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Forcinha

Um amigo próximo, que trabalha como professor universitário, certa vez me contou que estava em sua sala conversando com um colega de faculdade quando o telefone tocou. Era outro professor, mais antigo, que queria lhe pedir um favor.

– E aí, tudo bem? Preciso lhe avisar que hoje à tarde meu sobrinho fará entrevista para a vaga de residência e você estará lá para entrevistá-lo. Gostaria de lhe pedir uma atenção especial. Sabe como é, uma forcinha.

Meu amigo perguntou, de forma reflexa, o que ele entendia por “atenção especial” e “forcinha”.

– Ora, disse ele, você sabe muito bem ao que me refiro. Não “sacaneia” ele, só isso. A gente sabe o quanto estas avaliações são subjetivas. Não faça perguntas difíceis e nem o coloque contra a parede. Você sabe como funciona: uma mão lava a outra. Não esqueça que você mesmo precisou de ajuda para chegar onde está agora.

Meu amigo ficou sem saber o que dizer, mas lembrou ao seu colega que não havia recebido nenhuma ajuda para alcançar seu posto. Pelo contrário, não tinha parentes acadêmicos que pudessem interceder por ele nem mesmo para pedir uma “forcinha”. Foi admitido por seus méritos, concurso e um currículo construído com muito esforço.

Isso deixou o velho professor ainda mais indignado.

– Olha, eu não inventei as regras. Todo mundo sabe como estas coisas funcionam, desde que o mundo é mundo. Não estou lhe pedindo nada demais, apenas um favor pessoal, um cuidado especial com um sobrinho meu. Um dia poderemos estar em posições opostas e você poderá precisar de uma ajuda minha. Custa alguma coisa ter um pouco de coleguismo?

Meu amigo não sabia o que dizer. Despediu-se do velho professor com a promessa de não “pegar pesado” e comentou o caso com seu colega ao lado. Este, abriu a pasta dos candidatos, pegou a avaliação do pretendente à vaga, coçou a cabeça e disse, quase sussurrando:

– Bem, se a nota da entrevista for máxima, somando com o currículo e a nota da prova, daí…

Meu amigo interrompeu bruscamente a fala do seu colega e exclamou:

– Não tenho saúde para mais de uma decepção ética por dia. Não ouse insinuar isso, por favor.

Ele guardou as avaliações de volta na pasta e não mais falou desse caso. Meu amigo conta até hoje que por “sorte” as notas do rapaz eram fracas e nem mesmo uma nota excepcional e irreal faria o jovem se classificar. Entretanto, para esse amigo este dia ficou marcado como a primeira de uma série de frustrações em sua carreira acadêmica.

Minha ingenuidade me fez perguntar se não havia como denunciar, ao que ele sorriu e explicou que isso significaria dar adeus à sua vida na Academia. Ninguém acreditaria em sua palavra contra a versão de um velho catedrático e sua denúncia seria inútil.

Lembrei da negativa de atendimento à uma urgência obstétrica feita por uma anestesista e concordei pois, também nesse caso, a única pessoa que poderia ser punida por denunciar seria eu mesmo.

Resta a tristeza e a impotência de ver que estas condutas ainda estão longe de serem consideradas “coisas do passado”

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Corrupção nossa de cada dia

Claro que houve corrupção nos governos do PT, em especial pelos múltiplos acertos com outros partidos para alcançar a governabilidade com um congresso fisiológico e oportunista. Entretanto, foi graças às próprias iniciativas do PT em relação à transparência que essas corrupções foram descobertas. Não há porque ser menos incisivo contra a corrupção do PT ou de qualquer partido, pois todos os governantes devem ser vigiados pela população.

O problema desses debates é que esta é uma questão diversionista. A corrupção não é NEM DE LONGE o pior problema do Brasil A corrupção que nos ocupamos, aliás, é FARELO DE PÃO. Ou você acha que um triplex – mesmo que existisse – seria algo que deixou o Brasil mais pobre? Nem o roubo – que existiu com a turma do PMDB – deixou a Petrobrás mais pobre. Pelo contrário!!!! Nos governos do PT e Petrobras, com todos os desvios que foram descobertos, multiplicou por OITO VEZES o seu valor, mesmo havendo uma comprovada corrupção.

