É verdade que a decisão sobre o aborto acaba sendo tomada por um punhado de homens brancos, burgueses e ricos que conhecem as clínicas clandestinas “classe A” para levar suas mulheres, namoradas, filhas ou amantes. Esta decisão nunca está na mão da mulher negra e pobre que será submetida ao risco e à indignidade das agulhas, pílulas do mercado ilegal e dos aborteiros da favela.
Entretanto, muitas dessas mulheres votaram no pastor sedutor e no empresário falastrão, os mesmos que agora roubam sua esperança de dignidade e segurança na atenção à saúde. Só existe uma forma justa de mudar esse cenário: encarar a invasão da direita fascista evangélica como uma real ameaça às mulheres e seus direitos.
A história destes quatro poderosos da comunicação poderia nos oferecer alguns ensinamentos, para além do “bem feito” que agora dizemos entredentes. Todos se tornaram ricos e famosos concentrando em si uma quantidade volumosa de poder. Também eles trabalhavam na ribalta midiática contemporânea que coloca egos nas alturas ou transforma sujeitos em poeira num piscar de olhos. Em seus ramos específicos na indústria do entretenimento suas vozes soavam sobre a dos demais, criando ao seu redor um misto de veneração e medo.
Natural que para dois deles as vitimas fossem as mulheres que deles se aproximavam em busca de um lugar ao sol e uma chance de fugir do anonimato. Para outro, a vítima eram os rapazes, mas a lógica do poder abusivo era a mesma. A simpatia conquistada poderia abrir portas e fechar contratos. A indústria da imagem é cruel e desumana e o comércio de corpos e consciências é uma realidade amarga. Para o último, as vítimas foram os negros e pardos, enquadrados no preconceito diminutivo e característico de boa parcela da branquesia de classe média desse país.
Boa parte dessas personalidades carregadas de fama e dinheiro, mais por sorte do que por talento, passam incólumes por toda a vida, como o apresentador Jimmy Saville da BBC, que conseguiu driblar por 40 anos as evidências e testemunhos de abusos cometidos contra crianças, vindo a morrer sem ser acusado. Com o aumento da vigilância sobre os abusos sexuais isso se torna cada dia mais difícil. Os personagens acima não tiveram a mesma sorte, e terão que amargar um fim de vida sombrio e triste, sob os dedos apontados de muitos acusadores.
Se é verdade que o poder embriaga e que somente depois de tomar desse cálice nos é permitido entender a profundidade de sua abrangência, também é certo que desse deslumbramento seremos inevitavelmente vítimas. O poder enlouquece, nos afirmava Gore Vidal ao analisar a vida dos Césares. A loucura vem da falta de limites, da sensação de onipotência e da certeza da impunidade. Uma falha gritante na castração, levando à insanidade.
O episódio último, do jornalista antiPT, nos mostra que por trás de uma máscara de sobriedade e pretensa isenção havia o mais abjeto preconceito de classe. Assim como Boris Casoy e sua agressão aos faxineiros, Waak foi vítima de suas próprias palavras carregadas de racismo. Pode ter sido um “deslize”, mas não há como negar que estas “falhas” e fissuras no discurso apontam para o que verdadeiramente somos, e nos levam ao cerne dos nossos valores constitutivos.
A lição a ser aprendida é jamais confiar que o poder, por maior que seja, nos torna indestrutíveis. Sem uma base ética sólida e firme qualquer um desaba e cai estrondosamente ao solo, tão certo como ao dia sobrevém o escuro da noite. Quanto maior o tamanho, maior será a queda.
Uma das coisas mais curiosas da cultura americana é a tradição da “gorjeta”. Para as pessoas do resto do mundo, em especial do Brasil, ela é muito curiosa e interessante.
Não tenho interesse em fazer julgamentos da cultura americana, pois existem inúmeras “manias” brasileiras que poderiam sofrer este tipo de crítica. Entretanto, poucas coisas revelam melhor as características do povo americano do que isso.
