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Ataque americano

Muitos ainda insistem na defesa dos Estados Unidos como se este país fosse um “bastião em defesa da democracia”, mas bem o sabemos que esta postura é fruto de mais de um século de massiva propaganda que, ao mesmo tempo que exalta a democracia burguesa, tenta desumanizar e vilificar seus oponentes. Os árabes – como pode ser visto em “Reel Bad Arabs” – são, de longe, as principais vítimas dessas campanhas de descrédito, em função da importância geopolítica de Israel. Ora, nada poderia estar mais longe da verdade do que colocar os Estados Unidos como defensor dos valores democráticos, mas aqueles que ainda defendem o imperialismo o fazem como que dominados por uma religião irracional, carregando suas palavras de chavões desbotados pelo tempo, relíquias cafonas e empoeiradas da guerra fria. Usam até a retórica do Milei – um Bolsonaro ainda mais aloprado – que não passa de um maluco fracassado que empurrou a Argentina para o fundo do poço, piorando o que Macri já havia feito. Outro detalhe chamativo é a tentativa de atacar o Irã defendendo o “direito das mulheres”, como se houvesse qualquer interesse na defesa de mulheres muçulmanas, mortas de forma genocidária em Gaza há vários meses. Não, nunca foi esse o interesse, mas ele é usado como “peça de propaganda” para aglutinar identitários na causa imperialista.

O paradoxo que vemos agora é testemunhar a direita mais retrógrada cair “como um patinho” na retórica “woke”, o que demonstra que na falta de argumentos a direita aceita apoiar até mesmo o discurso dos identitários. A meu ver, apesar de críticas necessárias às questões de gênero em países do Oriente Médio, quando examinamos a realidade da situação das mulheres do Irã, é evidente que elas têm muito mais liberdade do que as ocidentais, basta ver o acesso delas às faculdades como engenharia e física, que no ocidente são majoritariamente masculinas. Ao lado disso, vemos o quanto as mulheres no ocidente são expostas e objetualizadas ao extremo, mas matar crianças e mulheres usando a desculpa de que, terminada a matança, as mulheres poderão mostrar os cabelos, é o extremo da perversidade, o cúmulo do pensamento assassino que a direita tanto dissemina. Criticar as vestimentas de uma cultura – e mesmo a prática perniciosa de alguns radicais – como forma de analisar a liberdade faz parte da retórica oportunista de quem se nega a olhar para qualquer assunto com a devida profundidade.

Escrevo este texto imediatamente depois do ataque americano às instalações nucleares do Irã, e antes da óbvia retaliação que virá. É importante deixar claro que os próprios especialistas americanos (vide abaixo), passada a fumaça e a poeira das bombas jogadas no deserto, deixaram claro que nada de grave aconteceu, nenhuma estrutura foi destruída e nenhum artefato nuclear danificado (havia sido removido há muito tempo). Enquanto isso, 1/3 de Tel Aviv está severamente danificada, e a tendência é se tornar muito pior. Somente os cegos e fanáticos não conseguem enxergar que o fundamentalismo sionista, racista, supremacista está desaparecendo, derretendo, sendo transformado em pó. O regime extremista e terroristas dos sionistas dará espaço a uma democracia próspera e vibrante depois de um belo espetáculo de destruição do regime racista em Israel. Agora estamos escutando os primeiros vagidos de uma nação palestina plural, democrática, sem muros, sem mortes, sem apartheid, sem racismo, sem supremacismo, sem “povo escolhido” e sem a tirania dos capitalistas e abusadores sexuais de Israel. Em breve veremos palestinos – judeus, cristãos e muçulmanos – livres das amarras totalitárias do sionismo.

Enquanto isso, Trump está correndo risco de vida, e querem nos fazer crer que ele será morto pelos iranianos. Netanyahu, em verdade, disse que isso iria acontecer; ele avisou explicitamente sobre a morte de Trump, e disse que o Irã desejava matá-lo. A verdade é que quem vai tentar isso será o Mossad, pois assim fazendo ganhará duplamente: eliminando um presidente rebelde e conseguindo uma ótima desculpa para a guerra total.

Neste ataque parece mesmo que Trump só bateu o ponto para justificar aos seus patrões sionistas de que algo foi feito contra o Irã. Na verdade, essas ações teatrais deixam cada vez mais claro que Trump está com medo de morrer.

