estamos muito longe de uma hecatombe populacional e esse assunto quase não é mais tratado pela imprensa. Sobre a AIDs, esta síndrome continua sendo um problema de saúde pública, mas longe de ser um problema maior que os tradicionais “exterminadores” que se mantém na ativa, como podemos ver na lista abaixo (PAHO):
1ª) Cardiopatia isquêmica 2ª) Acidente vascular cerebral (AVC) 3ª) Doença pulmonar obstrutiva crônica 4ª) Infecções das vias respiratórias inferiores 5ª) Alzheimer e outras demências 6ª) Câncer de pulmão, traqueia e brônquios 7ª) Diabetes mellitus 8ª) Acidentes de trânsito 9ª) Doenças diarreicas 10ª) Tuberculose
Mais da metade das pessoas no mundo morrerá das doenças acima listadas, a maioria delas produzidas na esteira da distribuição miserável dos recursos do planeta, originada pelo capitalismo e sua ideologia de acúmulo. A cura para estas enfermidades não está nos remédios, na medicina tecnológica, nos hospitais ou no aporte gigantesco de recursos para o tratamento de enfermidades, mas na adoção de um modelo político e social mais justo, que não condene os sujeitos a uma alimentação ruim, stress crônico, sedentarismo e pobreza. Buscar essa mudança em nível global é mais importante do que a cura de doenças que, por si só, seriam exterminadas se as suas verdadeiras causas fossem eliminadas.
Com a atual pandemia podemos esperar o mesmo curso normal de enfermidades transmissíveis conforme a história nos ensina. O catastrofismo precisa ser evitado, o que não significa negar as medidas de isolamento que parecem ser, por ora, nossa única defesa reconhecidamente justa de proteção.
As prescrições homeopáticas que estão surgindo nas mídias sociais para uso no quadro gripal causado pelo corona virus são nitidamente genéricas – para sintomas virais comuns – e não devem ser usadas para “prevenção”. Regra básica da homeopatia: se estiver assintomático não use nada. Além disso, evite as drogas, mesmo as aparentemente inocentes. Algumas drogas, como os anti inflamatórios, são prejudiciais em casos de infecção por corona virus. Seja moderado e procure ajuda se sentir que as coisas estão fugindo do controle.
Sempre é justo e correto individualizar os casos de qualquer doença, em especial as agudas. Nossas doenças são construções subjetivas e demandam uma observação cuidadosa com a forma como são construídas. Entretanto, a exemplo do que já foi observado em outras epidemias (inclusive a “espanhola”), é importante caracterizar o “genus epidemicus”, ou seja, a forma como a epidemia se comporta na maioria dos casos. Para isso será necessário observar centenas (ou milhares) de casos para se perceber a maneira específica como esse patógeno interage com o organismo humano e quais as reações fisiopatológicas mais comuns nos doentes. Algumas observações boas já foram produzidas, e elas poderão ser muito úteis para a seleção do(s) remédio(s) homeopático(s) mais adequado(s).
Muito importante lembrar que o medicamento homeopático não trata doenças, mas produz reações orgânicas no sujeito doente no sentido da cura, oportunizando uma cura pelos processos fisiológicos (e não artificiais) de reação. Entretanto, nenhuma homeopatia – e nenhum outro medicamento!!! – substitui as medidas fundamentais para a erradicação das pandemias:
* Lavar as mãos * Proteger-se e proteger os mais frágeis * Isolamento * Medidas gerais de cuidado e conforto (hidratação, descanso, sono, alimentação, etc) * Se sintomático (tosse, febre, espirros, mal estar, fraqueza, etc.), não se aproximar de outros sujeitos, em especial velhos, crianças e imunodeprimidos. * Não comparecer a reuniões, em especial aquelas que desejam o extermínio da democracia. Nesses lugares a contaminação é pior, pois o vírus se mistura com ódio e preconceito e tem seus efeitos potencializados.