Depois de um jantar, uma corrida de táxi, um serviço qualquer de conserto, uma babá ou um serviço de manobrista sempre surge a pergunta e a angústia entre as pessoas: “Quanto devo dar de gorjeta?”. Nos restaurantes e táxis a regra é 10 a 15% da despesa (na Califórnia restaurantes estabelecem 20%), mas nos outros lugares o valor pode flutuar. De qualquer maneira, não dar gorjeta é algo muito rude, e muito mal visto pelos americanos.
Curiosamente, médicos, advogados, engenheiros e alguns profissionais de nível superior ou que ganham bem pelo seu trabalho achariam absolutamente estranho o fato de receber um “algo a mais” por fazerem seu trabalho. Então pergunto: qual o sentido de dar uma gorjeta, ou “una propina”?
Os americanos, mergulhados em uma cultura que introduz essa prática desde muito cedo, sempre usam a mesma explicação: “Ora, esses trabalhadores ganham muito pouco e muitos deles vivem só das gorjetas”. É curioso como essas pessoas veem com a maior naturalidade o fato do trabalhador ser explorado pelo seu patrão e a transferência da responsabilidade de uma vida minimamente digna ser automaticamente transferida para o cliente de um restaurante ou de uma viagem de Uber.
Outro argumento é que é um “adendo” para um “bom serviço”, como se servir bem alguém em um restaurante, ser cuidadoso ao dirigir ou cuidar bem dos seus filhos não fosse exatamente a essência do trabalho realizado e não um “plus” oferecido pelos profissionais que o realizaram.Nesse aspecto a gorjeta se assemelha ao “bicho” por vitória que existe no futebol, como se o esforço para vencer não fosse a única obrigação que se exige de um jogador.
Minha pergunta é: por que aceitam com tanta naturalidade a transferência de responsabilidade de pagamento dos capitalistas para os clientes? Por que os americanos dizem “Se você se nega a dar uma gorjeta é um sujeito cruel, pois já trabalhei de garçonete e sei como elas recebem mal”.
Caraca!!! Como não conseguem perceber que o mau pagamento NÃO é um problema do cliente, mas do PATRÃO!!!
Creio que a essência psicológica da gorjeta está na sensação de que, se você pagar mais (usar a força do seu capital) poderá ter um tratamento diferenciado, isto é, melhor do que o que é oferecido aos outros. O salário do funcionário, por ser igual para todos naquela função, não permite que você exija um serviço “especial”, “personalizado”, exatamente aquilo que você acha que merece. A gorjeta lhe dá a sensação de ser especial, de ter um tratamento acima do comum.
PS: estou escrevendo aqui porque quando quis mostrar isso para amigos americanos alguns se ofenderam com a minha opinião sobre essa prática – que eles acham a ação mais caridosa e gentil do mundo – e as respostas ásperas que recebi fizeram com que a autora do post o apagasse. Outra curiosidade: questionar ações que julgamos nobres, levantando-lhes o véu, pode parecer ofensivo para quem acha que a caridade (mesmo que aparente) é uma ação inquestionável. Se eu fosse capitalista americano abriria um bar que traria no menu: “Nossos funcionários não aceitam gorjeta porque não são explorados e seu salário é muito bom”.
PS1: uma vez na Disney vi uma bandinha passar dentro de um parque e uma menina de uns 4 anos foi até eles e deu uma nota de 5 dólares. O músico escondeu a nota atrás do corpo, procurou a mãe da menina e devolveu o dinheiro. Interessante, não?
PS2: Gorjeta vem de “gorja“, sinônimo desusado de garganta, de onde proveio também o gorjeio dos pássaros. A gorjeta era uma pequena quantia que se dava a quem tivesse realizado trabalho extenuante e cansativo, a fim de que ele comprasse uma bebida para molhar a garganta.
“Quando no século XXIII não existir mais nenhum traço de monogamia nas relações humanas você acharia justo que seus descendentes acusassem você de “forçar seu parceiro para uma vida de escravidão sexual através de uma abjeta exclusividade”?