“Um ato teatral. A grande boca de Trump o colocou em uma encruzilhada. O Irã não jogaria seu jogo. Então ele foi obrigado a bombardear o Irã para salvar a própria imagem. Para isso, bombardeou duas instalações vazias que já tinham sido atacadas por Israel e lançou seis bombas contra uma instalação indestrutível (Firdos), alegando destruição, apesar do contrário ser verdade. É isso; um ataque “controlado”, um fiasco. E este é o homem cujos apoiadores chamam de o maior líder do mundo. Ele é uma vergonha nacional”. (Scott Ritter)

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Uma ilha de democracia

Nas últimas semanas comecei a ver de novos nas redes sociais um movimento que me chamou a atenção. Voltaram a aparecer as críticas à República Islâmica do Irã e a comparação com a fulgurante democracia israelense. Diante da guerra aberta, com o céu das grandes cidades de Israel iluminadas pelos mísseis balísticos iranianos e com o zumbido mortífero dos drones que sobrevoam a suntuosidade de Tel Aviv e Haifa, o ocidente voltou a ser inundado com propaganda imperialista, que coloca o Irã como um país “do mal” enquanto o enclave branco ocidental chamado Israel passa a ser descrito como um oásis de civilização no meio de um deserto de valores morais.

Primeiramente, é importante levar em conta que Israel não é uma democracia – longe disso. O projeto sionista deixou claro, desde os primórdios de sua implantação, que não seria possível manter Israel sem uma maioria consistente de judeus, e que esse a quantidade de árabes na sociedade israelense jamais poderia ultrapassar 30%. Entretanto, Armon Soffer, proeminente demógrafo israelense, os judeus já são minoria quando se analisa a Palestina: Israel e os Territórios ocupados. Desta forma, incorporar as populações palestinas em um único país destruiria a hegemonia étnica artificial estabelecida após o Nakba em 1948. Ou seja: Israel é uma etnocracia institucional; está em sua constituição de que aquela é a “pátria dos judeus”. Fica evidente para quem estuda as questões da Palestina as razões pelas quais Israel não trata como cidadãos – com plenos direitos, inclusive o voto – os 7 milhões de palestinos dos territórios ocupados. Essa democracia destruiria a “maioria judaica”, artificialmente produzida pela expulsão de 750.000 palestinos em 1948 e pela limpeza étnica efetuada nos últimos 77 anos.

Já essa história de Israel como “defensor da democracia”, uma “barreira de valores ocidentais a impedir a invasão da barbárie muçulmana”, é uma mentira; uma farsa imperialista. O que existe como valor primordial se resume nos interesses econômicos e geopolíticos da região. Entretanto, vi surgir de novo a mesma retórica identitária, que agora parte de segmentos da própria direita mais oportunista: “Estariam membros da comunidade LGBT mais bem hospedados e mais seguros na Palestina ou no Irã?” Esta é um dos argumentos mais usados para atacar o Irã ou qualquer país de maioria islâmica, da Palestina à Indonésia. Primeiramente, isso mostra uma ignorância inaceitável sobre as disparidades existentes dentro do mundo muçulmano. Essa afirmação tem o mesmo nível de absurdo de questionar a “vestimenta típica da Europa”, ou a “comida do Brasil”, ou mesmo os “costumes morais dos cristãos”, como se o ocidente fosse um bloco hegemônico no qual a comida, a religião e os costumes fossem encontrados de forma idêntica em todas as latitudes. Ora, para uma população de mais de 1 bilhão de crentes, o Islã terá tantas diferenças quanto podem ser encontradas entre um umbandista e um mórmon no âmbito das suas práticas cristãs, sua comida, seus valores, seus costumes e até sua vestimenta.

O Irã fez uma revolução popular para defender seus valores e suas riquezas. Alguém acredita mesmo que americanizar um país, trazendo prostituição, drogas, casinos, metanfetamina, corrupção desenfreada, submissão, etc. significa melhorar a democracia e os direitos individuais dos seus cidadãos? Até a revolução islâmica, o Irã era capacho dos Estados Unidos, e seu líder – o Xá Reza Pahlevi – foi colocado no poder por um golpe de estado patrocinado pelos americanos. Este servia como mero despachante dos interesses ocidentais para o petróleo persa, um agente bem pago da CIA. Assim, antes de debater as questões de grupos específicos, como mulheres e gays, é fundamental entender a importância de defender os valores de um país e perceber o quanto o sul global serve de quintal para os americanos, que vendem sua música ruim, sua comida de baixa qualidade e seus valores capitalistas para nós de forma livre e acrítica. “Sim, mas vejam a liberdade de gays e trans em Israel. Há notícia de alguma parada gay na Palestina ou no Irã?”