Consulte o sistema público de saúde diante de qualquer sinal de agravamento, em especial dificuldade respiratória. Evite procurar serviços de saúde – em especial as emergências – se o quadro não for realmente preocupante. Deixe lugar para quem precisa!!
Acima de tudo seja compreensivo e fraterno. Pense nos outros. Seja um farol de positividade e esperança em um mundo cheio de medos e paranoias. Faça a diferença.
Em verdade Leonardo Boff já dizia que a nossa espécie se caracteriza pelo fato de valorizarmos de forma especial o ato de cuidar. Somos uma espécie em que o cuidado com o outro assumiu importância vital. É hora de mostrar que merecemos pertencer à coletividade humana, cuidando de todos à nossa volta.
Veja aqui as orientações sobre o uso de Justicia Adhatoda para a pandemia de Corona virus.
O gozo que os pacientes experimentam ao receber – em batismo médico – o nome de suas doenças e enfermidades sempre me surpreendeu. “Mas afinal, o que é isso que tenho?”, perguntavam com ávida ansiedade. O “carimbo” médico – a nomeação de seus males – era seguido de um suspiro de alívio. O esforço comovente que tantas pessoas fazem para colar nos outros – e em si mesmos – diagnósticos e rótulos para explicar suas mazelas é uma das marcas da nossa medicina. O efeito apaziguador dessas rotulagens oferece um sentido de pertencimento e delimitação. Desta forma, estabelecendo barreiras para o sofrimento, parece-nos mais simples imaginar uma cura para os males, mesmo que não seja mais do que uma fantasia com pouca conexão com a realidade. Também nos livra do isolamento que se abate sobre todo aquele que se vê vítima de uma enfermidade. “Somos muitos aqui nessa dor”, e não há como negar o quanto este compartilhamento apazigua o sofrimento.
Dr. James McKinnon, “Disease as a Matter of Fact”, Ed. Coltrane, Pág. 135
James McKinnon é um médico sul-africano nascido em 1943 em Cape Town. Com 24 anos de idade foi testemunha do primeiro transplante cardíaco realizado por Christiaan Neethling Barnard durante seu período como residente de cardiologia no hospital Grote-Schuur em Cape Town, quando o coração de uma pessoa falecida bateu pela primeira vez no peito de outro ser humano, exatamente às 5h 25min do dia 3 de dezembro de 1967. James McKinnon era da equipe de suporte da UTI do paciente transplantado, que sobreviveu a cirurgia apesar de vir a falecer de sepse 18 dias depois do transplante. Apesar do aparente fracasso, as equipes envolvidas nessa cirurgia inédita não se deixaram esmorecer e logo após realizaram uma nova cirurgia, onde o paciente sobreviveu por 1 ano e 7 meses. McKinnon iniciou uma carreira de sucesso como cardiologista e passou a se dedicar à literatura na maturidade, quando começou a escrever sobre temas médicos mais amplos, inclusive com uma visão muito crítica à medicina exógena e medicamentosa contemporânea. Seu livro “Medicina Quaternária” lançou seu nome como um dos importantes escritores médicos de língua inglesa. “Disease as a Matter od Fact” é seu último livro, e trata das relações entre médicos e pacientes, em especial na força curativa da relação transferencial.
Na verdade essas recomendações de exames médicos anuais, ou mesmo bianuais, se prestam a um sistema de controle biomédico sobre a população, agindo como uma “polícia da saúde” que constrange os sujeitos para que entreguem sua intimidade aos profissionais da saúde. Trata-se de um projeto higienista que coloca os profissionais de saúde na posição de “juízes dos comportamentos”, interferindo na alimentação (você está proibido de… complete com o vilão alimentar da moda), na vida social, nos sentimentos (aqui entra a criminalização da tristeza), nos desejos (aqui o papel fundamental da medicina na criminalização das práticas heterodoxas da sexualidade) e na vida política (e aqui podem entrar os médicos que fazem proselitismo político em consultório). Cabe ainda lembrar dos casos de médicos denunciando mulheres que fizeram abortos, numa atitude policialesca e que viola de forma grave o pacto de confidencialidade – que é o centro da ética profissional. A discussão contemporânea de denúncia compulsória de violências de gênero – que também violaria a confidencialidade – entra no mesmo debate.
