Arquivo do mês: janeiro 2023

Cantada

Hoje eu estive pensando na cantada perfeita e lembrei de uma ideia que eu tive há muitos anos. Como estou fora do mercado até o fim dessa encarnação, posso dividir esta arte com vocês.

O rapaz (sim, precisa ser jovem – cantadas para coroas darei em outro post) encontra aquela menina encantadora no (refeitório da faculdade, aula de fisiologia, pátio da Igreja, barzinho, danceteria, etc… tanto faz) e percebe que o momento da aproximação não pode mais ser adiado; é agora ou nunca. Já com o plano completamente elaborado em sua cabeça, aproxima-se da menina e permanece parado, olhando fixamente para ela, com um olhar que mistura surpresa e espanto. Quando, após alguns instantes de desconforto, ela questiona a razão do olhar incessante, o rapaz sacode a cabeça como que saindo de um breve transe.

– Alguma coisa? pergunta ela

– Desculpe, não pude evitar. Você não mudou quase nada.

– Por acaso já nos conhecemos?

– Sim… e não. Nós nos conhecemos muito bem, mas no futuro. Na verdade hoje completamos 50 anos de casados e durante a festa de comemoração fiz um pedido para voltar no tempo e encontrar você de novo, exatamente no dia que a conheci. Queria sentir de novo a mesma emoção que tive há mais de meio século. Agora estou aqui, vendo você, tão linda como sempre foi e agradeço pela coragem que tive, há tantos anos, para vir aqui falar com você.

– Ra ra ra … engraçadinho.

– É verdade, pode acreditar em mim. Todavia, percebi também que, apesar de nos encontrarmos novamente aqui tão jovens e com toda a vida pela frente, eu sentirei uma falta imensa dos nossos filhos e netos. Por esta razão, é preciso ir embora. Vou apenas lhe dar um abraço e voltar para o meu tempo. Adeus.

Abraça a menina, não diz mais nenhuma palavra, e sai caminhando.

Quem resistiria?

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Vovô

Um debate curioso: mulheres de mais de 60 anos que se ofendem quando chamadas de (ou descritas como) “vovós”. Posso entender que isso pode ser ofensivo quando a mulher não tem filhos (portanto, em geral, sem netos), mas para mim é estranho que alguém se ofenda por ser chamado pelo nome que descreve o mais vitorioso de todos os sujeitos no critério “reprodução”, e na categoria “manutenção dos genes no pool planetário”.

Portanto, talvez antes de questionar a inadequação de chamar as pessoas mais velhas dessa forma seria interessante analisar porque nos dias de hoje isso é considerado ofensivo. Eu pergunto: por quê? Qual o demérito em ser vovô? Antes disso eu igualmente nunca tive problema algum em ser chamado de “tio”, e me orgulho dos meus 30 sobrinhos. Por que ser “vovô” parece ser visto por alguns como um defeito?

Assim, mantenho a pergunta: qual o problema em ser vovó ou vovô? Por que seria demeritório ser chamado dessa forma? No meu caso, a partir do dia que nasceu meu primeiro neto eu assumi a persona “Vovô Ric”, sem nenhum pudor (e eu tinha apenas 52 anos!), até porque o meu grande sonho na vida sempre foi ser avô. Igualmente quando eu me tornei pai não achava ofensivo ser chamado de “papai”.

Essa manifestação de desprezo aos vovôs não seria o real ageísmo?

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Virar cambota

Tive a brilhante ideia de contar para os meus netos mais velhos que existe uma paródia “proibidona” do hino nacional que se canta “Oviram das pitanga as bergamota, eu vi a tua vó virar cambota”…

Eles ficaram enlouquecidos e não conseguiam controlar as gargalhadas. Pediram para eu mostrar a versão completa no YouTube e eu disse que isso é crime, que ninguém pode publicar, o que só aumentou a curiosidade deles. Perguntaram se os jogadores da Seleção Brasileira cantavam essa versão e eu expliquei que seria desrespeito. “Isso só vale como piada”.