Pois eu pergunto: desde quando a existência de paradas gays significa respeito aos homossexuais? Inclusive, muitos gays criticam esse tipo de exposição, basta olhar o que dizem muitas das lideranças dos movimentos LGBT sobre o estereótipo de gay usado nessas paradas. Parada gay em Israel é propaganda imperialista, o famoso “pinkwashing“, e serve para fingir uma pretensa liberalidade ocidental. Só tolos embarcam nessa canoa. Por trás disso está o controle do petróleo, o domínio geopolítico, as ogivas nucleares de Israel e a penetração cultural. E como são tratadas as mulheres em Israel? Bem, depende da cor. Em Israel respira-se arbítrio e racismo. Cerca de 130.000 etíopes, a maioria de judeus, moram em Israel. Conforme o Haaretz, médicos que injetaram anticonceptivos injetáveis em negras etíopes que migraram para Israel alegaram que “pessoas que dão à luz com frequência sofrem”. Mesmo que fosse possível que os médicos tivessem boas intenções (o que é altamente improvável) ao injetarem contraceptivos à força, não há justificativa alguma para privar as mulheres da soberania sobre suas próprias escolhas reprodutivas. Ou seja: o respeito às mulheres vai depender da sua cor, da sua origem e vai sempre estar atrelado aos interesses do etnoestado sionista. O mesmo tipo de tratamento ocorre desde 1948 com a discriminação dos judeus “mizrahim”, vindos do mundo árabe.

É evidente que o Irã não é um exemplo de democracia vibrante. É mais do que claro que uma revolução nacionalista como a que aconteceu em 1979 no Irã deixaria muitas feridas no tecido social e muitas questões sobre os valores e direitos individuais sem resposta, em especial no que diz respeito às mulheres, gays, etc. Entretanto, esse é o preço da liberdade e da autonomia. O Irã não passava de um entreposto comercial dos interesses do ocidente até meados do século passado, da mesma forma como a China sempre o foi durante todo o século XIX até a revolução de Mao em 1949. Depois de um processo revolucionário, com a nacionalização das empresas petrolíferas e um mergulho nos valores da Pérsia, haveria muitas arestas a serem aparadas. Entretanto, essas dificuldades – em especial no que tange as minorias e os costumes – são usados até hoje como instrumento de contra-revolução, querendo nos fazer crer que a vida antes da revolução era muito melhor para as mulheres, os gays, etc. Pergunte aos gays, às mulheres e às crianças palestinas como é viver sob o jugo sionista e esta será a melhor resposta.

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Espanhola

Às vezes eu me perco pensando nas apostas altas que alguns personagens da política fazem. Muitas vezes em suas mentes passa um letreiro onde se lê: “é tudo ou nada”. Por esta razão estou convencido de que, tivesse Bolsonaro vencido as eleições – que perdeu por meia duzia de votos – e hoje Carla Zambelli seria uma das estrelas do seu governo. As manchetes do Estadão falariam da “mulher destemida” que enfrentou bandidos esquerdistas com arma na mão. Haveria elogios ao seu comportamento, provável que tivesse conquistado um ministério no Bolsonaro II e talvez já houvesse um documentário da Globo sobre sua vida, trazendo como fato central seu ato de coragem perseguindo um criminoso pelas ruas de São Paulo.

Como o Mito foi derrotado, o projeto bolsonarista veio abaixo, muitos crimes foram desnudados e ela ruiu com seu ídolo. A narrativa mudou, o próprio Bolsonaro a abandonou, culpando-a por sua derrota e a justiça a perseguiu impiedosamente por associação com o golpe frustrado. Depois de alguns anos, seus casos estão sendo julgados e tudo indica que pegará uma pena pesada que, por certo, não será cumprida, mas talvez sepulte sua carreira política.

Para mim fica claro que os fatos – a perseguição ridícula de arma em punho, a ligação com o Hacker para violação de documentos e a participação na elaboração do golpe – são irrelevantes no seu julgamento. O que comanda seu inferno astral de agora são os interesses dominantes, os mesmos que cuspiram Bolsonaro como uma casca de uva, e que agora a enxergam como uma desvairada inconsequente. Tenho convicção que aquilo que consideramos vergonha e crime agora seria visto como virtude e coragem caso Bolsonaro tivesse vencido e fossem outras as forças políticas e midiáticas a controlar a narrativa nacional.

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Ditadores

A imprensa burguesa nacional insiste em chamar em seus telejornais o presidente Putin de ditador. Eu pergunto: baseada em quê? Putin foi eleito com mais de 80% de aprovação. Democraticamente, nas urnas, seguindo as regras da decadente democracia liberal representativa. Hoje deve ter mais de 90% de apoio popular, conquistado pela sua excelente condução da economia bloqueada da Rússia e suas vitórias na guerra com o vizinho. É sempre bom lembrar que ele invadiu a Ucrânia depois de 8 anos de agressões incessantes contra a população russa étnica do Dombas, impiedosamente atacada e massacrada. A invasão ocorreu logo após trabalhadores serem queimados vivos na Ucrânia por sua conexão com a Rússia. Os ataques da Ucrânia já haviam causado mais de 14 mil mortes. Há consenso nas esquerdas de que Putin foi paciente até demais com as ameaças nazistas de Kiev.