Essa função social do médico (tão bem descrita por Foucault) ainda está ancorada em uma gigantesca e multibilionária indústria farmacêutica que transforma os médicos em “despachantes de drogas”, criando e mantendo pacientes escravizados a substâncias químicas, seja pela dependência direta da ação das drogas, ou pela vinculação psicológica, produzida por uma narrativa centrada no valor curativo de elementos externos – como drogas e cirurgias – que em última análise reforçam e mantém o poder médico. A medicina contemporânea acaba se tornando tanto um poder político quanto um braço que sustenta o patriarcado e o capitalismo.
Lembro apenas as palavras do meu querido Max, que há mais de 30 anos me afirmava “A medicina como projeto de cura vai se tornando paulatinamente mais diáfana e sutil, até o ponto em que se torna pura pedagogia…. e empatia.”
A prática da medicina se apoia na ciência apenas quando o conhecimento científico oferece sustentação aos seus interesses corporativos ou quando garante mais poder aos profissionais. Monitorização eletrônica foi introduzida sem nenhuma evidência clara de seus benefícios. Episiotomia e ultrassons de rotina, igualmente. Em contrapartida, décadas de estudos científicos bem desenhados que provam a ineficiência e/ou a maleficência destas condutas são insuficientes para desbancar tais procedimentos de nossas rotinas. Evidência científica só é boa se nos beneficia ou nos enriquece.
Henrico di Blasio “L’Uomo e la Scienza”, ed. Metaphisis, pag. 135
Henrico di Blasio é um médico italiano, especialista em medicina de Família. Nasceu em Nápoles e fez mestrado e doutorado em farmacologia na Universidade de Nápoles Federico II. Escreveu “L´Uomo e la Scienza” como um manifesto contra a medicalização extrema da sociedade e o totalitarismo que ocorre com a Medicina Baseada em Evidências quando não se aplica sobre ela uma visão holística e humanista. Mora em Nápoles e é casado com a pediatra Laura Stefanni.
Tudo o que o paciente mais quer é um nome, uma categoria diagnóstica, um rótulo para colocar por sobre sua dor. Esta ação simples, inobstante a complexidade do mal que escolhermos para lhe oferecer, é capaz de produzir, ao menos, um alívio. Nomear é basicamente delimitar, oferecer um começo e um fim.
– Pelo menos agora já sabemos, não?
O problema é que ao batizar o mal que lhe aflige calamos todos os seus outros sintomas, as expressões múltiplas do seu sofrer. Obrigamos o paciente a se conter dentro da caixa do que nós esperamos dele, e não escutamos a voz única e surpreendente do que ele em verdade sente. Sem o diagnóstico o paciente fica livre para sentir o que desejar, mas quem suporta tal liberdade?
Experimente, diante de um quadro de sinusite, dizer ao seu médico que sente frio, ansiedade ao anoitecer ou saudade de um amor do passado. Imagine contar ao medico que sente sua alma vazia e seu ânimo escorrer como a agua do banho. Como se comportaria seu doutor se voce lhe dissesse que, além da tosse produtiva – que ele chamou de bronquite – você sente coceira nos pés, peso no estômago e que este mal estar veio depois de um grande pesar?
O diagnóstico é a grande mentira da medicina. Ele distorce a realidade como a foto de um sorriso: mostra o fragmento de uma expressão e esconde todas as outras faces possíveis.
Médicos não deveriam ser catalogadores ou rotuladores. O exercício mais interessante e produtivo é atender seu paciente como se ele fosse o único doente do mundo.