… ou acha que as escolhas honestas obedecem os valores de seus tempos e circunstâncias?”
A transformação no campo das ideias nunca se dá pela via cognitiva, racional ou objetiva; o caminho será sempre pela estrada emocional. As evidências científicas apenas confirmam (ou não) o que desejamos acreditar por se conformarem aos nossos sentimentos, emoções, vivências e visões de mundo. Caso elas se adaptem às nossas emoções são tratadas como verdades inquestionáveis; provas irrefutáveis de uma evidência cristalina. Entretanto, caso refutem nossas CRENÇAS, serão negligenciadas, atacadas, desmentidas e – como última alternativa – poderemos transferir os ataques aos seus mensageiros.
Christopher Atwood, “The Roots of Belief”, ed. Patchwork, pág. 135
O atirador da semana no Texas, que matou 26 pessoas ontem, era professor de estudos bíblicos na sua Igreja, o que nos indica que a religião – qualquer uma – não torna ninguém melhor ou mais pacífico. A chance de um psicopata ser ou não religioso e devoto é aleatória. Não é segredo que entre os mais fervorosos adeptos de religiões cristãs estão apoiadores da pena de morte, da diminuição da maioridade penal e do deputado genocida e misógino Bolso*.
A religião não tem o poder de mudar ninguém. Se pode mudar as aparências e (por algum tempo) o comportamento ela é incapaz de transformar a essência do sujeito. Ela serve como um refúgio de ilusórias certezas em um mundo de dúvidas e inconstâncias.
Algumas perguntas aos espíritas e pessoas de religiões de matriz africanas:
Li o parágrafo de um livro que criticava o impedimento de que espíritos de pretos velhos se manifestassem em casas espíritas. Sei onde isso pode levar.
O espiritismo é uma doutrina de caráter filosófico e de consequências morais. Ao meu ver não é uma religião, mas reconheço a controvérsia. No dizer de Kardec, seu criador, ela é um acessório das religiões, e não mais uma delas. Kardec era cristão, filósofo e pedagogo. Pior: era branco e burguês, o que pode explicar a presença em sua obra – de meados do século XIX – de expressões do mais puro e cristalino racismo. Certo que fora do contexto expansionista e colonialista europeu seus escritos soam como barbaramente discriminatórios. Fica a ressalva dos contextos históricos e circunstanciais. De qualquer forma, o espiritismo e as religiões de matriz africana (Umbanda, Candomblé, Nação, Quimbanda, etc.) compartilham a ideia da comunicabilidade entre planos físico e extrafísico, a “mediunidade”. Mas as divisões de castas brasileiras fizeram com que o fenômeno “branco e europeu” ficasse com Kardec, um intelectual francês, e a manifestação popular ficasse com os negros e os referenciais relacionados com sua origem.
Ora, que profunda falta de perspectiva!! Quanto desprezo pelas forças sociais que condenam grandes massas à exploração ao arbítrio dos poderosos. O espiritismo – por sua origem intelectual, europeia e progressista – poderia ter sido a grande força renovadora das religiões no Brasil, mas se manteve atrelada ao religiosismo. No atual contexto religioso do nosso país, tão desigual e injusto, somente as religiões de matriz africana, por agregarem a massa de pobres e negros da nossa sociedade, têm a potencialidade de reverter a má imagem criada pelas religiões neste país. Só elas – e uma parcela minoritária dos católicos – tem massa crítica suficiente para produzir mudanças no cenário de desigualdade no Brasil. O resto cultiva a compaixão burguesa mais superficial e inócua. A propósito, o sincretismo religioso fez com que a Umbanda surgisse aproveitando dos símbolos e rituais do cristianismo hegemônico e misturando-os com a cultura de África, criando uma riquíssima manifestação religiosa miscigenada e valiosa da cultura nacional. O espiritismo, por seu turno, se manteve mais fiel aos seus propósitos racionalistas e apontando para as elites. Apesar da umbanda ser muito mais católica do que espírita em sua exterioridade, o mediunismo se expressa em ambas, mas com uma clara divisão de classes, cabendo à branquesia as manifestações mais “intelectuais” e à negritude o fenômeno mais popular. A religião mimetiza a divisão da Casa Grande e Senzala. Talvez seja possível imaginar que Zé Arigó, médium famoso dos anos 70, só se tornou famoso porque incorporava um médico alemão – Dr Fritz; fosse um caboclo curador e operador a lhe usar como “mula” e ninguém lhe daria importância.