O problema do Brasil não está nessas questões menores; ela está na elite de rapina que nós temos, na concentração indecente de renda, na divisão do Brasil entre extremamente ricos e miseráveis, e em uma classe média ignorante porque compra carro novo e se acha rica. O que diferenciou o PT dos outros governos TODOS, que foram de DIREITA desde a “descoberta” por Cabral, é que o PT tinha um projeto de nação, enquanto Bolsonaro aceita a invasão americana e internacional sobre nossas riquezas. Por isso a continência à bandeira americana e o amor por Israel – uma nação criminosa e racista.

A diferença é que nos governos do PT havia crescimento continuado e felicidade. E foi exatamente PELOS ACERTOS do PT que essa mesma elite predadora que nos controla a todos fez uma campanha – orientada pelos americanos – para destruir a imagem das esquerdas usando esses argumentos morais: são corruptos, ladrões, etc. E não se importaram de apresentar mentiras escandalosas e inumeráveis: kit gay, mamadeira de piroca, Ferrari do Lulinha, Havan da filha da Dilma, Triplex, sitio em Atibaia e o fiasco de criar a fantasia da caixa preta do BNDEs – que o próprio Bolsonaro desmentiu de forma humilhante.

Se o PT for corrupto tem mais é que acusar, mas NÃO É ESSE O PONTO CENTRAL, mas sim saber que tipo de governo e que tipo de nação ele propõe, como pretende acabar com a pobreza, como vai distribuir renda, como vai taxar fortunas, como vai usar impostos, quanto vai colocar de imposto em heranças, como vai proteger mulheres e crianças, como vai defender as populações nativas, como vai proteger o SUS, como vai agir com as estatais e como vai implementar um programa de incentivo à indústria nacional que não destrua o meio ambiente.

O resto é apenas MANIPULAÇÃO e LAVAGEM CEREBRAL da mídia, ou lawfare do judiciário. Anote aí: qualquer pessoa que fale dos problemas do Brasil citando a corrupção como “mal maior” não sabe o que fala e está apenas repetindo tolices de quem deseja lhe manipular

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Escândalos

Lembram que Lula, depois de terminado seu mandato, foi acusado de fazer lobby para empreiteiras brasileiras na África? Sobre isso se disse que ele recebia “propina”, e que até as palestras de Lula na África eram falsas e não passavam de fachada para “corrupção”. No processo não apareceu nenhuma prova, nenhuma evidência, nenhuma materialidade. Nada.

Agora o vice-presidente em exercício vai até Angola defender uma EMPRESA PRIVADA milionária que comercializa serviços religiosos cujos dirigentes estão envolvidos em crimes que variam de lavagem de dinheiro até sequestro de crianças e esterilização forçada. Sobre isso, o que diz a imprensa corporativa?

Pergunto: qual a contrapartida que o vice-presidente está ganhando para este serviço prestado à empresa Universal? Como podemos admitir que esse lobby para uma iniciativa comercial particular seja pago com dinheiro público?

Quando Lula divulgava empresas brasileiras no exterior – como Obama, Merkel e qualquer mandatário – e exportava força de trabalho e tecnologia para fora de nossas fronteiras isso era considerado corrupção. Quando o vice-presidente defende no exterior uma Igreja que explora a fé de pessoas pobres achamos normal e não tratamos isso com o escândalo que merece.

Gostaria de saber porque a diferença de tratamento…

PS: em contrapartida, foi um prazer ver o presidente de Angola colocando o Mourão no seu devido lugar. Independência e autonomia se faz assim.