Em verdade, apesar do natural estranhamento causado por esta afirmação, não existe momento mais pleno de sexualidade do que o parto. Lembro de Ferdinand Celine, médico e polêmico escritor francês, escrevendo “Querem sexualidade de verdade? Procurem no parto“. Quem não concorda, tudo bem.
Vi algumas mulheres defendendo maquiagem e tratamentos para o cabelo para o momento das fotos na maternidade. Não me meto nesses assuntos e acho que cada um faz como quer, mas me incomodou a justificativa: seria para que ela ficasse “mais bonita” quando fosse gravar o momento em imagens.
Acho isso muito estranho, e posso dizer que não há nada mais belo do que a imensa balbúrdia de suores, gemidos, cabelos desgrenhados, lábios inchados e olhos molhados que testemunhamos no momento em que um bebê nasce. Não discuto os diversos conceitos de beleza, que precisam de poses, ângulos, iluminação e acessórios, mas repito que esta beleza crua e selvagem desse momento é muito mais significativa na construção de nossa própria sexualidade.
“Bonita para receber seu filho“? Acham mesmo que um bebê vai se importar com a tonalidade do batom? Ou os presentes vão levar isso em consideração? Eu creio que o belo da cena está na superação e na própria vida que se revigora. Claro, uma forma mais sutil de beleza.
Na perspectiva do ser que nasce, inseguro e incompleto, desalojado de sua casa de idílio absoluto, a fagulha de esperança que lhe acalenta é o brilho das duas estrelas que, ao se aproximarem de seu rosto, informam que a única alternativa é o amor. Estas estrelas são os olhos brilhantes e úmidos de sua mãe.
Eles copiaram até o nome que eu dei a este tipo de exame, mas de forma cínica. O preço a ser pago por essa aventura tecnológica ainda não foi totalmente avaliado. Mexer em valores e segredos tão ancestrais sem nenhuma vantagem médica pode ter consequências deletérias que nao foram ainda analisadas em profundidade.
Acho mesmo que a civilização ocidental ainda não se deu conta do que significa o afastamento do ser humano de sua essência mais íntima. Invadir o útero dessa forma, fazendo da gestação e do nascimento um espetáculo e uma diversão, retira desse evento o que carrega de misterioso, mágico e sagrado
A questão é que tais elementos são formativos do sujeito. Somos a soma dos desejos sobre nós projetados, e não o ultra-som despejado sem nossa autorização. Não há como encarar da mesma forma uma gestação assim banalizada e outra onde nossos elementos mais profundos, inconscientes e ancestrais são levados em conta e respeitados.
A banalização desses exames retira das mulheres a soberania sobre seus corpos, escravizando-as à tecnologia e gerando um ciclo de dependência sem fim. Romper essas amarras e libertar-se de tais grilhões é tarefa difícil, mas que se faz com apoio, informação, evidências científicas e reforço da autoestima.
Existem diversas formas de responder esta pergunta. A
primeira delas é reconhecer a profunda crise que atravessa a medicina
contemporânea. Sua trajetória dentro do capitalismo se mostra cercada de
profundas contradições, desde que percebemos a dicotomia entre os aspectos
éticos relativos à sua ação terapêutica, preventiva e paliativa e as enormes
pressões produzidas pelos lucros – muitas vezes estratosféricos – das empresas
que compõe esse setor da indústria. Existem inúmeras publicações que nos
mostram o descalabro da medicalização abusiva da vida normal, os efeitos
colaterais letais dos tratamentos, o valor pago pelo cidadão comum para
tratamentos de pouca resolutividade, os ganhos das empresas de seguro-saúde e o
decréscimo da autonomia do sujeito diante do gigantismo do discurso médico.