Hitler invadiu a Polônia e a França sem ser agredido. Suas intenções eram outras. Putin invadiu Donetsk e Lugansk para salvar os russos de serem chacinados pelas milícias nazistas da Ucrânia. A diferença é gritante. O projeto russo é – de novo!!! – a desnazificação do seu vizinho, que planejava ser um entreposto da OTAN apontando canhões para Moscou – aqui, sim, na cara dura. Por favor, mostre onde estão as evidências de que na China Popular, na Venezuela e na Rússia não existe a distinção entre os poderes. Eu posso, entretanto, provar que No Brasil o STF trabalha em sintonia com os interesses da burguesia e mesmo aqueles interesses mais obscuros do imperialismo. As provas estão em toda a parte, em especial no apoio do STF para todos os golpes contra a democracia brasileira. Seremos, por isso, uma ditadura? Na Rússia matam opositores? Quem? Na Venezuela? Qual? Na Rússia? Qual a evidência disso? Já no Brasil um candidato à presidência foi morto num acidente de avião, isso sem falar de Getúlio, de Jango e de Juscelino, assassinados (Getúlio foi levado a se matar) por serem ameaças ao poder das ditaduras. Podemos ser considerados, por estas mortes, uma ditadura?

Um exemplo de separação dos sistemas judiciário e executivo é o da China. “O sistema judicial da China compreende não apenas os Tribunais Populares, mas também a Procuradoria Popular (Ministério Público) e a Segurança Pública. O Governo Central respeita a tradição dos sistemas judiciários das regiões autônomas especiais, Hong Kong e Macau, colonizadas pelos ingleses e portugueses. Os Tribunais Populares são criados pelo Congresso e a ele prestam contas. O sistema chinês possui um Tribunal Popular Supremo, Tribunais Populares locais e especiais. O Tribunal Popular Supremo, órgão máximo na hierarquia judiciária, tem três seções: civil, econômica e penal. Seu presidente é nomeado pela Assembleia Nacional para um mandato de cinco anos, que pode ser renovado duas vezes. O Tribunal Popular Supremo pode reexaminar sentenças das instâncias inferiores quando houver um recurso admitido. Como ele é o intérprete máximo da legislação, acaba sendo um guia de orientação aos demais tribunais, sua jurisprudência acaba sendo, na prática, vinculante. Os Tribunais Populares podem dividir-se em tribunais locais, intermediários ou superiores. Os primeiros, Tribunais Populares Básicos, localizam-se em distritos e municípios. Tribunais Populares Intermediários, uma instância acima, situam-se nas capitais das províncias ou regiões autônomas. Já os Tribunais Populares Superiores, que estão abaixo do Supremo, são 31 e estão em províncias ou municípios dependentes diretamente do governo central.” Como pode ser dito que a China é uma ditadura, afirmando que o “judiciário está na mão do presidente”? O sistema russo é ainda mais ocidentalizado, assim como o de Cuba, mas isso não impede a nossa imprensa burguesa de chamar de ditaduras tudo aquilo que não é espelho.

Por que todos os políticos democraticamente eleitos e que se posicionam contrários ao imperialismo são chamados de ditadores? Maduro foi eleito democraticamente, Putin da mesma forma. O presidente de Cuba e da China através dos sistemas sociocráticos de suas democracias, mas todos são chamados de “ditadores” apenas porque se opõem aos interesses do poder Imperial. Não é interessante? Fosse isso adequado, não poderíamos esquecer do Ditador Bush, cuja reeleição foi uma fraude, mas por que a Globo e o Estadão jamais usaram esse epíteto para designar o presidente americano?

Seria Lula subserviente à China e à Rússia apenas por perceber a necessidade de estreitar laços com estas potências? Putin e Xi são os líderes da “nova ordem”, que já controla o maior PIB do planeta e quase 80% da população mundial. Por que haveria Lula de se omitir dessa aliança que só tem a nos ajudar? Quem perdoaria Lula caso perdesse essa oportunidade histórica de se unir aos líderes do mundo multipolar? Putin e Xi são mesmo admiráveis em suas posições contra-hegemônicas e de enfrentamento ao imperialismo. Na verdade, estamos testemunhando os últimos anos da presença de 3 grandes lideres mundiais no nosso convívio: Putin, que tirou a Rússia do buraco causado pela derrocada criminosa do socialismo por Yeltsin e Gorbachev, de Xi Jinping, que alçou a China a primeira nação desenvolvida do mundo e Lula, líder popular que se contrapõe (ainda que de forma limitada e atabalhoada) ao poderio massacrante do imperialismo fascista e assassino.

Repito, a pergunta mais justa seria: por que deveria Lula desprezar essa chance histórica de oferecer protagonismo ao Brasil e de estar ao lado da corrente mais importante da política e da economia do século XXI?