Entretanto, a crítica a um pretenso impedimento de “manifestações” de pretos velhos me incomodou, em especial por uma crítica que faço ao mediunismo gratuito. Então eu pergunto, sem que nessa pergunta exista qualquer aversão ou preconceito: por que deveríamos dar voz a pretos velhos, ciganos ou outras pessoas falecidas em casas de Umbanda ou Casas Espíritas? Pelo contato e pela evidência do fenômeno? Se é pelos “ensinamentos” por que não chamar o preto velho que mora na esquina para vir falar de sua experiência na terra, suas lutas, suas dores, seus amores e angústias? O que há de especial no seus ensinamentos que se tornam valiosos só porque morreu? Dizer “ame o seu próximo”, “valorize cada minuto de sua vida” ou “cultive a caridade” passam a ter mais valor quando ditos por pessoas mortas?
Qual o real sentido do mediunismo? Receber conselhos clichês que a gente pode facilmente escutar numa mesa de bar dito por um garçom compassivo? Qual o real valor de produzir tais fenômenos? Em quê eles podem ajudar a nós ou aos desencarnados? A simples expressão retorcida de suas falas é – por si só – terapêutica para quem fala ou escuta? Que angústia seria essa que nos leva a procurar pretos velhos para oferecer direção e sentido à nossa vida? O mesmo que nos faz ler o horóscopo, procurar o padre ou consultar a cartomante? Se a crítica do texto é sobre um pretenso “racismo” na escolha dos consultores, então eu me associo. Se for uma crítica à nossa busca por conselheiros que nos digam apenas o que queremos ouvir, também. Entretanto, se for um estímulo ao mediunismo alienante, onde uma instância “mais próxima de Deus” toma decisões por nós, então estou fora.
Li com atenção e cuidado o texto do psicólogo Alexandre Coimbra do Amaral (veja aqui) sobre um congresso de Medicina de Família que ele havia participado alguns dias antes. Seu relato é de vívido encantamento com a convivência entre médicos e agentes de saúde, o respeito à amamentação, o contato com outros discursos, a abordagem corajosa e respeitosa da questão de gênero e a quebra do paradigma do “palestrante como dono de um saber”, rompendo sua verticalidade e propondo um ambiente de trocas horizontais, onde a plateia era constantemente convidada a participar do debate e questionar as ideias propostas.
O texto emocional, sensível e otimista escrito pelo Alexandre desnuda dois aspectos fundamentais: em primeiro lugar aponta para a esperança de uma medicina mais integrada com os outros saberes e menos encastelada no Olimpo das castas superiores. Em segundo lugar a dura realidade de reconhecer que este tipo de congresso é uma ínfima amostragem, um grão de areia perdido na praia dos congressos médicos. Arrisco afirmar que 99% dos médicos nunca ouviram falar de um ambiente de saudável encontro profissional como este e suspeito que a imensa maioria, ao ler este relato, sentirá desconforto com a promiscuidade descrita em suas poucas linhas.
A Medicina não é apenas um saber construído pelos milênios de contato com a dor e o sofrimento, onde a ciência é tão somente a ferramenta mais nova; ela é principalmente um sistema de poder – o biopoder – que age para moldar a sociedade de acordo com os valores vigentes. De uma certa forma ela é uma potente mantenedora e disseminadora dos valores do patriarcado. A Medicina é conservadora e “careta”, e não por acaso seus próceres são assim escolhidos. Basta olhar uma foto dos representantes da corporação – quase a totalidade de homens, brancos e de classe média alta – para adivinhar quais valores impregnam seu entendimento da arte de curar.