Peter Gotzsche
Um dos expoentes desta crítica é Peter Goetzche, um
dos criadores da Biblioteca Cochrane, onde ele compara as grandes empresas
farmacêuticas com organizações criminosas. Logo na introdução do seu livro “Medicamentos Mortais e Crime Organizado –
como a indústria farmacêutica corrompeu a assistência médica” ele faz uma comparação
dramática que nos obriga a questionar os rumos da medicina: “existem duas epidemias que o homem produziu
e que matam terrivelmente – o tabaco e os medicamentos sob prescrição”. Neste
livro ele descreve como as empresas de drogas escondem deliberadamente os danos
letais de seus medicamentos através de comportamento fraudulento, tanto na
pesquisa quanto no marketing e pela negação das acusações quando são confrontadas
com os fatos. Goetzche nos lembra da responsabilidade de muitos médicos na
prática pouco ética da prescrição de medicamentos desnecessários em vista de
benefícios para quem assina a receita, como férias pagas, estadias em hotéis de
luxo, jantares e e “lembrancinhas”, e nos alerta que, ao contrário do que a
propaganda massiva nos fazer pensar, o “único padrão da indústria é o
dinheiro”.
Marcia Angell
Ele não está sozinho nessa batalha. A escritora Marcia
Angell, primeira mulher a ser editora chefe da prestigiosa revista “New England
Journal of Medicine”, escreveu o livro “A
verdade sobre os Laboratórios Farmacêuticos” com acusações do mesmo calibre
do seu colega Peter Gotzsche. Neste
livro ela critica o mito de que o os custos elevados da pesquisa científica
colocam a necessidade de altos custos para os medicamentos, e lembra que a
maioria dessas pesquisas são feitas por instituições acadêmicas ou
governamentais, que recebem verbas públicas. Junto com estes autores muitos
outros apontam para os desvios terríveis que estão obstaculizando o combate à
saúde para todos. Ajustar os descaminhos da medicina é uma obrigação de todos aqueles
que se ocupam da saúde humana.
A segunda forma de explicar a razão de fazer um curso
de homeopatia é sua maneira especial de encarar o processo de adoecimento.
Muito mais do que produzir formas alternativas de tratar as doenças conhecidas,
a homeopatia se estabelece por um entendimento diferente dos processos que
levam ao desequilíbrio e à perda da homeostasia. A partir desse novo olhar
sobre o sujeito – compreendido em sua totalidade psicofísica – e suas doenças,
a homeopatia propõe um equilíbrio de dentro para fora, entendendo que qualquer
cura que se possa propor precisa passar pelo entendimento de uma unidade
complexa reagente composta de elementos físicos e psicológicos. A experiência
de mais de 200 anos com as formulações homeopáticas nos oferece uma excelente
possibilidade de curas suaves, sem os efeitos deletérios da intoxicação química
e sem os custos absurdos da medicina oficial.
“Todos
os homens cometem erros, mas um bom homem cede quando sabe que seu proceder
está errado e conserta o mal. O único crime é o orgulho.” – Sófocles, Antígona
Sófocles
É evidente que a medicina contemporânea fez muitos
avanços no que diz respeito às situações de emergência, em especial nos traumas
agudos, nas UTIs, nos transplantes e nos antibióticos, mas poucos avanços
ocorrem na cura efetiva de doenças crônicas. É claro que a homeopatia tem
limites muito claros, já que se vale da energia vital do próprio doente para
produzir uma resposta em direção à saúde. Por isso, reconhecer os LIMITES da
homeopatia é fundamental para estabelecer a confiança no próprio tratamento que
se propõe. No caso da gestação, trabalho de parto, parto e puerpério existem
plenas indicações para as condições específicas, mas é sempre essencial reconhecer
suas limitações de indicação.
A homeopatia, portanto, tem um lugar especial para os
transtornos do ciclo gravido-puerperal, em especial pela ausência de qualquer
efeito colateral negativo e a visão integrativa que propõe sobre os desafios
físicos e emocionais das gestantes e seus filhos.