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Batom

A esquerda, embriagada pelas ações ilusoriamente favoráveis à democracia por parte do STF, agora aplaude quando seus ministros aplicam uma pena violenta e draconiana a uma mulher que escreveu “perdeu mané” em um monumento em Brasília. Ao fazer isso, exaltam um dos pilares da ideologia da extrema direita: o punitivismo, que sustenta a jurisdição americana e sua defesa da pena capital, e até mesmo os seus ídolos mais recentes, como Nayib Bukele. Com isso, aumentam exponencialmente a população carcerária, usando como substrato ideológico uma perspectiva moral, sem levar em consideração os fatores que que estão na gênese da criminalidade: a sociedade de classes e o capitalismo concentrador de renda.

A única ação desta bolsonarista foi o batom na estátua. Ninguém pode ser condenado por organizar um acampamento, escrever suas ideias no Facebook ou querer o fim de um governo. Quem pode fazer a conexão entre um batom na estatua e a derrubada de um governo? Não existe justificativa jurídica para essa sentença absurda. Olhem os autos!!! Na sentença não se lê nada sobre acampamentos ou suas ideias. Ela foi mesmo condenada pelo “crime hediondo” de passar batom numa estátua. Essa sentença é criminosa e a esquerda cirandeira, que hoje bate palma para os golpistas do STF, em breve vai lamentar. Haverá choro e ranger de dentes.

Que isso tenha sido escrito pelo Zeca Dirceu, cujo pai foi condenado (e posteriormente perdoado) pelo mesmo STF lacaio dos interesses imperialistas – usando para isso a famosa frase “não tenho provas, mas a jurisprudência internacional me permite” – é absolutamente surreal. Esse tipo de apoio a uma instituição burguesa venal, que foi responsável pelo golpe em Dilma e pela prisão ilegal de Lula é inaceitável.

Pior, colocar na prisão uma mãe cujo único crime factual foi riscar de batom uma estátua (o resto não passa de conjecturas), recebe o apoio da esquerda, que será a próxima vítima do poder absoluto da suprema corte. Enquanto essa esquerda identitária não entender que o bolsonarismo é apenas a ponta incomoda e boquirrota do poder burguês continuaremos a apostar nesse punitivismo cafona e cruel.

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Bolhas

É muito fácil (e até rápido) para um indivíduo com fragilidade emocional tornar-se vítima do seu próprio fanatismo. Dentro da bolha paranoica que criam para si, tudo faz sentido, tudo se encaixa em seu modelo pré-estabelecido. Para estes, existem os “maus e os bons”, e os malévolos são sempre os outros, jamais aqueles que circulam dentro de suas trincheiras; para estes, até as ações mais cruéis – como um genocídio – têm explicações e justificativas. Criam um mundo baseado na hierarquia moral, em fatores intrínsecos da alma humana, e oferecem pouco valor ao mundo real, as lutas cotidianas, as diferenças de oportunidade e os condicionantes sociais. Tal perspectiva acaba produzindo sujeitos apartados da realidade dos fatos, onde a marcha do mundo não ocorre por forças econômicas, geopolíticas ou pela busca de recursos, mas por questões anímicas como a bondade e a fraternidade ou seu contraponto, a maldade e o egoísmo – ou, como dizem, a “falta de Deus”. Por isso a união tão forte dessa direita com as religiões.

Neste processo, o uso da linguagem é por demais essencial para a condução das narrativas. O objetivo não é a demonstração racional da diferença entre modelos econômicos e de governança, mas tratar aqueles que enxergam o mundo de forma diferente como degenerados. Por isso os palestinos são “terroristas”, enquanto a morte de 20 mil crianças que se escondem nas tendas em Gaza não transforma os israelenses em monstros. Por isso a ideia disseminada de que Israel se “defende” quando a realidade joga em nossas faces que são os palestinos os que procuram desesperadamente se proteger de uma ocupação violenta, humilhante e assassina. É desta maneira que a imprensa chama os israelenses nas mãos do Hamas de “reféns”, mas não trata assim os quase 10 mil palestinos feitos reféns nas masmorras imundas de Israel, onde se praticam todas as violações dos direitos humanos imagináveis, que deixariam corados até mesmo os ideólogos nazi e os seguidores de Adolf.

Para sujeitos que defendem o indefensável – como afirmar a culpa dos palestinos pela morte de suas próprias crianças – nenhum argumento racional jamais será suficiente. Dentro de seu sistema de crenças, qualquer apelo à racionalidade é visto como ataque à sua visão de mundo. Portanto, oferecer fatos a quem está envolto em sentimentos e emoções pode soar como uma heresia, um absurdo, um crime hediondo. Com fascistas, portanto, a conversa precisa ser diferente.

Spoiler: não é com amor.