Claro, eles não sabiam o que era uma “lata de compota” e eu tive que explicar para eles que eram latas com frutos envoltos em calda doce, mas deixei claro que compota só tinha importância porque alguma coisa tinha que rimar com “cambota“.

Passaram-se algumas horas e os dois vieram me contar a versão que eles mesmos fizeram, com obediência às rimas. Claro, eu não conseguia parar de rir (nem eles), mas pensei que é exatamente para este tipo de bobagem que inventaram os avós.

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Pedestal

Slavoj Zizek diz que o pior tipo de racismo se expressa através da exaltação da visão estereotipada e idealizada das qualidades do outro, como se este fosse incapaz das atrocidades que nos caracterizam. É quando dizemos maravilhas das culturas negras, indígenas e asiáticas, descrevendo sociedades puras, sem contradições e “originais” em contraposição à depravação e decadência das sociedades ocidentais.

O mesmo digo em relação aos gêneros. Pouca coisa me irrita mais do que a idealização biscoiteira sobre as mulheres, perspectiva que procura confundir sua condição no patriarcado como uma vantagem de ordem moral, que muito lembra a tentativa de colocá-las num pedestal para assim serem mais facilmente manipuladas. Por certo que há diferenças, mas não a ponto de suprimir a capacidade que todo ser humano carrega de fazer merda. O que me parece necessário extirpar é a idealização e a “culpa branca”.

A melhor forma de estabelecer equidade é aceitar que os gêneros, etnias, orientações sexuais e identidades distintas compartilham a mesma capacidade – essencialmente humana – de produzir todo e qualquer tipo de perversão.

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O Alçapão

Sonhei que estava em Nova York, participando de um congresso em um edifício cheio de brilhos e espelhos. Sonhar com essa cidade é algo recorrente; ela desempenha para mim um espaço curioso desde a experiência inesperada que tive ao conhecê-la, recém saído da adolescência, há 40 anos. Sei que isso é clichê, mas esta cidade tem um significado bem pessoal para mim.

Neste sonho eu estava visitando a cidade com Zeza e Bebel quando acabei encontrando uma querida amiga aqui do Brasil que havia se mudado há pouco para lá. Fui visitar a sua casa e percebi que havia um alçapão dentro da cozinha que levava para um porão lúgubre e úmido, o qual não me atrevi a explorar. Cheguei a comentar com ela “O que seria do cinema americano sem esses aposentos carregados de suspense e mistério, não?”. Na tampa do alçapão estava presa uma corda e, ao puxá-la, pude ver que acionava uma roldana que fez subir um balde escuro de um poço no canto da peça, de onde se retirava água. Fechei o alçapão e fui para os fundos da casa, onde havia um quintal com patos, cachorros e um córrego de água fria e translúcida.

Depois de conversar demoradamente com minha amiga e sua mãe eu lembrei que precisava me despedir para reencontrar Zeza. Todavia, meus pés estavam desnudos e eu não conseguia achar meus sapatos. Enquanto os procurava para voltar ao hotel, as pessoas, no afã de ajudar, traziam outros pares de sapatos, achando que poderiam ser os meus. Depois de experimentar vários, finalmente trouxeram o verdadeiro, mas então começou um novo drama: encontrar os cadarços corretos. No final, achei cadarços pretos para um pé, diferentes do outro, que eram marrons.

Havia brasileiros moradores de Nova York na casa e quando perguntei a eles se haveria um programa para me indicarem um deles me respondeu: “Veja, os bons programas, aqueles imperdíveis, você não teria como comprar hoje, pois estão esgotados há semanas. Além disso seriam tão caros que você não conseguiria pagar.”

Minha resposta foi resignada: “Bem, é melhor aceitar as coisas que minha condição permite do que desejar algo além do razoável. Se não tenho condições para pagar estes programas, melhor me divertir com as alegrias possíveis.”

Quando questionei minha amiga pela sua decisão súbita de se transferir para Nova York, ela me disse algo como “ahh, foram tantas coisas, tantos fatos, demoraria muito a explicar. Mas resolvemos em conjunto mudar para cá”.