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Política de estimação

É também curioso o malabarismo para criminalizar a política, como se os políticos fossem uma espécie diferente de ser humano e fossem corruptos em essência. Tratar os políticos todos como criminosos apenas abre as portas para ditaduras e “outsiders”, que se acham “gestores”, mas que fazem dissimuladamente política à direita do espectro ideológico.

É bem sabido o desastre que advém do descrédito com a política. Esse discurso produziu Berlusconi, Trump, Bolsonaro e poderia ter produzido Moro não fosse a Vaza Jato. A solução para os maus políticos é mais política, mais crítica, mais vigilância e um sistema mais justo.

Eu não cultuo”políticos” de estimação, mas por certo tenho uma POLÍTICA DE ESTIMAÇÃO.

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Para onde correr?

A crise acabou fazendo a esquerda aplaudir Dória, agradecer a Máfia da BigPharma, abraçar a Globo e votar no Baleia. Espero que tenhamos a capacidade de reconhecer o significado dessas escolhas e não as consideremos naturais. A sociedade agora abraça o “progresso” medicamentoso e abre “os braços” (para não dizer outra coisa) para as multinacionais de drogas, confundindo oportunisticamente “droga” com “ciência”, como se estas empresas não fossem – no dizer de Peter Gotzsche – a perfeita definição de “Crime Organizado”.

A Pfizer, entre outras, tem uma longa ficha de crimes cometidos contra a saúde pública, tendo pago a maior indenização da história por seus delitos. Mas… ai de quem ousar questionar nossas salvadoras!!! Ao inferno com quem meramente questionar os “cientistas”.

Essa exaltação acrítica dos “pesquisadores” sem a devida contextualização sempre foi desastrosa na história. Tomar decisões com base no desespero, aceitando “qualquer coisa” para votar à “vida normal”, também.

“Não é o momento de criticar, isso se vê depois. Precisamos de uma esperança”, dizemos nós, de joelhos.

Na atual polarização política mundial o esquerdista padrão aceita bovinamente o controle das nossas vidas pela máfia das drogas, enquanto o reacionário nega qualquer avanço, chamando-o de “globalismo”. Para onde correr?

“Ah, cara… para de ser chato. Precisamos de algo para acabar com essa pandemia!!”. Claro, “punch 2”, certo? Questionar o que nos trouxe até aqui é como procurar a chave no lugar em que ela verdadeiramente se perdeu, mas onde é sempre muito mais escuro.

Veja mais sobre os crimes da Pfizer aqui e sobre problemas importantes de sua vacina aqui.

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Serra

José Serra deveria ser preso se comprovado que cometeu crimes?

Se José Serra cometeu os crimes pelos quais é suspeito, que se estabeleça algum tipo de reparação. Combater o primitivismo no judiciário e na cultura não significa aceitar a impunidade, mas imaginar que a retirada da liberdade de alguém deveria ser revestida de uma extrema excepcionalidade, reservada para casos de risco iminente à vida das pessoas.

Todavia, prisão para idosos é pura crueldade e não é solução para nada. Pelo menos no Brasil não é, mas desafio que me apresentem algum país desenvolvido que acredita em encarceramento como remédio adequado para a criminalidade – e que não seja o catastrófico exemplo da sede do Império.

Vou mais adiante: se Serra fosse preso sairíamos todos perdendo. O país, por ter que arcar com acomodações e cuidados médicos de um sujeito depauperado dentro de um sistema penitenciário sem recursos e falido e o criminoso por ser exposto a um tratamento cruel e desumano dentro dos nossos presídios superlotados. Também é digno de nota que este sujeito em especial já é prisioneiro de sua condição de saúde frágil.

Aliás, não esqueçam que não há nada mais à direita no espectro politico – e até fascista – do que desejar que seus adversários sejam presos. Quem é de esquerda é abolicionista penal, recusa o encarceramento como punição padrão para os crimes, tanto quanto é contrário à uma policia militarizada, cruel e genocida. Quem gosta de sair gritando “prendam”, “que apodreçam na cadeia” está infectado por uma ideologia punitivista arcaica, derivada da contaminação por filmes americanos, onde se anda de pistola na cintura, exaltam-se justiceiros e o ícone máximo é a cadeira elétrica.