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Uma mentira bem contada

A prisão do jovem estudante Mahmoud Khalil, da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, é um exemplo clássico dos limites do liberalismo. Neste sistema, teoricamente, as pessoas são livres para escolher candidatos entre os partidos existentes, votando em representantes de acordo com seus valores e sua consciência. Além disso, exalta-se a ideia de que a liberdade de manifestação, expressão e organização política é um dos pilares que sustenta a democracia. Nos Estados Unidos você chama um policial de “filho da p*ta” olhando direto nos olhos dele, e se ele reclamar ainda poderá dizer: First ammendment, my dear. Free speech!!” (Primeira emenda, meu caro. Liberdade de expressão!!). Experimente fazer isso no Brasil sendo pobre. A plena liberdade, enquanto valor supremo, sempre foi um orgulho do povo americano, exaltado na literatura e no cinema. Em quantos filmes já ouvimos esta frase e suas variações quando alguém defende o direito de falar sua verdade: “Estamos em um país livre, amigo, não na Alemanha nazista”?

Entretanto, essa liberdade funciona muito bem quando não atinge a estrutura de sustentação, os pilares centrais da sociedade americana: o capitalismo, o imperialismo e a ditadura da burguesia. Para muitos, estes valores e esta perspectiva representam os “reais valores americanos”, que levam ao “modo americano de vida” (American way of life) e, portanto, não podem ser ameaçados. Desta forma, a liberdade de expressão é válida até para permitir marchas nazistas porque estas não ameaçam valores máximos (core values) da sociedade americana, mas se torna problemática quando uma crescente revolta popular com o patrocínio do governo americano ao genocídio em Gaza ameaça os poderes do Império.

Meu pai sempre me dizia que é fácil ser honesto quando não se tem competência suficiente para ser testado pela corrupção. Também é fácil ser simpático quando todos concordam com você. Assim como o teste da honestidade é dizer “não” ao roubo quando ele está ao seu alcance, o teste da liberdade de expressão é aceitar quando alguém fala aquilo que você discorda, não gosta ou diz algo que lhe ofende. A prisão de um jovem que protesta contra a matança de crianças na Palestina é o teste da importância que a primeira emenda realmente tem, e a mais rica nação do mundo parece ter falhado nessa prova.

As democracias ocidentais são governos de força, mesmo quando se vestem com as roupas da democracia. O poder econômico brutal, assim como o controle da mídia, produzem a manufatura de consensos, obrigando grandes massas a pensar de maneira uniforme sobre a organização política do país e suas atitudes com respeito à soberania de outras nações. A frase originalmente cunhada por Walter Lippmann em 1922, e o livro escrito por Edward Herman e Noam Chomsky, “Manufacturing Consent“, já nos alertavam da forma como a mídia se comporta como enorme máquina de propaganda dos interesses da burguesia.

Entretanto, a Internet veio mudar esse jogo e o acesso à informação se pulverizou. Apesar de estar “nichado”, dentro de bolhas de informação, ainda assim é um avanço na democratização da imprensa. Esse fenômeno levou à multiplicação de vozes dentro dos Estados Unidos contra o apoio irrestrito do seu governo aos massacres em Gaza. Gigantescas manifestações foram organizadas em grandes cidades, levando milhares de pessoas às ruas em nome do fim do holocausto palestino. Por esta razão o “deep state” entrou em alerta, e pessoas já estão sendo presas por crime de pensamento, por se organizarem, por protestarem e por se posicionarem contra o lobby sionista, que suga recursos do governo e estimula a morte de, até agora, mais de 50 mil pessoas na Palestina, 70% delas mulheres e crianças.

A prisão de Mahmoud Khalil (um estudante palestino que vive legalmente no território americano), e os esforços do governo americano de expulsá-lo do país por se rebelar contra um massacre, são a evidência que a liberdade de expressão irrestrita nos Estados Unidos sempre foi uma farsa. Quando confrontada com seu limite – o imperialismo, os poderes da burguesia e o complexo militar – mostrou-se frágil, fraca e incapaz de manter a firmeza da primeira emenda. Ruiu como um ídolo com pés de barro, que não suportou o peso do teste ao qual foi submetida. O governo de Trump nos faz o grande favor de desnudar a falsa democracia que sempre foi vendida pela burguesia que o controla. Precisamos agradecer o que ele está fazendo ao mundo, ao expor de forma inequívoca que a democracia liberal é uma mentira bem contada, que seduziu milhões durante décadas, mas que agora afunda de forma inexorável, aos olhos do mundo.