Fim

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Punir mais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou em 11 de janeiro de 2023, durante cerimônia de posse da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e dos Indígenas, Sônia Guajajara, projeto de lei que transforma o que antigamente era tipificado como injúria racial como “crime de racismo”. Esta proposta, já aprovada pelo Congresso em dezembro do ano passado, aumenta de 1 a 3 anos para 2 a 5 anos a pena de prisão pelo crime.

Um erro, mas apenas demonstra a influência destes grupos e que Lula possa estar se curvando ao poder dos identitários, fato que poderá causar problemas sérios no futuro. Os governos do PT no passado já foram um desastre punitivista, e creio que a lição não foi adequadamente aprendida. Durante os governos da esquerda nos vergamos aos apelos reacionários que acreditaram que endurecer leis e colocar trabalhadores e a população negra e pobre nas prisões poderiam trazer resultados sociais positivos.

Foi desastroso – e Lula sabe disso – e por estas iniciativas nos tornamos a terceira maior massa carcerária do planeta, sendo que a população negra representa 67% dos prisioneiros. É possível mesmo que Lula não concorde com essa perspectiva, mas a pressão à direita – do PT e fora dele – em seu governo parece ser insuportável. A ideia de combater racismo, homofobia e transfobia com novas leis e punições mais severas parte de uma visão ingênua e sem embasamento científico.

Punitivismo é exatamente isso: endurecer as leis (punir mais) que já existem ou criar novas punições. Não há dúvida alguma de que a população negra é segregada e vítima de violência, mas não (mais) pelas leis, e sim pela estrutura de exploração, herança da escravidão de mais três séculos neste país e de um modelo capitalista que necessita corpos negros para a produção. Entretanto, as ações antirracistas só vão prosperar associadas com a luta de classes; sem isso seremos obrigados continuamente a criar novas prisões e manteremos o problema da opressão do povo negro sem solução.

Não é necessário ser negro para perceber que o punitivismo é absolutamente inócuo e não diminuirá uma morte sequer, não protegerá a população negra da violência e muito menos terá capacidade para fazer desaparecer um aspecto nefasto da cultura como o racismo. A criação e o “endurecimento” dessas leis é prejudicial porque nos oferece a ilusão de que “algo está sendo feito”, quando, na verdade, essas ações são inúteis, criam distância ao invés de proximidade e falham em sua proposta de proteção aos vulneráveis. Seria suficiente entender esta questão quando observamos que leis como a Maria da Penha jamais desempenharam um papel na diminuição da violência fatal contra as mulheres, exatamente porque esta violência está imbricada na estrutura violenta e cruel da sociedade capitalista e a razão destas punições serem incapazes de corrigir este problema.

Apenas os incautos se surpreendem, já que esse tipo de proposta sempre surge da direita, as mesmas forças que acreditam na justiça burguesa, na ação protetora das cadeias e nas leis como motores sociais, o que é um erro comprovado por centenas de exemplos em todo o mundo. O mais recente e contundente foi o “three strikes” do governo Clinton, que multiplicou a população carcerária, destruiu a vida das pessoas envolvidas, enriqueceu advogados, criou presídios privados, atingiu a marca histórica de 1,9 milhões de encarcerados e não mudou em nada as taxas de criminalidade. Zero. Clinton precisou pedir desculpas públicas pelo erro de abraçar as teses punitivistas, mas quem foi a parcela da população que pagou caro por esse desastre? Por certo que mais uma vez foi a população negra e pobre do país mais rico do mundo. .

E quem vocês acreditam que será punido pela lei “antirracista” – que criminaliza a livre expressão, mesmo que ofensiva – sancionada pelo presidente Lula com toda a pompa e circunstância e com a presença dos representantes identitários em seu governo? O branco rico que regurgita disparates racistas? Ou será o branco pobre e excluído que, numa prosaica discussão de bar, chamará seu desafeto de “negão”?