Congressos de Medicina de Família (já palestrei em alguns) e de humanização do nascimento (algumas centenas) são fatalmente marginais; situam-se à margem do poder e surgem como sua sombra. Onde quer que o autoritarismo e o dogmatismo médico prevaleçam lá estarão aqueles que discordam dessa visão de mundo e que ousam apresentar sua alternativa. Entretanto, o moedor de carnes da escola médica – como ritual transformativo – vai moldar os médicos para o que desejamos que se tornem: legítimos defensores dos nossos valores a quem, em troca, daremos um assento especial no Olimpo das castas. Somente uns poucos corajosos ousarão questionar as normas e códigos que regem sua prática. São eles os hereges e párias, a quem a corporação olhará com desdém e tratará como ameaças.
Para mudar os médicos é necessário mudar a sociedade e os valores nela inseridos, pois que aqueles são o reflexo desta cultura, e a ela respondem. Em um futuro distante, a Medicina ainda vai existir, pois que ela também se expressa como “fraternidade instrumentalizada”, porém os encontros daqueles que se preocupam com seus resultados e seus rumos estarão muito mais próximos da descrição do Alexandre do que os festivais de vaidade e mercantilismo que testemunhamos hoje em dia.
“O Currículo Lattes é uma espécie de embarcação meritocrática que facilita a navegação no oceano universitário das vaidades.” (autor desconhecido)
E daí que as pessoas com insuspeita frequência usam o Lattes como instrumento fálico, ao estilo “o meu é maior que o teu”. Para muitos o tamanho do seu currículo é mais importante do que a relevância, significado e abrangência de sua obra. A crítica não é à ferramenta, mas ao uso que se faz dela. É o apaixonar-se pela representação da coisa mais do que com ela mesma. É usar uma moeda acadêmica de pouquíssimo valor prático, mas de altíssimo valor no universo fechado da academia.
É como chegar numa ilha perdida do oceano Pacífico e ver que as castas locais são estabelecidas pelo tamanho do altar ao Deus supremo da ilha. Se você disser “que diferença faz um altar de 2 ou 3 metros?”, eles responderão: “Para nós é a diferença entre uma vida digna ou uma existência insignificante“.
Lembrando: a crítica não é assistência da academia e nem à plataforma Lattes, mas tão somente lembrar que o Lattes deveria ser apenas uma representação e não o FOCO do acadêmico; a imagem da “coisa”, e não a “coisa” em si.
Lembrei agora que há poucas semanas ativistas indignados(as) queriam colocar nas masmorras um sequelado cerebral que se masturbava em público. Como não existe um movimento forte de apoio aos doentes mentais ele foi massacrado sem perdão nas redes sociais. “Crime hediondo”, “pena de morte” e “prisão perpétua” foram usados para descrever o ato e punição merecida para o crime de espalhar sêmen corrosivo. Seu pênis foi comparado a uma arma apontada contra a cabeça de suas vítimas. Toleramos esses exageros em função de nossa culpa patriarcal atávica com relação às mulheres.
Defender a “moderação” nos linchamentos é visto como um ato de condescendência com o crime. Triste realidade.
Quanto a soltar o homem após o flagrante o juiz agiu certo diante da lei, pelo menos na opinião de muitos juristas. Talvez tenha faltado bom senso, todavia, o massacre foi sem dúvida absurdo e desproporcional. Faltou empatia com o outro lado da história por parte de quem exige isso todos os dias.
A solidariedade com as vitimas não teve uma contrapartida de compreensão com a situação dramática da vida do agressor e sua doença. O rapaz acabou pagando por ser homem e doente em uma sociedade que não perdoa mais nenhum destes crimes.