É preciso amassar esses velhos conceitos e jogá-los na lata de lixo da história.

Por uma questão de justiça eu gostaria apenas de complementar dizendo que, a despeito de erros que porventura tenha cometido, José Serra fez uma excelente administração no Ministério da Saúde, onde plantou as sementes para programas importantes até nos governos do PT, em especial no que diz respeito às políticas de saúde para a mulher e as bases da humanização do nascimento.

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A ciência

Quem trabalhou como eu durante 40 anos em um ramo que se percebe científico, mas que funciona com os mesmos dogmas e sistemas de poder como qualquer igreja, entenderia mais facilmente minha crítica à ciência como expressão humana. Falo da ciência com “c” minúsculo, aquela construção humana, e não a “Ciência” abstrata, o conhecimento racional. A primeira é uma produção contemporânea, feita por mentes humanas e carregada com sua falibilidade e corrupção; já a segunda é o ideal racional, a ferramenta da transcendência humana, mas que quase nada existe no mundo real, sendo uma habitante do mundo das ideias.

Existem fatos inequívocos que mostram a veracidade dessa visão cética sobre a ciência. Estudos demonstram que metade das condutas médicas correntes não tem uma conexão com as evidências científicas. Outras pesquisas denunciam que que as próprias pesquisas – que deveriam dar suporte às condutas médicas – não são tão confiáveis como gostaríamos de acreditar. Veja aqui.

Por vezes parece que existe um totalitarismo dos cientistas, que seguem uma espécie de “ciência soviética”, a qual produz um monobloco de visões que se colocam na posição de saber acima de todos os demais, e que condena todos os outros saberes à extinção.

Isso torna a ciência a irmã dileta da religião…

Lembro de um encontro da UNIMED do Paraná em que fui convidado a falar sobre humanização do nascimento, um evento perdulário que se realiza todos os anos. No jantar fui colocado à mesa junto com uma psiquiatra que me falou: “Há muitos avanços na psiquiatria no mundo todo, mas nenhum maior do que a extinção de todo o resquício de pensamento freudiano. Hoje sabemos que tudo o que pensamos e sentimos se resume a alterações bioquímicas dentro do cérebro. Isso inclui dor, prazer e até o sabor dessa sobremesa“.

Fiquei esperando ela terminar dizendo “… e Fiel é o Senhor”, mas ela apenas sorriu com um olhar que apenas aqueles que falam de uma posição de certeza e fé inabalável possuem.

Quando trabalhamos dentro de um hospital ou de um laboratório é muito mais simples perceber de forma clara as incongruências e paradoxos do sistema. Da mesma forma, se você trabalhar na justiça verá que a mulher que segura a balança NUNCA está usando vendas e estará sempre com os olhos bem abertos para manter e garantir o poder para quem tradicionalmente o controla: as castas superiores que detém o domínio sobre os recursos e a produção.

E digo mais: quem trabalhou por muitos anos em traduções sabe que as traduções são realmente “traições” e não existe uma sequer que seja “isenta” ou “neutra”; sempre haverá a ideologia do tradutor na obra que traduz. A ideia positivista de uma tradução sem viés é tão ingênua quanto a de uma medicina ou uma justiça não ideológicas.

Por isso não é difícil dizer que na ciência não poderia ser diferente. O quê – e como – investigamos, assim como os próprios resultados que atingimos, são determinados pelas nossas ideologias e sustentadas pelos dois grandes pilares da civilização contemporânea: o capitalismo e o patriarcado. Ambos decadentes, mas ainda vigorosos o suficiente para ditarem as regras para o mundo em que vivemos. Enxergar a ciência pelo que ela verdadeiramente é, sem as fantasias de isenção ou neutralidade, não a diminui, mas a conduz à condição de criação social digna dos valores do seu tempo.