Não sejamos tolos e ingênuos!! O punitivismo sempre recai sobre a cabeça do pobre!!! Para cada janotinha do agro que receberá uma punição, dezenas de trabalhadores pobres serão atingidos. O combate ao racismo sem luta de classes deságua fatalmente no identitarismo estéril. Aliás, exatamente o que desejam as instituições que dão apoio a estas lideranças agora agindo como “mentores” do governo petista, como a “Open Society” de George Soros e o IREE de Etchegoyen.

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Russel

Não se pode imaginar que ações racionais surjam de premissas puramente emocionais. Esta é uma regra dourada em qualquer arena de debates. A fé, jamais a razão, produz respostas grosseiras, deseducadas, ofensivas e violentas, tanto no mundo real quanto no universo virtual. Por isso que temas como a moral – e não a matemática – são propensas a tantas brigas e enfrentamentos. Quanto mais diáfanas forem as bases de um determinado assunto maior será a possibilidade de que ele se perca em conflitos estéreis.

Infelizmente Russel acreditava que as diferenças religiosas levam à guerra, o que é um erro típico daqueles que se deixam seduzir pelas aparências. As guerras são enfrentamentos brutais de origem econômica e geopolítica, para a busca de recursos materiais, mas que muitas vezes usam a religião como mera máscara identitária, seduzindo os combatentes do nosso lado a identificarem o outro como a ameaça, os infiéis e os impuros.

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Bêbado e equilibrista

A questão do surto opiniático da sociedade contemporânea é equilibrar-se sobre a fina lâmina que separa a compulsão pelas opiniões e a mais improdutiva alienação. Colocar-se de forma equidistante entre estes dois polos é tarefa complexa e, invariavelmente, pendemos para um dos lados.

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Caritas

A palavra “caridade” tem origem no latim, “caritas” – significando um tipo de amor incondicional, que por seu turno deriva do grego “cháris”, que significa graça, a mesma origem de “caro”, ou seja, aquilo que possui valor.

Como tive uma formação espírita escutei muitas vezes a frase de Kardec que exaltava assim a caridade: “Fora da caridade não há salvação“. Esta é uma das frases mais icônicas do espiritismo, mas acredito ser importante entendê-la em seu contexto; é preciso colocar a sentença do pedagogo francês em seu tempo e sua circunstância histórica.

Um dos axiomas mais celebrados pelos estudiosos da Igreja é “fora da Igreja não há salvação”, ou seja, “extra Ecclesiam nulla salus“, que se pode encontrar nas manifestações de vários Padres e teólogos medievais, modernos e contemporâneos. O próprio magistério da Igreja já a usou inúmeras vezes e em contextos distintos.

Desta forma, a expressão usada por Kardec pretendia fazer um contraponto à expressão “Fora da Igreja não há salvação”, a qual estabelece que a condição precípua e inescapável para a salvação do espírito após a morte seria a crença em Jesus como seu salvador e sua fidelidade à Igreja fundada por Pedro. Para salvar-se do Inferno era fundamental aderir a Cristo. Assim, Kardec tão somente retirou a primazia da fé e colocou na prática da fraternidade o caminho indispensável para a evolução – já que “salvação” é um conceito desprezado pelo espiritismo. Nesse contexto, Kardec se contrapunha à Igreja e sua exclusividade salvacionista.

Também se faz necessário compreender que a “caridade” como nós a concebemos hoje é a ajuda aos mais necessitados, aos famintos, aos descamisados e destituídos, aos pobres, miseráveis e marginais, todos aqueles que surgem como resultado da aplicação dos modelos econômicos excludentes que se baseiam na estrutura das classes sociais, desde o feudalismo, passando pela aristocracia e desembocando no capitalismo, todos eles sistemas econômico-sociais que se sustentam na exploração do trabalho, criando classes distintas de oprimidos e proprietários, onde a miséria e o desemprego são peças essenciais para o funcionamento da máquina.