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Gozo punitivo

Não consigo entender o que a esquerda pequeno burguesa tanto teme com a liberdade de expressão. Questionar o punitivismo aplicado a elementos da extrema-direita não é uma contradição, desde que esta postura esteja alicerçada em princípios bem claros. Por que deixaríamos de defender a Carla Zambelli ou Monark – e, porque não, o próprio Bolsonaro – se eles estiverem corretos em suas propostas? Aliás, é muito comum concordar com alguns pontos de vista da direita quando eles se contrapõem às posturas inadequadas da esquerda liberal – em especial quando criticam os identitários. Por que deveríamos privilegiar a mentira e o engano apenas para nos colocar em antagonismo com nossos adversários?

Eu, por exemplo, sou comunista. Defendo a superação do capitalismo e o surgimento de um modelo que estruture a sociedade numa perspectiva igualitária e fraterna. Entretanto, apesar da minha distância intergalática dos fascistas, defendi o veto do Bolsonaro a um projeto de lei surgido em seu governo que determinava que médicos e enfermeiras deveriam comunicar compulsoriamente, à polícia, casos de violência doméstica. Mesmo sendo do agrado de personalidades ligadas ao identitarismo, a proposta era absurda, pois violava segredo profissional e faria mulheres evitarem serviços de saúde com medo de colocarem a própria vida em risco. A proposta era populista e demagógica, tornando os médicos policiais e espiões da polícia dentro dos centros de saúde. Com isso, as mulheres se sentiriam inseguras de contar algum tipo de violência em suas casas com medo que isso acarretasse a intervenção da polícia, colocando em risco sua casa, sua família e seus filhos. O veto do ex-presidente Bolsonaro – mesmo por razões diferentes das minhas, até porque ele é um sujeito que aceita punições medievais – foi apoiado por boa parte da esquerda (e até de feministas), e não há incoerência alguma nessa posição. 

Por acaso passei a ser bolsonarista por concordar com o veto do ex-presidente? Ora, às vezes concordamos com nossos adversários por razões distintas e até opostas; o importante é manter a coerência e a linha doutrinária que adotamos. No caso da esquerda raiz e revolucionária, não podemos ceder à tentação do punitivismo, da judicialização ou de qualquer reforço dos poderes e valores burgueses. Sair processando, prendendo e cassando adversários, apoiando o ativismo judicial, não é a postura dos socialistas, pois entendemos que as punições de hoje impostas aos nossos inimigos, fatalmente amanhã recairão sobre nós. 

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Revoluções

É forçoso lembrar que tudo, literalmente tudo que sabemos da Revolução Cubana é entregue a nós apenas após ter sido filtrado pelos sistemas de controle americanos. A credibilidade de relatos sobre a “ditadura cubana”, ou sobre os mortos da Revolução é zero. Quem as faz são os mesmos que pintavam a Revolução Russa como tendo “milhões” de mortos e onde as pessoas “comiam criancinhas”. Portanto, as descrições de violações de direitos humanos contra Cuba são suspeitas, em especial quando vem de países, como os Estados Unidos, que violam cotidianamente os direitos humanos dos países que invade.

Por outro lado, não há dúvida que existem exageros e verdadeiras violações de direitos humanos em países que realizam revoluções proletárias. Como bem disse Che Guevara, “matamos pouco; a população enfurecida queria muito mais”. Ou seja, o governo revolucionário teve que segurar a onda de justiçamentos contra os traidores, até para proteger aqueles vendidos ao imperialismo. O mesmo ocorreu na Rússia revolucionária (na guerra contra 14 países estrangeiros após a revolução), bem como no Vietnã, na Coreia Popular e na China. Não há como exigir que nos países que passaram pelo trauma de um processo dessa grandeza não haja nenhum tipo de exagero.

Aliás, essa queixa de violações sempre vem de países que cotidianamente matam milhões, seja para roubar terras e recursos, seja em guerras com este fim ou mesmo aplicando pena de morte em seus habitantes; ou quando seus cidadãos são atacados por serem da “raça errada”. Cuba vive um bloqueio indecente e imoral, que viola os direitos humanos há mais de 60 anos, mas o bloqueio quase não é citado como uma grave agressão à dignidade humana. Lá o povo é unido em sua paixão pela Revolução, e os traidores da pátria cubana não têm mesmo nenhuma simpatia. A morte de muitos desses traidores foi exigência do próprio povo.

As contradições são esperadas quando rupturas ocorrem, mas as pessoas que criticam fatos pontuais numa revolução como a cubana são os mesmos que se chocam com possíveis violações de direitos humanos no 7 de outubro sem se espantar com 76 anos de abusos, torturas, sequestros, assassinatos e opressão que ocorreram contra os palestinos antes da reação violenta que tiveram.