Perceber a complexidade da cultura é fundamental para não nos deixarmos engolir pelas visões ingênuas de imparcialidade que nos tentam impor. A decisão de passar um bisturi e rasgar a pele de um doente, ou de bater o martelo para condenar são produzidas no âmago de nossas convicções mais profundas, mais afetivas e menos racionais. Somos governados por nosso fígado, pelos nossos instintos menos nobres como medo, angústia e egoísmo, muito mais do que pela tênue camada de massa cinzenta que envolve nosso cérebro.

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Roubo

O roubo é uma parcela pouco importante na conta final do Estado. Sua importância é muito mais moral do que financeira. Nossa carga tributária é mixuruca se comparada à Escandinávia onde a qualidade de vida está 100 anos na frente. O problema não é cobrança. Eu pagaria de olhos fechados o DOBRO que pago hoje se tivesse hospital de qualidade, medicina preventiva, escola boa, rua sem buraco e baixa criminalidade (tipo, Cuba).

O problema do roubo existe até na Suécia e na Coreia, e não é um problema dos políticos, é um problema da índole do povo que os elege. Postiços são pessoas como nós com as mesmas pressões e superegos que nos afrontam. Para mudar a política não adianta prender, matar ou trocar os políticos pois os que chegam no seu lugar se defrontam com o mesmo sistema corrompido da política nacional, onde os milhões de campanha são oferecidos por empresas que depois cobram o preço. Não adianta mudar DENTRO desse modelo, ele precisa se transformar. Reforma política urgente. Como todo mundo sabe, de nada adianta trocar moscas se…

Nunca funcionará esse combate estúpido e seletivo contra a corrupção do Estado. A verdadeira corrupção está no mercado. Os valores ridículos da Lava Jato não cobrem dois dias de especulação e roubalheira financeira no país. Político corrupto ganha MIGALHAS, são despachantes de poderosos, cujo dinheiro sujo não afeta em quase nada a nossa economia, mas desviam nossa atenção da roubalheira do sistema financeiro e da concentração de renda.

Claro que a corrupção deve ser combatida, mas não é com esta luta e muito menos baixando imposto da classe média que vamos resolver o problema grave do Brasil: a iniquidade.

Não se trata de relativizar desmandos e falcatruas. Todos devem ser combatidos. Entretanto, é também fundamental combater a ideia de que “o problema do país é a corrupção”, que é uma mentira usada aqui desde os tempos do Getúlio para mascarar a realidade da injustiça social, da corrupção do mercado, da mídia comprada, da opulência dos capitalistas, da miséria do povo, do machismo, do racismo, do ódio de classe e da elite que manipula o judiciário e as consciências. Enquanto ficamos falando de corrupção e achando que prender um político espertinho soluciona o caso eu pergunto que efeitos houve com o combate ao “mar de lama” de Getúlio, a “vassourinha” de Jânio, o golpe de 64 ou a “Caça aos Marajás” de Collor. Precisa ser muito tolo para não perceber que a direita sempre aposta nas mazelas MORAIS – corruptos e ladrões – para esconder a nojeira ESTRUTURAL da nossa sociedade racista e que cultiva esse ódio de classe. Figuras canalhas aparecem nesses momentos, como Filinto Müller ou o juiz corrupto de Curitiba, para oferecer DE NOVO a ilusão para os tolos da direita que acreditam que “punindo os maus” haverá uma depuração da política. Tolice!!!! Com Getúlio, golpe 64, Collor o resultado é sempre o mesmo: sufocam a esquerda e as escolhas do povo e colocam no governo alguém ligado aos interesses da elite.

E os pobres de direita aplaudem o punitivismo tosco sem perceber que são feitos de marionetes que precisam ficar calados, sem jamais questionar a concentração brutal de renda do nossa país.