A caridade seria a válvula de escape das tensões sociais, uma forma sutil de apaziguamento das culpas derivadas da pobreza instituída pelo modelo de divisão das riquezas do planeta. Quando a simples caridade realizada como propaganda – a entrega de pequenas quantidades de valor para os despossuídos – não é suficiente, a ação das forças de repressão se faz necessária. Assim, a caridade é o espelho da desigualdade social; onde existe caridade prolifera a injustiça, a exploração e a opressão sobre enormes contingentes da população. Caridade é a humilhação que o pobre aceita em nome da sobrevivência – própria e dos seus.

Sociedades desenvolvidas não admitem a caridade, já que ela sempre sinaliza desequilíbrio. “A suprema caridade é o desaparecimento de toda e qualquer ação caridosa“. Todavia, se quisermos entender a caridade como “expressão da fraternidade”, poderemos incorporá-la, já que a fraternidade nada mais é do que a forma mais elevada e desenvolvida de relação entre os homens.

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Vingança

Josh, ainda com os braços apoiados na mureta de tijolos da sacada, olhava para o horizonte como que a procurar a resposta para sua angústia no grupo de nuvens que buscava um pouco de calor nos raios avermelhados dos últimos brilhos do sol.

– Não faz diferença, Josh; o que você diz não faz a menor diferença. Entenda que seus argumentos e explicações podem inclusive ser iguais àqueles usados pelo seu oponente. O fato de que você foi colocado a priori na posição de inimigo fará com que qualquer coisa que você disser será desvirtuada para parecer o contrário do que em verdade disse. Por que perder tempo tentando achar concordâncias com quem se nega a aceitá-las?

Josh manteve-se fixado na linha do horizonte enquanto o café perdia calor e fumegava na mesa ao lado. Parecia não haver qualquer maneira de acalmar sua tristeza. Ele finalmente voltou seu corpo para o quarto, onde seus olhos encontraram Pearl sentada à beira da cama, segurando sua xícara enquanto tentava encontrar uma brecha no muro de decepções que o cercava.

– Não consigo entender porque tanta aversão. Qual o sentido dessa barreira que desafia o bom senso e a lógica?

Pearl respirou fundo para responder, mas interrompeu sua fala antes da primeira sílaba. Percebeu que também seriam inúteis suas palavras. Não haveria nenhuma possibilidade de que frases e ideias, por si só, pudessem reparar os danos. Do fundo do poço do ressentimento ele só conseguiria emergir quando o tempo fosse capaz de cicatrizar as feridas abertas. Olhou o vapor do seu café e pensou que, ele também, só poderia ser tomado quando o calor amainasse.

Terence H. Werther, “Revenge as a cursed inheritance” (A vingança como herança maldita), ed. Project, pág. 135

Terence Hash Werther começou a escrever no Kentucky Herald em 1969 como repórter esportivo, atuando na cobertura das corridas de cavalos. Ao invés de fazer análises técnicas sobre o histórico dos cavalos e suas chances estatísticas nos diversos pisos, usava da criatividade e produzia textos cheios de humor e graça. Foi o criador das famosas ‘entrevistas com os cavalos’, mas quais dublava os animais e fazia divertidas entrevistas com aqueles que estavam prestes a correr. Com o tempo, foi transferido para os setores de economia e posteriormente para literatura e arte, onde manteve uma coluna sobre cinema e livros por mais de 20 anos no mesmo jornal. Ao se aposentar escreveu seu primeiro romance, chamado “Among horses and beers”, sobre cocheiras, cavalos e jóqueis, espaços onde conviveu por muitos anos. Em “Revenge” ele acompanha os passos de Josh Daniels, um jovem judeu de Minesotta viciado em corridas e apostas que deseja ficar rico em New Jersey e voltar para sua cidade. Nada disso, aconteceu, e ele acabou envolvido com o submundo das apostas, drogas, prostituição e crime organizado. O filme baseado no livro está em fase de produção e será estrelado por Jeremy Altman no papel de Josh e Mary Gorgulho como Pearl, a garota autista prodígio que se apaixona por ele e o ajuda nas apostas.

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