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Aula de democracia liberal

Em 1982 houve eleições diretas para os governos dos Estados na primeira eleição após a abertura democrática “ampla, geral e irrestrita”. Naquele tempo eu era um garoto, estudante de Medicina e recém-pai. Entusiasmado com o retorno das eleições majoritárias, fiz campanha para o candidato do MDB ao governo gaúcho, o caxiense Pedro Simon, que disputava contra o candidato da direita, o dentista Jair Soares, do PDS (ex-Arena), ligado à ditadura decadente, ao agronegócio, ao latifúndio e às forças conservadoras. Pedro Simon havia sido um importante parlamentar, seguidor de Brizola, mas que abandonou a radicalidade das propostas que o líder da Legalidade abraçara. Posteriormente, foi senador da República por vários mandatos. Naquele ano distante, fiz vigília pela vitória da oposição e distribuí panfletos para ajudar na campanha de Pedro Simon. Esta foi uma eleição curiosa, pois os quatro candidatos acabaram se tornando governadores em anos futuros. Além de Pedro Simon e Jair Soares, concorreram Alceu Collares pelo PDT e Olívio Dutra pelo recém-criado PT. Por certo que naquele momento eu não pude votar em Olívio, pois era importante fazer “voto útil”, até porque a votação era em turno único.

Não deu. Ganhou o candidato conservador, o que me deixou, na época, espantado. Depois de quase 20 anos sem eleições livres, eu achava que nosso estado daria uma resposta firme e decisiva ao arbítrio e à ditadura corrupta que tivemos. Não mesmo; os gaúchos votaram no conservadorismo, nas forças reacionárias do Estado e por isso não me espanto com a opção bolsonarista desse estado nos últimos anos. Temos uma burguesia atrasada, agrária, latifundiária e profundamente conservadora, em especial no interior. O povo gaúcho resolveu apostar no candidato que falava o idioma do conservadorismo e das tradições, da família e da propriedade.

Nas eleições seguintes, quatro anos após esta decepção, finalmente Pedro Simon acabou chegando ao Palácio Piratini, sendo eleito governador do0 Rio Grande do Sul, e esta foi uma das maiores lições que tive na política. Trazia consigo a esperança de renovação, do fortalecimento dos trabalhadores, em especial para a classe do magistério, historicamente sufocada pelos governos estaduais. Quando no poder, Pedro Simon passou por uma grande greve dos professores, e sua atuação em nada foi diferente daquela de seus antecessores, mesmo os governos militares. Polícia na rua, cavalaria dispersando professores, cassetete em estudantes e atitudes de força e violência contra a população. Também teve um governo medíocre em todos os sentidos. Ou seja, aquele a quem eu dediquei meu esforço pela eleição alguns anos antes teve a mesma mentalidade e práxis política do seu “adversário”. A lição que ficou foi a de que as diferenças eram falsas, meras aparências, miragens criadas para nos confundir. Jair e Pedro eram frutos da mesma árvore, que apenas vicejaram em galhos distintos, dando a falsa impressão de que eram produtos diferentes. O mesmo acontece hoje, em várias partes do mundo, inclusive aqui no Brasil. Onde vemos disputas ferozes existem, em verdade, brigas de ego que apenas escondem uma visão de sociedade praticamente idêntica. Nos Estados Unidos não existem partidos distintos, e as diferenças são devidas muito mais à maquiagem do que à essência. O imperialismo tem um partido único, que independe das eleições. No Brasil, todos os presidentes são gerentes da massa falida do capitalismo periférico. Mesmo Lula não pode ser muito diferente dos seus adversários, pois que todos são controlados pelas forças conservadoras que mandam na imprensa burguesa, no congresso e no judiciário. Para romper esse ciclo vicioso só mediante uma revolução que garanta ao povo o real controle da nação.

No ocaso de sua vida, Pedro Simon foi um grande incentivador da Lava Jato e da prisão ilegal de Lula. Antes disso, foi entusiasta do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. Em uma famosa manifestação em 2015 falou que a operação capitaneada por Moro e Dalanhol era um marco para a lisura política no Brasil, que a prisão de Lula era uma grande vitória da justiça e que Lula “não seria mais nada“. Também não se furtou de chamar Lula de “ladrão”. Algum tempo depois abriu seu voto para Bolsonaro e Onyx Lorenzoni, de forma entusiasmada, para derrotar o PT e a esquerda. É incrivel pensar que Pedro Simon, na minha juventude, foi o candidato das forças de esquerda, e aqui está a grande lição: nunca foi de esquerda, e nem próximo disso; o fato de se contrapor a outro político de extrema-direita não o tornava um progressista, mas isso nos enganou a ponto de apoiá-lo. Pedro Simon me ludibriou, mas não por culpa exclusiva dele, e sim pela minha (nossa) ingenuidade em acreditar em suas palavras, suas promessas e seu discurso. Ele era um emissário da direita, conservador e com simpatias pelo extremismo reacionário que o Brasil adotou como um claro sintoma da crise do capitalismo.

Hoje Pedro Simon completa 95 anos. Que tenha ainda muito tempo de vida, o suficiente para refletir sobre sua postura política. 

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