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Crimes de toga

Moro seria condenado por alta traição na sua pátria amada americana se lá viesse a divulgar as conversas privadas de um presidente com um ex-presidente. O nome desse crime nos Estados Unidos é “alta traição” e a pena para isso é cadeira elétrica. Sobre as instâncias posteriores que não reformaram a pena de Lula… qual a parte do “com o supremo com tudo” o pessoal ainda não entendeu? Sobre as homenagens que Moro recebeu em Universidades americanas, não esqueçam que Hitler foi capa da revista TIME de 1938 como “homem do ano”, portanto estas honrarias abruptas e oportunistas não valem chongas.

Moro é homenageado nos Estados Unidos por uma universidade exatamente porque presta serviço a este país com o desmonte das nossas grandes empresas.

Quanto ao Lula…. digam em duas linhas qual o crime pelo qual Lula foi condenado e qual a prova que sustenta sua condenação.

Sobre as palestras de Moro…. Sério? Moro é o pior palestrante de todos os tempos. Voz insegura, inglês péssimo (Machachutz????), argumentos péssimos, português horroroso (houveram problemas????) e a mais absurda e contraditória sentença da história, basta saber de um livro escrito por 120 juristas condenando sua performance.

O desafio está na mesa. Diga o crime de Lula e qual a prova de que este foi cometido. Leia sobre o crime de traição que Moro cometeu. Leia sobre grampear advogados de um réu!!!!! Leia o significado de “juiz natural’, sobre “teoria da prova” e sobre “juízo dos inimigos”. Leia sobre divulgar conversas privadas do presidente em exercício. Leia sobre juízes agindo “ex ofício” e sendo parte da acusação. Leia sobre fotos com Temer, Dória, Alkmin e Aécio e o significado disso para a imagem de um magistrado. Leia a sentença inteira de Lula. Fale sobre “atos de ofício indeterminados”, crime sem objeto, propina “prometida”. Leia sobre mestrado e doutorado em 3 anos. Leia sobre o escândalo do Banestado. Leia sobre delação premiada sob tortura (com delatores presos, o que é obviamente ilegal nos Estados Unidos, de onde a lei foi copiada).

Leia também sobre Tacla Durán e o dinheiro de doleiro na conta da esposa de um juiz. Leia sobre a APAE e os 500 milhões relacionados à madame. Informe-se sobre a propina de Zucolotto. Informe-se sobre a Petrobrás pagar as palestras de Moro e SER PARTE NOS PROCESSOS QUE ELE JULGA!!!!

Esqueci algo? Sim…. Tem Youssef (passou de 100 anos de cadeia para 3), tem a mulher do Cunha livre. Tem o próprio Cunha “desaparecido”. Tem o Alkmin que se livrou de Curitiba para livrar Moro do constrangimento. Tem a exigência de Lula participar de todas as oitivas, totalmente ilegal. Tem a “condução coercitiva”, absurda e cruel, com vistas a humilhar o presidente.

Precisa mais??

E tem mais…. mas cansei de escrever sobre um juiz que seduz a classe média iludida.

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Direita Chucra

O problema da direita chucra é essa tolice de que “a corrupção é o grande problema nacional”. Que bobagem; nem de longe esse é nosso grande drama. Os Estados Unidos são muito mais corruptos do que o Brasil e a Coreia do Sul então, nem se fala. Nosso problema que se mantém, apesar de outros avanços, é a estrutura escravocrata de nossa sociedade, que herdamos de mais de 500 anos de história.

O problema é a iniquidade e a injustiça social; a divisão do país entre o que podem e os que servem. A corrupção PRECISA ser combatida, mas sem a crença de que ela é a “grande tragédia da nação”.

Todavia, a direita tenta sempre moralizar a questão criando estratégias para poder classificar nossos problemas dentro do seu maniqueísmo habitual: “bandidos x cidadãos de bem”, que nada mais é do que a manutenção da dualidade “Casa Grande x Senzala”. A estrutura é a mesma, mas hoje é feio admitir que sempre foi o horror aos negros e pobres que criou o ódio ao PT, enquanto o combate à corrupção sempre foi a capa encobridora da realidade odiosa do racismo e da exclusão.

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